segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Quando e Como Rezar a Hora da Misericórdia



Misericórdia Divina, que brotou da chaga aberta do Coração de Jesus, eu confio em Vós” (Diário, 949).


Pela recitação do Terço da Misericórdia, Jesus prometeu dar-nos tudo o que pedimos com confiança e em qualquer hora que o fazemos. Existe, porém, na Devoção à Divina Misericórdia uma hora especial estabelecida pelo próprio Senhor, para obtermos as graças Dele. É a hora do último suspiro; hora em que tudo “foi consumado”; hora em que se conhece o tormento de uma Mãe dolorosíssima; hora, enfim em que o pensamento de Cristo se eleva mesmo no momento do golpe da lança no Seu peito fazendo jorrar “Sangue e Água como fonte de Misericórdia para nós”. É a hora na qual o Reino de Deus foi aberto para cada um de nós, seres humanos, assim como foi para o ladrão arrependido.
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Jesus quer que seja venerado diariamente o momento da Sua agonia na Cruz. Ele deseja que nesta hora seja meditada a Sua Paixão: “Minha filha, considera hoje a Minha dolorosa Paixão, em toda a sua imensidade. Medita de maneira como se ela tivesse sido empreendida, exclusivamente por ti”, (Diário, 1761). A oração na Hora da Misericórdia está estreitamente ligada com o horário das três horas da tarde e deve ser dirigida a Jesus e nas nossas súplicas devemos recorrer aos valores e méritos de Sua Paixão dolorosa: “Ó Jesus, empreendestes uma tão terrível Paixão por nós, unicamente por amor. Quando agonizáveis na cruz, nesse momento nos concedestes a vida eterna. Permitindo que Vos abrissem o Vosso Lado Santíssimo, Vós nos abristes a fonte inesgotável da Vossa misericórdia. Vós nos deste o que tínheis de mais caro, isto é, o Sangue e a Água do Vosso Coração. Eis a onipotência da Vossa misericórdia. Dela descem todas as graças para nós”. (Diário 1747).
Ao mesmo tempo que o Senhor pediu para parar às três horas da tarde e meditar, mesmo que por alguns instantes, Ele também pediu que nós rezássemos o Terço da Divina Misericórdia frequentemente. Na verdade, Jesus Misericordioso disse à Santa Faustina: “Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei” (Diário 687). Logo, é apropriado que paremos alguns instantes e reflitamos sobre a Grande Paixão de Jesus Cristo por nós ao longo do dia e, especialmente, às três horas da tarde.
Nas Filipinas acontece um fenômeno chamado “O hábito das Três Horas da Tarde”. Neste horário todos no país, a até mesmo na televisão, param e rezam a seguinte oração: “Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus, como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!” (Diário 187).
Como pecadores que precisam voltar para o amor e misericórdia de Deus, vamos sempre ter nos lembrar da Hora da Misericórdia, refletindo sobre sua Paixão e amor por nós, mesmo que apenas por um instante.
Se você já tem este belo costume de recolher-te em oração, às três horas da tarde, aonde quer que estejas, ainda que seja por um breve momento, para refletir sobre a Paixão de Jesus, persevere neste santo propósito; se ainda não tem, creia que o Senhor está lhe dando esta graça agora, para que possas desfrutar desta fonte inesgotável de amor e de misericórdia.
Quantas almas encontrarão a vida nas palavras de Jesus! Quantas recobrarão o ânimo ao ver o fruto dos seus esforços: um pequeno ato de generosidade, de paciência, de misericórdia, pode vir a ser um tesouro infinito e ganhar para o Coração de Cristo um grande número de almas! O menor ato, feito por amor, pode adquirir tanto mérito e dar a Deus tanta consolação! O Coração do Senhor dá valor divino às menores ações. O que Ele quer é amar. Não procura senão amor. Não pede senão amor. Por isso, meu querido irmão e minha querida irmã: “Não perca a hora, um Coração sorri por ti e às vezes chora hora da misericórdia, é certamente três horas. Não perca a hora, divulgue ao mundo afora, hora da misericórdia, é certamente três horas”.
Pe. Ednilson de Jesus, MIC
Seja Feliz!

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Dia de Todos os Santos

Todos estes combatentes de Deus, merecem nossa imitação

“Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ “(Mt 5,48) (CIC 2013).
Sendo assim, nós passamos a compreender o início do sermão do Abade São Bernardo: “Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles”.
Sabemos que desde os primeiros séculos os cristãos praticam o culto dos santos, a começar pelos mártires, por isto hoje vivemos esta Tradição, na qual nossa Mãe Igreja convida-nos a contemplarmos os nossos “heróis” da fé, esperança e caridade. Na verdade é um convite a olharmos para o Alto, pois neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma “constelação”, já que São João viu: “Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).
Todos estes combatentes de Deus, merecem nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários, empregados, patrões, sacerdotes, pobres mendigos, profissionais, militares ou religiosos que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho que atua na Igreja e na sociedade. Portanto, a vida destes acabaram virando proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais, perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças; tudo isto, e mais o que constituem o cotidiano dos seguidores de Cristo que enfrentam os embates da vida sem perderem o entusiasmo pela Pátria definitiva, pois “não sois mais estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos santos, sois da Família de Deus” (Ef 2,19).
Neste dia a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos.” “A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada” (CIC 2028).
Todos os santos de Deus, rogai por nós!

terça-feira, 31 de outubro de 2017

O que é a Festa de Halloween? (PROF. FELIPE AQUINO)

O Halloween é uma festa comum nos EUA e Europa e é celebrada no dia 31 de Outubro, de origem pagã.

A comemoração veio dos antigos Celtas, um povo que habitava a Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia, Irlanda) a mais de 2000 anos atrás, vindos da Ásia. Os Celtas realizavam a colheita nessa época do ano, e, segundo um antigo ritual de sua religião druida, os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra durante a noite, no último dia do ano, que para eles era o dia 31 de outubro e queriam, entre outras coisas, se alimentar e assustar as pessoas. Acreditavam também no aparecimento das bruxas, mulheres que tinham vida sexual com demônios e que faziam muito mal às pessoas, ao gado, às plantações, etc.

Com isso, os Celtas costumavam se vestir com máscaras assustadoras para afastar estes espíritos e as bruxas. Esse episódio era conhecido como o “Samhaim”. Com o passar do tempo, os cristãos chegaram à Grã-Bretanha, converteram os Celtas especialmente com o trabalho de São Patrício no século IV e São Columbano no século VI. Com isso, a Igreja Católica transformou este ritual pagão, em uma festa religiosa. Ela passou a ser celebrada nesta mesma época e, ao invés de honrar espíritos e forças ocultas, o povo recém catequizado, deveria honrar os santos, daí veio o “All Hallows Day”: o “Dia de Todos os Santos”. Mas, a tradição entre estes povos continuou, e além de celebrarem o Dia de Todos os Santos, eles celebravam também a noite da véspera do Dia de Todos os Santos com as máscaras assustadoras e com comida. A noite era chamada de “All Hallows Evening”, abreviando-se, veio o Halloween.

Retirado do livro: “Falsas Doutrinas – Seitas e Religiões”. Prof. Felipe Aquino (Org.). Ed. Cléofas.

Sobre Prof. Felipe Aquino
Prof. Felipe AquinoO Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.

O "pecado oculto" de Santa Catarina de Sena (Pe. Paulo Ricardo)

Se Santa Catarina de Sena conseguiu, com a graça de Deus, parar de cometer este pecado, também nós somos capazes de combatê-lo.

Jesus manda-nos imitar o coração misericordioso de Deus: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36). As Escrituras descrevem nosso Deus como sendo “bom e misericordioso, lento para a ira e cheio de clemência” (Sl 103, 8). Mas será que nós refletimos essa paciência e misericórdia?

Sem de forma alguma aprovar condutas pecaminosas, Jesus desafia-nos a examinar se há compaixão em nossos corações por aqueles cujas vidas não são ainda perfeitas. Será que temos em nós um desejo contínuo de demonstrar misericórdia? Ou somos, ao contrário, rápidos em criticar e em condenar?

Quando notamos as faltas de uma pessoa, devemos dizer a nós mesmos: “Hoje é a vez dela, amanhã será a minha, a menos que me sustente a graça divina.”
Santa Catarina de Sena foi certa vez confrontada por Deus a respeito de um “pecado oculto” que ela tinha: o pecado de julgar as pessoas. Ela costumava pensar que tinha um dom para ler a natureza humana e notar as falhas alheias, especialmente as dos sacerdotes. Mas, um dia, Deus lhe mostrou que as intuições que ela estava a receber sobre as fraquezas dos outros não vinham de Deus, mas do diabo. Ela passou a ver aquela conduta, então, como “a armadilha do demônio”.

O diabo nos permite ver as faltas uns dos outros a fim de que, ao invés de ajudar, nós comecemos a julgar as almas alheias e condená-las. Catarina admitiu isso ao Senhor, dizendo-lhe:

Vós me destes remédio contra uma doença escondida que eu não havia reconhecido, ensinando-me que não posso jamais sair em julgamento de qualquer pessoa. Pois eu, cega e debilitada como me encontrava por essa doença, frequentemente julgava os outros sob o pretexto de estar trabalhando para vossa glória e a salvação alheia.
Se nós enfrentamos a verdade sobre nós mesmos e prestamos atenção a nossas próprias lutas diárias contra o pecado, ficamos menos propensos a sair julgando as outras pessoas. Se verdadeiramente reconhecemos o quanto necessitamos da misericórdia de Deus — se experimentamos seu perdão e seu poder de cura em nossas vidas —, então nossos corações se tornam muito mais compassivos ao se depararem com as faltas dos outros.

Se já experimentamos como Deus é paciente e brando com as nossas fraquezas, então nós seremos mais misericordiosos para com os outros.

É por isso que Santa Catarina aprendeu que, quando notamos as faltas de uma pessoa, devemos dizer a nós mesmos: “Hoje é a vez dela, amanhã será a minha, a menos que me sustente a graça divina.”

Mas, se tendemos a responder às faltas alheias com condenação, ao invés de compaixão, deve ser porque nós mesmos padecemos de um sério problema moral. Pode ser que isso aconteça porque ainda não aceitamos nossas próprias fraquezas e pecados, e ainda não experimentamos a misericórdia de Deus.

Enquanto muitos cristãos podem dizer facilmente que precisam da misericórdia divina, o verdadeiro discípulo de Jesus tem essa verdade gravada no mais profundo do seu ser: ele tem consciência do quão absolutamente dependente é da graça de Deus.

Um homem assim não está em condição alguma de ficar impaciente com as faltas alheias, pois ele conhece bem a si mesmo e sabe o quão paciente Deus tem sido com suas próprias fraquezas.

O hábito de julgar os outros, no entanto, pode ser um sinal de que não conhecemos realmente a nós mesmos ou ao Deus que nos ama. Como ensinou São Bernardo de Claraval,

Se tens olhos para as deficiências de teu próximo e não para as tuas próprias, nenhum sentimento de misericórdia surgirá dentro de ti, mas antes indignação. Estarás mais pronto a julgar do que a ajudar, mais pronto a esmagar com espírito de raiva do que a instruir com espírito de ternura.
O mesmo doutor da Igreja explica ainda como só um homem realmente humilde pode ter compaixão pelas fraquezas de seus irmãos:

A pessoa sadia não sente as dores de quem está doente, tampouco o bem alimentado a angústia de quem está faminto. São os companheiros no sofrimento que prontamente sentem compaixão pelos doentes e pelos famintos. Tu nunca terás misericórdia de verdade pelos defeitos do outro, até que descubras e percebas que tens os mesmos defeitos em tua alma.
Assim, “quanto mais conscientes estivermos de nossa miséria e de nossos pecados”, disse certa vez o Papa Francisco, “mais experimentaremos o amor e a misericórdia infinita de Deus por nós, e mais seremos capazes de olhar para os muitos ‘feridos’ que encontramos ao longo do caminho com aceitação e misericórdia”.
Edward Sri,  National Catholic Register
Tradução:  Equipe Christo Nihil Praeponere 
28 de Outubro de 2017

Seja Feliz!

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Comunidade

Nem tudo o que você faz, todos precisam saber.
Nem todos com quem você lida, precisam estar em concordância com você.
Mas para que haja harmonia, é necessário que você partilhe seus conhecimentos, suas informações e também sua habilidade.
Lembre-se: você não está sozinho em seu trabalho. Ou em sua casa. Ou em sua igreja. Ou em seu clube.
E a razão de você estar nesses lugares significa dizer que você precisa deles, e não o contrário.
Não sou o umbigo do mundo.
Talvez seja um pequeno parafuso numa grande engrenagem.
Mas não posso me esquecer que, mesmo pequeno e escondido, a engrenagem se sustenta também por eu existir ali. Mas não só.
Nós somos únicos como pessoas. Por isso todos somos importantes. Por que todos somos únicos. Ninguém é igual a ninguém. Todos temos um valor que só pode ser realçado pelo brilho do outro.
Por isso fazemos juntos as coisas. Por isso vivemos em sociedade.
Seja Feliz!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Como será a grande provação da Igreja? (Prof. Felipe Aquino)

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O Catecismo da Igreja afirma com todas as letras que antes do Cristo voltar – e que ninguém sabe quando será – a Igreja passará por uma terrível provação. Jesus chegou a dizer que nem Ele e nem os anjos sabem quando será a Sua volta. Diz o Catecismo:

“Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalará a fé de muitos crentes (Mt 24,12). A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra (Lc 21,12; Jo 15,19-20) desvendará o “mistério de iniquidade” sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um pseudomessianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne” (2Ts 4-12; 1 Ts 5,2-3; 2Jo 7; 1Jo 2,18.22). (n. 675)
A provação final será do tipo que “abalará a fé de muitos crentes”. Jesus perguntou: “Mas quando vier o Filho do homem, acaso achará fé sobre a terra?” (Lc 18,8). E disse que: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitos. E, ante o progresso crescente da iniquidade, o amor de muitos esfriará. Aquele, porém, que perseverar até o fim será salvo. E este Evangelho do Reino será proclamado no mundo inteiro, como testemunho para todas as nações. E então será o Fim” (Mt 24,11-14).
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O que abalará a fé de muitos crentes será uma “impostura religiosa” de falsos profetas, isto é, uma falsa religião, uma falsa doutrina, que trará uma “solução aparente dos seus problemas” e, sobretudo a “apostasia da verdade”. A grande mentira será a “glorificação do homem” no lugar de Cristo. Não há como negar que vemos tudo isso acontecer hoje, aumentando a cada dia.

Essa provação já começou há muito tempo, e se intensifica. Já o ateu Ludwig Fuerbach (†1872), filósofo alemão discípulo de Engels, já dizia que “o homem é a medida de todas as coisas”. Nietsche, discípulo de Fuerbach, filósofo ateu, que morreu num hospício, falava da “morte de Deus” e do evento do “super homem”. Esses filósofos ateus e materialista impregnaram o mundo, sobretudo universitário, desse messianismo em que “o homem se glorifica a si mesmo” no lugar de Cristo. Eles são lidos por muitos universitários hoje.
Quando São Paulo escreveu aos tessalonicenses falando da segunda vinda de Cristo, deixou claro que os que se perderem, será por causa da “apostasia da verdade”. Leia com atenção o que São Paulo disse:
“Porque primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniquidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus.”
São Paulo alerta que “o homem da iniquidade” “usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem, “por não terem cultivado o amor à verdade que os teria podido salvar… Desse modo, serão julgados e condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas consentiram no mal” (2Ts 2, 9-11).
São Paulo insiste na questão da verdade. “Serão condenados todos os que não deram crédito à verdade”. Jesus ensinou que “a verdade vos libertará”. Ele disse a Pilatos que “veio ao mundo para dar testemunho da verdade”.
O demônio é “o pai da mentira” (Jo 8,44), e é especialista nesta arte de enganar os homens; mas Cristo o desmascara. O demônio usará de todas as seduções e mentiras para desviar os fiéis da “verdade que salva”, que Jesus trouxe ao mundo. Vemos o que diz o Catecismo: há um “levante contra tudo o que é divino e sagrado”.
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A verdade que nos salva, que Jesus pregou, os Apóstolos registraram nos Evangelhos e a Igreja ensina pelo seu Sagrado Magistério que Jesus institui para não nos deixar errar o caminho da salvação. Ele confiou esta Verdade salvífica aos Apóstolos, e lhes garantiu na Santa Ceia que nunca se enganariam: “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (João 16,13). “Quem vos ouve a Mim ouve, quem vos rejeita a Mim rejeita” (Lc 10,16). “Não temas pequeno rebanho, foi do agrado do Pai dar-vos o Reino” (Lc 12,32).

O nosso Catecismo garante que “Cristo quis conferir à Sua Igreja uma participação em sua própria infalibilidade, ele que é a Verdade” (n.889). “O ofício pastoral do Magistério está, assim, ordenado ao cuidado para que o Povo de Deus permaneça na verdade que liberta. Para executar esse serviço Cristo dotou os pastores do carisma de infalibilidade em matéria de fé e de costumes” (n. 890); e diz que goza dessa infalibilidade o Papa quando proclama um dogma e o Colégio dos Bispos quando se manifesta em um Concílio Ecumênico (cf. n.891).
Então, para nos livrarmos dos enganos e seduções de Satanás, pela mentira, pelo erro de doutrina que se propaga cada vez mais, pelos falsos profetas, cada vez mais abundantes, um meio seguro para a nossa salvação é o Catecismo da Igreja, que nos explica as verdades da Sagrada Escritura. Quando o Papa São João Paulo II o aprovou, em 1992, disse: “Este Catecismo lhes é dado a fim de que sirva de texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica” (Const. Fidei Depositum).
É aqui, meus irmãos e irmãs, que temos a âncora da verdade que nos livrará de todas as seduções mentirosas do mal, hoje e na hora da volta gloriosa de Cristo Nosso Senhor.
Prof. Felipe Aquino

sexta-feira, 5 de junho de 2015

O segredo da Sagrada Eucaristia (Prof. Felipe Aquino)

A Sagrada Eucaristia é um “segredo” que muitos cristãos ainda não conhecem com profundidade, por isso, não se beneficiam plenamente das suas graças. Há dois mil anos, Jesus está no meio de nós, escondido, e muitos ainda não O conhecem. O Papa São João Paulo II disse que “a Igreja vive de Jesus Eucarístico, por Ele é nutrida; por Ele é iluminada”. (Ecclesia de Eucaristia, 6).
O nosso Catecismo diz: “A Eucaristia é o coração e o ápice da vida da Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja e todos os seus membros a Seu sacrifício de louvor e de ação de graças oferecido, uma vez por todas, na cruz a Seu Pai; pelo Seu sacrifício, Ele derrama as graças da salvação sobre Seu corpo, que é a Igreja” (cf. n.1407).
Por que Jesus se esconde na Eucaristia? Muitos ficam angustiados, porque Ele esconde Sua Glória na Eucaristia. Mas Ele precisa fazer isso, para que o brilho de Sua Majestade não ofusque a nossa vista, impedindo-nos de chegar a Ele. O Senhor não pode mostrar o fulgor de Sua Glória, porque se o mostrasse, nós morreríamos. Nem mesmo podemos olhar para o Sol ao meio-dia! Ele se esconde para podermos nos achegar a Ele sem medo.
Jesus desce até o nada na hóstia para que desçamos com Ele e sintamos profundamente o que Ele disse: “Vinde a Mim, aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. O amor exige a presença do Amado, a comunhão de bens e a união perfeita; por isso Jesus quis ficar na Eucaristia para estar conosco. Ele nos ama profundamente.
A Eucaristia é a maior prova de amor de Jesus. Ele a instituiu na noite em que foi traído. Deus quis ficar conosco para sempre, por causa de nossa fraqueza e miséria: “Eis que Eu estou convosco todos os dias”. (Mt 28,20). Por isso Ele pede: “Permanecei em Mim e Eu permanecerei em Vós, porque sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,4-5).
Santo Agostinho disse que “Jesus, sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar.”
Jesus, no Sacrário, é o prisioneiro do Seu amor por nós. Pesava-Lhe a ideia de nos abandonar neste vale de lágrimas sem a Sua companhia. Por nós, Ele oferece ao Pai, continuamente, as Suas chagas, o Seu Sangue e Seu aniquilamento. Ele é a Hóstia, isto é, “vítima oferecida em sacrifício permanente”. Ali, Ele continua a salvar o homem de forma pessoal e misteriosa; ensina-nos a sermos humildes. Do Sacrário, Ele governa o universo com amor. Não sofre mais na Hóstia, mas está em permanente estado de sacrifício. Ali, Ele se compadece de todos que se aproximam, porque a todos quer salvar. Não há dor que não seja amenizada diante d’Ele. São Paulo relata o que recebeu de Jesus:
“O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: ‘Tomai e comei; isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim’. Igualmente também, depois de ter ceado, tomou o cálice e disse: ‘Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto em memória de mim todas as vezes que o beberdes'” (1Cor 11,23-29).
Na Santa Missa, temos a perpetuação, a atualização, a presentificação do sacrifício da cruz (Cat. n. 1323); a Missa nos une à liturgia do céu e antecipa a vida eterna; é o céu na terra (n. 1326).
A multiplicação dos pães e o milagre das bodas de Caná são sinais da Eucaristia.
Santo Inácio de Antioquia, mártir do império romano (†102), disse: “Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a Eucaristia de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres.” (Carta aos Efésios)

Quanto mais amarmos Jesus Eucarístico, mais seremos semelhantes a Ele. Se Ele pudesse, sem dúvida, derramaria lágrimas copiosas no Sacrário por cada um de nós.
Foi preciso que um ladrão adorasse Sua divindade e proclamasse Sua inocência; foi preciso que a natureza chorasse o seu Criador, já que os homens não o fizeram.
À Consolata Bertone Ele perguntou: “O que mais Eu poderia ter feito por vós?”.
Ninguém é digno de receber Deus em Seu Corpo e Alma, mas Ele quer vir a nós. Então, precisamos comungar com as “disposições necessárias”, isto é, estar em “estado de graça”, sem pecados graves, recebe-Lo com profunda devoção e fazer a ação de graças ao menos por quinze minutos. Sem isso, a presença d’Ele em nossa alma não produzirá os frutos de salvação.
Não se preocupe em sentir nada na comunhão; apenas creia pela fé. Ele disse: “Isso é o meu corpo”. Basta. Não precisamos de mais nada. “Felizes aqueles que creem sem ter visto… Não seja incrédulo, mas homem de fé” (Jo 20, 28-29).
São Cirilo de Jerusalém (315-386), nas suas pregações na Basílica do Santo Sepulcro, falava aos fiéis: “Ao comungarmos o Corpo de Cristo, tornamo-nos “cristóforos”, ou seja, portadores de Cristo”.
Santo Agostinho (354-430) chamava a Eucaristia de “o pão de cada dia, que se torna como o remédio para a nossa fraqueza de cada dia.” E ainda: “Ó reverenda dignidade do sacerdote, em cujas mãos o Filho de Deus se encarna como no Seio da Virgem”. “A virtude própria deste alimento divino é uma força de união que nos une ao Corpo do Salvador e nos faz seus membros, a fim de que nos transformemos naquilo que recebemos”.
São Cipriano de Cartago (†258), durante a perseguição romana, dizia: “Os fiéis bebem diariamente do cálice do Senhor, para que possam também eles derramar o seu sangue por Cristo” (Epistola 56, n. 1).
Todos os Santos foram devotos da Eucaristia; aprendamos com eles:
São Jerônimo (348-420), doutor da Igreja, assim falou da Missa: “Nosso Senhor nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa: o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos pedir-Lhe e que, entretanto, nos é necessário”.
São João Maria Vianney, patrono dos párocos: “Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa, que zelo não teríamos em assistir a ela!”. “Cada Hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano”.
São Bernardo de Claraval (1090-1153), doutor da Igreja: “Fica sabendo, ó cristão, que mais merece ouvir devotamente uma só Missa do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a terra”. “A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”. “Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda de amor os anjos”.
Santa Teresa D’Avila (1515-1582), doutora da Igreja: “Não há meio melhor para se chegar à perfeição”.“Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não costuma pagar mau a hospedagem se o recebemos bem”. “Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”. “É pelo preparo do aposento que se conhece o amor de quem acolhe o seu amado”, dizia Santa Tereza.
São Tomás de Aquino (1225-1274): “A Comunhão destrói a tentação do demônio”.
São João Crisóstomo (349-407), doutor da Igreja: “A Eucaristia dá-nos uma grande inclinação para a virtude, uma grande paz e torna mais fácil o caminho para a santificação”.“Deu-se todo não reservando nada para si”. “Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor” (Ct 2,4-5)”.
Santo Ambrósio (340-397), doutor da Igreja: “Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance.”
São Gregório Nazianzeno (330-379), doutor da Igreja: “Este pão do céu requer-se que se tenha forme. Ele quer ser desejado”.“O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama, de modo que, retirando-no do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno.”
Santo Agostinho (354-430), doutor da Igreja: “Ele se esconde, porque quer ser procurado”. “Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma n’Ele”. “Na Eucaristia, Maria perpetua e estende a sua maternidade.”
Santo Afonso de Ligório (1696-1787), doutor da Igreja: “A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir, prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração, mortificação e recolhimento.”
“Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.
Santa Maria Madalena de Piazzi: “Tempo mais apropriado para crescer no amor de Deus”.”Os minutos que vêm depois da comunhão – dizia a santa – são os mais preciosos que temos em nossa vida; os mais apropriados de nossa parte para entender-nos com Deus e, da parte de Deus, para comunicar-nos o seu amor”.
Santa Teresinha (1873-1897), doutora da Igreja: “Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias”.
“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer, pelo menos, que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão.”
Santa Margarida Maria Alacoque: “Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demônio, do que afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós.”
São Filipe Neri: “A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia.”
Santa Catarina de Gênova: “O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.
São João Bosco: “Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito breve, mas contanto que seja constante.”
Chiara Lubic: “Enquanto existir a Eucaristia eu nunca estarei só. Enquanto existir um sacrário, não terei solidão”.
É preciso preparar-se para receber Jesus.

Prof. Felipe Aquino