quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"Sou simplesmente um Peregrino..."

Últimas palavras públicas do Papa Bento XVI em Castel Gandolfo



Publicamos a seguir as últimas palavras públicas do Papa Bento XVI, dirigidas as fieis reunidos em Castel Gandolfo, nessa tarde às 18h30, hora local.


***
Bento XVI chega a Castel Gandolfo

Obrigado!

Obrigado a vós!

Caros amigos, me sinto feliz de estar aqui convosco, rodeado pela beleza do Criador e pela vossa simpatia  que me faz muito bem. Obrigado pela vossa amizade, o vosso afeto.

Sabeis que este meu dia é diferente dos anteriores: não sou mais Sumo Pontífice da Igreja católica: até às oito da noite o serei ainda, depois não mais. Sou simplesmente um peregrino que começa a última etapa da sua peregrinação sobre esta terra. Mas ainda gostaria ... [aplausos – obrigado!] mas gostaria ainda com o meu coração, com o meu amor, com a minha oração, com a minha reflexão, com todas as minhas forças interiores, trabalhar para o bem comum e o bem da Igreja e da humanidade. E me sinto muito apoiado pela vossa simpatia. Vamos pra frente com o Senhor para o bem da Igreja e do mundo. Obrigado, vos dou agora [aplausos]... com todo o coração a minha benção. Seja bendito Deus Onipotente, Pai e Filho e Espírito Santo. Obrigado, Boa noite! Obrigado a vós todos! 

Roma,  
(fonte: Zenit.org)

A Igreja Católica é de Cristo!

Estamos tristes? Estamos desolados? Perdemos o rumo?

Estas são algumas das perguntas que tenho ouvido sobre nós Católicos Apostólicos Romanos, em referência à renúncia de Sua Santidade, o Papa Bento XVI.

Não vou me perder em teses sobre a sua decisão, até porque a decisão foi dele, e ele - o Papa - nunca decide nada sozinho. Sempre decide com o Espírito Santo, Aquele que verdadeiramente rege a Santa Igreja de Cristo.

Também nós, cristãos, devemos agir assim: sempre com a assistência do Espírito Santo!

Então, para mim - e para qualquer dos bilhões de Católicos pelo mundo afora -, não há essa questão de "estamos órfãos!", como li dia desses em um comentário na web, pois a Igreja é de Jesus Cristo, e não de um Papa ou de um fiel. A Fé em que cremos é a Fé da Igreja, e não a do Padre, do Bispo ou do Papa!

Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo, em entrevista à Rede Canção Nova, em Roma, disse o seguinte: “O Papa, na audiência, falou de uma maneira profunda e, ao mesmo tempo, transparente sobre o que significava a sua renúncia, fazendo também um convite para que a Igreja viva o essencial de sua fé: a confiança em Jesus Cristo, que não abandona a Sua Igreja. Nós sabemos que as pessoas passam, o Papa também passa, mas a Igreja permanece”

 A Igreja Católica é de Cristo: "Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,18-19).

Quem não estiver ligado a Pedro, não está na Comunhão de Fé da Igreja. Portanto, não está ligado a Cristo, o Senhor, pois se Jesus Cristo outorgou a Pedro as chaves do Reino dos Céus, e a seus sucessores, somente por meio de Pedro poderemos estar afiliados à Igreja. Não se iluda. 

O fato de um Papa exercer o seu direito (renunciar), não está provocando um 'desmoronamento' na instituição Católica, pois, ainda que esteja a mesma instituição fundada sobre esta 'rocha' (Cefas=Pedra=Pedro), a instituição é gerada e gerida por um Deus. Não um homem. "As pessoas passam, o Papa também passa, mas a Igreja permenece" (Dom Odilo Cardeal Scherer).

Papa durante despedida dos cardeais no Vaticano (Foto: WPVI)Neste dia, em que o Santo Padre se retira de seu munus petrino, confiemos nossas preces Àquele que tudo sabe, tudo pode e tudo quer para o nosso bem e para o bem daqueles que amam a Santa Igreja, por Ele mesmo instituída, a fim de que, por Seu amor, nos conduza pelos tempos, através de Seu Espírito Divino, nomeando novo Pedro!

Leia hoje: São Lucas 16,19-31)

E seja Feliz!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Teu nome é Maria!!!

Em todos os momentos
nas horas amargas
na noite escura
meu peito afagas.
Teu nome eu sei
desde antes de aprender a
andar
e sorria pra ti:"Mãe!"
"Me ensina a amar!"
 

(poema sem título - Renato Sampaio/2013)

A renúncia de Bento XVI à luz do Ano da Fé

Com a renúncia do Papa Bento XVI, para o próximo dia 28, muita gente ficou espantada. Outros extremamente preocupados. Levantaram velhas e nebulosas profecias. Fim dos tempos, dizem. Tolice!

Meditando sobre isso, estava lendo a matéria abaixo, com o Cardeal Dom Odilo Scherer, homem de grande prudência e fé:

A renúncia de Bento XVI à luz do Ano da Fé

Dom Odilo Pedro Scherer
No dia 28 de fevereiro, o Papa Bento XVI deixará a Cátedra de Pedro e seu gesto de renunciar, surpreendeu a muitos. À luz do Ano da Fé, proclamado pelo mesmo Pontífice em outubro do ano passado, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, faz uma análise sobre a decisão do Santo Padre e afirma: “o Papa, neste gesto, nos dá a entender que a fé vai adiante, na missão da Igreja, no seu testemunho que continua a pregar, anunciar e transmitir a fé.”

“A fé da Igreja é da Igreja e, portanto, o Ano da Fé continua e outro Papa estimulará a Igreja a vivê-lo e fará sua conclusão. É a fé da Igreja à qual nós aderimos pessoalmente e na qual nós vivemos. Essa fé vai avante a dois mil anos e hoje nós a professamos, mas amanhã serão outros”, considerou Dom Odilo.

Outro destaque do cardeal sobre a renúncia do Papa e o Ano da Fé é que, segundo ele, é uma oportunidade para que os fiéis renovem a fé na própria Igreja, conforme professado na oração do Credo: “...creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica”.

“Nós cremos na Igreja e ela não depende unicamente das pessoas que agora a servem. Ela é muito mais que as suas pessoas. Ela é também a Igreja que já foi, que está no Céu e que amanhã será. Portanto, crer na Igreja não é fazer depender necessariamente de uma ou outra pessoa. Os bons exemplos das pessoas, a vivência de santidade, constroem a Igreja para o hoje e o amanhã”, salientou.

Por outro lado, explica o cardeal, o mau exemplo, o mau que alguém, infelizmente, pode cometer, não compromete o bem da Igreja a ponto de destruí-la. “Nós, por mais que queiramos, não destruiremos a Igreja, porque as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

Para Dom Odilo, é preciso renovar a fé nesta mesma Igreja que, na palavra de Seu Fundador, Jesus Cristo, está respaldada pela Sua presença até o fim dos tempos.

“Faz parte da condição humana a falibilidade, isto é, a possibilidade de cair em tentação. Como é parte da condição humana a virtude, o bom exemplo, o bom testemunho, fruto da fé. A Igreja, sobretudo, é animada pelo Espírito Santo. Jesus Cristo prometeu estar sempre com ela. Então, neste momento, devemos renovar essa profissão de fé: creio na Igreja, sim! Deus cuida de Igreja e vai cuidar dela daqui por diante também”, concluiu.
(fonte: Canção Nova)

Leia hoje: São Mateus 23,1-12

E seja Feliz!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Último Angelus do Papa Bento XVI

Brasao_BentoXVI
Angelus
Praça São Pedro
Domingo, 24 de fevereiro de 2013
Queridos irmãos e irmãs,
Obrigado pelo vosso afeto!
Hoje, segundo domingo da Quaresma, temos um Evangelho particularmente belo, aquele da Transfiguração do Senhor. O Evangelista Lucas coloca especial atenção para o fato de que Jesus se transfigurou enquanto rezava: a sua é uma experiência profunda de relacionamento com o Pai durante uma espécie de retiro espiritual que Jesus vive em um alto monte na companhia de Pedro, Tiago e João, os três discípulos sempre presentes nos momentos da manifestação divina do Mestre (Lc 5,10; 8,51; 9,28). O Senhor, que pouco antes tinha predito a sua morte e ressurreição (9, 22) oferece aos discípulos uma antecipação da sua glória. E também na Transfiguração, como no batismo, ressoa a voz do Pai celeste: “Este é o meu filho, o eleito; escutai-o!” (9, 35). A presença então de Moisés e Elias, que representam a Lei e os Profetas da antiga Aliança, é ainda mais significativa: toda a história da Aliança é orientada para Ele, o Cristo, que cumpre um novo “êxodo” (9, 31), não para a terra prometida como no tempo de Moisés, mas para o Céu. A intervenção de Pedro: “Mestre, é bom estarmos aqui” (9, 33) representa a tentativa impossível de parar esta experiência mística. Comenta Santo Agostinho: “[Pedro] … sobre o monte … tinha Cristo como alimento da alma. Por que ele iria descer para voltar aos trabalhos e dores, enquanto lá estava cheio de sentimentos de amor santo para Deus e que o inspiravam, portanto, a uma conduta santa? (Discurso 78,3: PL 38,491).
Meditando sobre esta passagem do Evangelho, podemos aprender um ensinamento muito importante. Antes de tudo, o primado da oração, sem a qual todo o empenho do apostolado e da caridade se reduz ao ativismo. Na Quaresma aprendemos a dar o tempo certo à oração, pessoal e comunitária, que dá fôlego à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é um isolar-se do mundo e das suas contradições, como no Tabor queria fazer Pedro, mas a oração reconduz ao caminho, à ação. “A existência cristã – escrevi na Mensagem para esta Quaresma – consiste em um contínuo subir ao monte do encontro com Deus, e depois voltar a descer trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus” (n. 3).
Queridos irmãos e irmãs, esta Palavra de Deus a sinto de modo particular dirigida a mim, neste momento da minha vida. Obrigado! O Senhor me chama a ‘subir o monte’, a dedicar-me ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, ao contrário, se Deus me pede isto é para que eu possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual tenho buscado fazê-lo até agora, mas de modo mais adequado à minha idade e às minhas forças. Invoquemos a intercessão da Virgem Maria: ela nos ajude a todos a seguir sempre o Senhor Jesus, na oração e nas obras de caridade.
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Legado de Bento XVI

Dedicação à Igreja

O Papa Bento XVI deixa um legado extraordinário à Igreja e ao mundo; uma vida inteira dedicada a ela com todo ardor, humildade e zelo apostólico. Desde padre jovem, participou do Concílio Vaticano II (1963-1965) como assessor teológico de seu bispo. Depois, viveu intensamente sua vida na Alemanha como bispo e cardeal. Foi eleito como um dos únicos sacerdotes da Academia de Ciências do Vaticano.
Durante 25 anos, foi Prefeito da “Sagrada Congregação da Doutrina da Fé” do Vaticano, braço direito do Papa João Paulo II, seu grande amigo. Nessa função, teve de enfrentar as heresias modernas de uma teologia da libertação marxista, empolgada com uma falsa “igreja popular” que nasce do povo e não de Deus e de Seu Filho Jesus. Com firmeza, o então cardeal Ratzinger teve de enfrentar as injustas e maldosas críticas dos falsos profetas apoiados pela mídia secular. Foi obrigado a punir teólogos desviados da “sã doutrina” como Leonardo Boff e Jon Sobrino, estrelas da TL.
Ele foi um profeta que sempre falou de Deus com a fidelidade e a coragem dos grandes personagens bíblicos. Não teve medo de enfrentar e continuar os erros da teologia da libertação marxista, pedindo aos bispos do Brasil, em 05/10/2010, que a eliminassem de suas dioceses tendo em vista o seu grande perigo para a Igreja e para a fé do povo. Disse: “As suas sequelas, mais ou menos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas.”
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O Conclave que o elegeu Papa foi rapidíssimo; os cardeais eleitores entenderam com clareza que não havia outro gigante à altura de substituir João Paulo II no comando da Barca de Pedro.
Logo que assumiu o pontificado, iniciou sua luta contra o que chamou de “ditadura do relativismo”, a qual nega toda verdade e ensina que cada um faz a sua, algo que destrói a família e a sociedade. O Papa é o paladino e arauto da verdade que salva (cf. Catecismo §851). Ele mostrou que o relativismo “mortifica a razão, porque ensina que o ser humano não pode conhecer nada com certeza além do campo científico positivo”.
Bento XVI, de maneira afável, humilde e reservada, com palavras moderadas e profundas, fez um trabalho apostólico fundamental superando as declarações desviadas dos que “querem uma Igreja desestruturada e que pregam uma teologia libertária, bem longe da verdadeira libertação preconizada na Bíblia”, como disse o Cônego José Vidigal.
Aos bispos que ordenou, no último dia dos reis magos, ele deixou claro que a Igreja não vai mudar só para agradar. “A aprovação da sabedoria predominante não é o critério a que nos submetemos. Por isso, a coragem de contrariar a mentalidade prevalecente é particularmente urgente para um bispo. Ele deve ser corajoso.”
Bento XVI “é um dos maiores intelectuais do mundo contemporâneo e tornou-se um dos mais notáveis Pontífices da História da Igreja”, disse o Dr. Ives Gandra Martins.
O Papa deixa-nos três encíclicas fundamentais: Deus caritas est, Spes salvi e Caritas in veritate, que precisam ser estudadas detalhadamente, porque apontam soluções claras para os problemas do mundo moderno. Elas nos mostram o perfeito conhecimento de todos os problemas da realidade mundial a partir do homem, procurando salvar os verdadeiros valores da humanidade.
Bento XVI abriu um diálogo profundo com os intelectuais, especialmente os ateus, com o Programa “Pátio dos Gentios”, levando o debate a eles nas maiores universidades do mundo, buscando quebrar a mentira de que entre a ciência e a fé haja uma dicotomia.
O Papa deixa-nos uma quantidade imensa de excelentes livros, especialmente a série “Jesus de Nazaré”, escrita durante o pontificado, mostrando a realidade histórica de Jesus e a coincidência do Cristo da fé com o da História. Dr. Ives Gandra disse que “talvez tenha sido, em 2 mil anos de história da Igreja, o pontífice mais culto e o que mais escreveu”.
Luana-PAPA
Bento XVI foi um Papa corajoso; não teve medo de enfrentar as acusações injustas que recebeu de ter sido omisso diante dos casos de pedofilia, e agiu com energia para corrigir o problema. Não se curvou diante de tantas blasfêmias contra ele, como a recente e deplorável peça de teatro na PUC de São Paulo (Decapitando o Papa). Por outro lado, não se curvou diante de um feminismo barulhento, também interno à Igreja, e de um modernismo vazio que quis lhe impor a quebra do celibato sacerdotal, a aceitação da ordenação de mulheres e outros erros.
Tal como um novo São Bento de Núrcia, Bento XVI deu início ao reerguimento do Ocidente. O primeiro enfrentou os bárbaros com seus monges cultos e santos espalhados em toda a Europa; o novo Bento enfrentou os “novos bárbaros” que não saqueiam casas e cidades, mas matam as almas e os valores e civilização cristã que tanta luta e sangue custaram dos filhos da Igreja.
Bento XVI soube interpretar e defender o Concílio Vaticano II dos ataques injustos que recebeu tanto dos ultraconservadores que quiseram ver nele as causas dos problemas da Igreja e do mundo, bem como dos avançadinhos ultramodernos que querem ver no Concílio um absurdo “rompimento da Igreja com seu passado”. O Papa soube dar continuidade à “Primavera da Igreja”, a qual o Concílio nos trouxe, como disse João Paulo II. E agora nos deixa o “Ano da Fé” e a proposta de uma nova evangelização.
Mesmo a renúncia de Bento XVI é um legado importante para a posteridade, porque é um gesto de profunda humildade e desapego, corajoso, coerente e fervoroso. Um ato de desprendimento das coisas terrenas, num tempo em que todos se apegam ao poder para se promover, para fazer valer a sua vontade etc. Penso que essa decisão histórica do Papa fará com que outros tenham a mesma coragem de repetir o seu gesto quando isso for necessário.

Professor Felipe Aquino 

fonte: http://papa.cancaonova.com

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Papa não exerceu um poder, mas cumpriu uma missão

Pe. Federico Lombardi: um depoimento à Rádio Vaticano

Cidade do Vaticano, 18 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org). Federico Lombardi, SJ

A declaração da renúncia de Bento XVI ao pontificado, na segunda-feira passada, abalou o mundo, tão inesperada que era para a maioria, dentro e fora da Igreja e do Vaticano. Todos ficamos profundamente tocados e ainda tentamos entender o seu alcance e o seu significado.
Mas, para sermos honestos, é uma decisão que surpreendeu mais aqueles que não o conheciam do que aqueles que o acompanhavam com atenção. Ele tinha falado claramente desta possibilidade no livro-entrevista "Luz do Mundo"; tinha um jeito sempre discreto e prudente de falar sobre os compromissos futuros do seu pontificado; era absolutamente claro que ele estava cumprindo uma missão recebida, mais do que exercendo um poder adquirido.
Realmente não foi por falsa humildade que, no início do papado, ele se apresentou como "um humilde trabalhador na vinha do Senhor", sempre cuidadoso para usar com sabedoria as forças físicas, que não eram mais exuberantes, a fim de realizar do melhor modo possível o trabalho imenso que lhe foi confiado, e que para ele era inesperado, pois já estava com uma idade avançada.
Sabedoria humana e cristã admirável de quem vive diante de Deus, na fé, em liberdade de espírito; de quem conhece as suas responsabilidades e forças; e que indica, na renúncia, uma perspectiva de esperança e de compromisso renovado. Um grande ato de governo da Igreja, não, como alguns pensam, porque o papa não sentisse mais a força para guiar a cúria romana, e sim porque os grandes problemas da Igreja e do mundo, dos quais ele é mais do que consciente, requerem hoje uma grande força e um horizonte de tempo de governo proporcional a grandes empreitadas, que não pode ser de curta duração.
Bento XVI não nos abandona no momento de dificuldade. Com segurança, ele convida a Igreja a se confiar ao Espírito e a um novo sucessor de Pedro. Ele disse que sente quase fisicamente a intensidade da oração e do amor que o acompanha. E nós sentiremos, por nossa vez, a intensidade única da sua oração e do seu afeto pelo sucessor e por nós.
Provavelmente, esta relação espiritual será ainda mais profunda e mais forte do que antes. Intensa comunhão na liberdade absoluta.

* Para aprofundar: http://it.radiovaticana.va/radiogiornale14.asp
 © Innovative Media Inc. 

Seja Feliz!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O que são Indulgências?

Indulgências: Padre Paulo explica o que são e quais seus efeitos

André Luiz
Da Redação

"A indulgência é a Igreja que vem em socorro do fiel que faz penitência para, como mãe, aliviá-la," explica Padre Paulo Ricardo.
"A absolvição sacramental livra a pessoa do inferno e a indulgência livra a pessoa do purgatório", explica o sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá, padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.
Segundo ele, o perdão dos pecados não resolve o problema das doenças espirituais do homem, portanto, as indulgências são necessárias para que os efeitos do pecado, ainda no coração humano, sejam curados.
As indulgências são uma realidade antiga na Igreja Católica. E no decorrer dos anos, foram motivo de questionamentos para muitos, como também foram, para os que creem, um meio de rezar pelos falecidos e buscar a remissão dos pecados.
Em entrevista à equipe do noticias.cancaonova.com, padre Paulo traz uma definição simples e clara sobre a realidade das indulgências. O sacerdote também explica como elas surgiram na Igreja, qual seu objetivo e o que fazer para obtê-las.

noticias.cancaonova.com - De forma prática e simples, como o senhor definiria as indulgências?
Padre Paulo - Para que as pessoas entendam o que é indulgência é necessário entender antes o que é pena temporal. Quando vamos nos confessar o sacerdote perdoa a pena eterna. Por causa dos nossos pecados, nós merecemos o inferno, então, o sacerdote perdoa os nossos pecados e com isso nós seremos salvos.
Mas, ao mesmo tempo, o pecado tornou o nosso coração pior, nosso coração não está pronto para entrar no céu. Se eu me confessar e morrer imediatamente após a confissão, eu estou salvo, mas não estou santo. Por que ainda não amo a Deus de todo o coração, de toda alma e todo o entendimento. Então, a pessoa que morre nesta situação vai para o purgatório e, ali, purifica-se.
A indulgência é a remissão deste tempo do purgatório. A absolvição sacramental livra a pessoa do inferno e a indulgência livra a pessoa do purgatório.
noticias.cancaonova.com - Como surgiram as indulgências na Igreja?
Padre Paulo - No início do Cristianismo, quando as pessoas iam recorrer ao Sacramento da Reconciliação, a ordem das coisas era diferente como nos tempos de hoje. Atualmente, nós vamos ao padre, ele nos dá o perdão dos pecados e passa uma penitência para cumprirmos depois da confissão. No início da Igreja, era diferente: a pessoa confessava os seus pecados, o padre passava a penitência e, então, a pessoa ficava cumprindo aquela penitência durante vários meses e, às vezes, longos anos para que, finalmente, fosse perdoada.
Acontece que nesta época, havia a perseguição da Igreja e também havia vários mártires. Então, os cristãos que estavam aprisionados e que iam morrer condenados à morte pelos perseguidores do Império Romano, muitas vezes, escreviam cartas aos bispos dizendo: "senhor bispo, eu vou morrer e a minha morte será uma penitência. Use esta minha penitência para remir as penas, para perdoar a penitência de outra pessoa".
Eram mártires que se ofereciam para cumprir penitência no lugar daquelas pessoas. A origem da indulgência consiste nisso: sabermos que somos um só corpo. E sendo um só corpo enquanto Igreja, a penitência, o martírio de alguns, pode servir para compensar a penitência de outros. Na verdade, essa história de amor está na raiz do surgimento das indulgências.
noticias.cancaonova.com - A questão das indulgências é uma prática antiga na Igreja e sofreu algumas incompreensões em certos momentos da história. A que se deve a visão negativa que muitos tiveram com relação às indulgências?
Padre Paulo - Deve-se principalmente à reação de Lutero àquilo que era a prática das indulgências na Alemanha, na época da reforma protestante. A Igreja acredita que essas penitências que o fiel faz, podem realmente remir a pena do purgatório. Seja do próprio fiel, sejam das almas que estão no purgatório.

Entre essas várias práticas penitencial, existe a esmola. Acontece que na época da Alemanha, do tempo de Lutero, havia alguns pregadores que estavam abusando da prática da esmola. Havia na realidade uma espécie de venda das indulgências, ou seja, as pessoas recebiam a indulgência gratuitamente, mas a obra penitencial exigida delas era uma esmola. Então, isso fazia parecer que os pregadores estavam vendendo a indulgência. Lutero se revoltou contra isso e a partir da sua reação houve a revolta protestante.
noticias.cancaonova.com - Por que é necessário buscar as indulgências mesmo após ter recebido o Sacramento da Reconciliação?
Padre Paulo - Por que o perdão dos pecados não resolve o problema das nossas doenças espirituais, ou seja, uma vez que nós formos perdoados, nós precisamos ainda assim fazer práticas penitenciais. Por que é a penitência que irá, aos poucos, tornar o nosso coração um coração melhor. A indulgência é a Igreja que vem em socorro do fiel que faz penitência para, como mãe, aliviá-la.
noticias.cancaonova.com - Qual a diferença entre a indulgência plenária e a parcial?
Padre Paulo - Indulgência plenária, o próprio nome diz, ela redime totalmente a pena que a pessoa teria que cumprir no purgatório. Enquanto a parcial, redime só em partes. A plenária é totalmente eficaz e definitiva para as pessoas mortas. Por exemplo, se eu tenho um parente que faleceu e cumpro uma obra indulgenciada, essa pessoa então, estaria liberta de todo o tempo do seu purgatório.
noticias.cancaonova.com - A Igreja ensina que para obter as indulgências o fiel precisa estar em estado de graça. O vem a ser este estado?
Padre Paulo - É um estado de amizade com Deus em que a pessoa não só recebeu o perdão dos pecados, mas também está disposta a abandonar qualquer tipo de pecado, até mesmo o venial.
noticias.cancaonova.com - Quais as outras condições para se obter indulgências? Quem pode e quem não pode recebê-las?
Padre Paulo - As indulgências plenárias, geralmente, consistem em uma obra que é indulgenciada e mais outras três condições: confissão, comunhão e oração pelo Santo Padre, o Papa. Estas três condições básicas sempre acompanham as obras que são indulgências plenárias.

A pessoa, para receber a indulgência, precisa ter condição para cumprir as obras. Se uma pessoa está em estado de pecado, numa situação irregular e não pode se confessar, logo, é evidente que ela não pode receber indulgência.
noticias.cancaonova.com - Quais as obras que, cumpridas, oferecem indulgência aos fiéis?
Padre Paulo - As obras podem ser: uma visita a um cemitério, uma Igreja, a um santuário; fazer uma peregrinação, dentre outras práticas. Mas, neste Ano da Fé, o Santo Padre indulgenciou o fato de as pessoas estudarem o Catecismo da Igreja Católica ou os documentos do Concílio Vaticano II.

Então, se as pessoas que, durante esse Ano da Fé, estudarem o Catecismo num certo tempo ou lerem piedosamente os documentos do Vaticano II, elas podem, fazendo aquelas três condições básicas de confissão, comunhão e oração pelo Papa, receber indulgências plenárias.

fonte: Canção Nova

Juventude Apaixonada Pelos Céus!

Estamos na Quaresma...tempo de reflexão e de voltar ao primeiro amor, que é Deus, e que muitas e muitas vezes abandonamos, para seguir ilusões que só fazem nos decepcionar.

Neste Carnaval, tive a oportunidade de estar em meio aos jovens de minha Paróquia e de outras comunidades da Diocese de Petrópolis, em retiro. Foi extremamente gratificante vê-los na sua alegria tão característica, e pude refletir, nesses dias, o quanto os jovens têm sede de Deus!

Mas o mundo que os cerca enche-lhes de cores vibrantes para poder distrsí-los e levá-los para a perdição: sexo, drogas, bebidas, cigarros, prazeres desenfreados...e no dia seguinte o que resta é a culpa.

Nesta Jornada Mundial da Juventude, que estaremos realizando no Brasil, em Julho, em pleno Rio de Janeiro, espero ver muitos jovens voltando para Deus, voltando para casa, voltando para seus pais, voltando para a Fé.

Eu vou ficar por aqui, rezando e pedindo a Deus que abençoe cada jovem, cada coração apaixonado pelos céus!

Seja Feliz!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A renúncia do Papa e os oportunistas da imprensa popular

Na sua mensagem para o Dia Mundial da Comunicação de 2008, Bento XVI alertou para os riscos de uma mídia não comprometida com a reta informação.
Que a mídia secular não é o melhor meio para se informar a respeito da Igreja Católica, isso não é novidade. Basta fazer uma rápida leitura nas manchetes dos principais jornais do país a respeito da renúncia do Papa Bento XVI para se ter a certeza de que o amadorismo reina nessas aclamadas agências de notícias. No entanto, acreditar na simples inocência desses senhores e cobri-los com um véu de caridade por seus comentários maldosos e, muitas vezes, insultuosos não seria honesto. É necessário compreender muito bem que muitos desses veículos estão ardorosamente comprometidos com a desinformação e com os princípios contrários à reta moral defendida pela Igreja. Daí a quantidade de sandices que surgiram na mídia nos últimos dias.

Logo após o anúncio da decisão do Santo Padre, publicou-se na imprensa do mundo todo que a ação de Bento XVI causaria uma "revolução" sem precedentes na doutrina da Igreja. Uma atrapalhada correspondente de uma emissora brasileira afirmou que a renúncia do papa abriria caminho para as "reformas" do Concílio Vaticano II e que isso daria mais poderes aos bispos. Já outros declaravam que os recentes fatos colocavam em xeque o dogma da "Infalibilidade Papal", proclamado pelo Concílio Vaticano I. Nada mais fantasioso.

É verdade que uma renúncia tal qual a de Bento XVI nunca houve na história da Igreja. A última resignação de um papa aconteceu ainda na Idade Média e em circunstâncias bem diversas. Todavia, isso não significa que o Papa Ratzinger tenha modificado ou inventado qualquer novo dogma ou lei eclesiástica. O direito à renúncia do ministério petrino já estava previsto no Código do Direito Canônico, promulgado pelo Beato João Paulo II em 1983. Portanto, de modo livre e consciente - como explicou no seu discurso - Bento XVI apenas fez uso de um direito que a lei canônica lhe dava e nada nos autoriza a pensar que fora diferente. Usar desse pretexto para fazer afirmações tacanhas sobre dogmas e reformas na Igreja é simplesmente ridículo. Quem faz esses comentários carece de profundos conhecimentos sobre a doutrina católica, sobretudo a expressa no Concílio Vaticano II.

Outros comentaristas foram mais longe nas especulações e atestaram que a renúncia do Papa devia-se às pressões internas que ele sofria por seu perfil tradicionalista e conservador. Além disso, as crises pelos escândalos de pedofilia e vazamentos de documentos internos também teriam pesado na decisão. Não obstante, quem conhece o pensamento de Bento XVI sabe que ele jamais tomaria essa decisão se estivesse em meio a uma crise ou situação que exigisse uma particular solicitude pastoral. E isso ficou muito bem expresso na sua entrevista com o jornalista Peter Seewald - publicada no livro Luz do Mundo - na qual o Papa explica que em momentos de dificuldades, não é possível demitir-se e passar o problema para as mãos de outro.

Mas de todas as notícias veiculadas por esses jornais, certamente as mais esdrúxulas foram as que fizeram referência às antigas "profecias" apocalípiticas que prediziam o fim da Igreja Católica. Numa dessas reportagens, um notório jornal do Brasil dizia: "O anúncio da renúncia do papa Bento 16 fez relembrar a famosa "Profecia de São Malaquias", que anuncia o fim da Igreja e do mundo". É curioso notar o repentino surto de fé desses reconhecidos laicistas logo em teorias que proclamam o fim da Igreja. Isso tem muito a dizer a respeito deles e de suas intenções.

Por fim, também não faltaram os especialistas de plantão e teólogos liberais chamados pelas bancadas dos principais jornais do país para pedir a eleição de um papa "mais aberto". Segundo esses doutos senhores, a Igreja deveria ceder em assuntos morais, permitindo o uso da camisinha, do aborto e casamento gay para conter o êxodo de fiéis para as seitas protestantes. A essas pretensões deve-se responder claramente: A Igreja jamais permitirá aquilo que vai contra a vontade de Deus e nenhum Papa tem o poder de modificar isso. A doutrina católica é imutável. Ademais, os fiéis jovens da Igreja têm se mostrado cada vez mais conservadores e avessos à moral liberal. Inovações liberais para atrair fiéis nunca deram certo e os bancos vazios da Igreja Anglicana são a maior prova disso.

O comportamento vil da mídia secular leva-nos a fazer sérios questionamentos sobre a credibilidade e idoneidade dos chefes de redações que compõem as mesas desses jornais. Das duas, uma: ou esses senhores carecem de formação adequada e por isso seus textos são recheados de ignorâncias e nonsenses, ou então, esses doutos jornalistas têm um sério compromisso com a desinformação e a manipulação dos fatos, algo que está diametralmente oposto ao Código de Ética do Jornalismo. Se fôssemos seguir a cartilha desses órgãos de imprensa, hoje seríamos obrigados a crer que Bento XVI liberou a camisinha, excomungou o boi e o jumento do presépio, acobertou padres pedófilos e mais uma série de disparates que uma simples leitura correta dos fatos seria o suficiente para derrubar a mentira.

Na sua mensagem para o Dia Mundial da Comunicação de 2008, o Papa Bento XVI alertou para os riscos de uma mídia que não está comprometida com a reta informação. "Constata-se, por exemplo, que em certos casos as mídias são utilizadas, não para um correcto serviço de informação, mas para «criar» os próprios acontecimentos", denunciou o Santo Padre. Bento XVI assinalou que os meios de comunicação devem estar ordenados para a busca da verdade e a sua partilha. Pelo jeito, a imprensa secular ainda tem muito a aprender com o Santo Padre.

Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior
Arquidiocese de Cuiabá - Mato Grosso
padrepauloricardo.org

Mensagem de Bento XVI para a Quaresma 2013



MENSAGEM
Crer na caridade suscita caridade 
"Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele"
(1 Jo 4, 16) 

Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2013

Queridos irmãos e irmãs!

A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.

1. A fé como resposta ao amor de Deus

Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: "Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele" (1 Jo 4, 16), recordava que, "no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um 'mandamento', mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro" (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e "apaixonado" que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: "O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no ato globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está 'concluído' e completado" (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os "agentes da caridade", a necessidade da fé, daquele "encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor" (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - "caritas Christi urget nos" (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.

"A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir" (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente "o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado" (ibid., 7).

2. A caridade como vida na fé

Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o "sim" da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).

Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma "fé que atua pelo amor" (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).

A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é "caminhar" na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).

3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade

À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma "dialética". Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o ativismo moralista.

A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e ação, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De fato, por vezes tende-se a circunscrever a palavra "caridade" à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o "serviço da Palavra". Não há ação mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8).

Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contato com o divino que é capaz de nos fazer "enamorar do Amor", para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.

A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: "É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas ações que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos" (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.

4. Prioridade da fé, primazia da caridade

Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a ação do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:"Abbá! – Pai!" (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: "Jesus é Senhor!" (1 Cor 12, 3) e "Maranatha! – Vem, Senhor!" (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).

Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).

A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Batismo e a Eucaristia. O Batismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé ("saber-se amado por Deus"), mas deve chegar à verdade da caridade ("saber amar a Deus e ao próximo"), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).

Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!

Vaticano, 15 de Outubro de 2012

Papa Bento XVI, um testemunho de humildade



Há um ano, estive na mesma situação de ter de renunciar ao cargo de duas coordenações pastorais. Foi uma decisão pensada, e meditada, onde busquei na oração e no diálogo com Deus, a força para poder decidir-me. Sei que agi corretamente, e sei que não sou réu de culpa. Percebi que não podia continuar responsável por algo em que, apesar do amor à causa, não conseguia mais suplantar as dificuldades que estavam se descortinando à minha frente. Não foi um ato de covardia, até porque o fiz [a renuncia] em plena liberdade. Entretanto, sei que decepcionei pessoas, e que algumas devem, inclusive, ter perdido a confiança em mim, mas confio a Deus os corações que possam ter ficado ressentidos com minha decisão, e aguardo em Deus e somente de Deus, o julgamento pelos meus atos, até porque minha consciência de nada me acusa. Então, percebo o peso que se passa no coração do Papa Bento XVI.


Ato de coragem, humildade e de coerência

Eleito à cátedra de Pedro, em 19 de abril de 2005, após a morte de João Paulo II, em quase oito anos de pontificado, papa Bento XVI anunciou que vai deixar o papado, em 28 de fevereiro, pela idade avançada e o cansaço. Mas o líder da Igreja Católica acumula uma trajetória extensa até essa data importante para os mais de 1 bilhão de católicos em todo o mundo.
O Papa revelou sua decisão durante o consistório, encontro com os cardeais, que tinha sido convocado para decidir três causas de canonização.
Dom Dominique Rey, bispo da diocese de Tolon, na França, em entrevista, contou-nos que esteve em um encontro há três semana com Bento XVI. “Conversamos durante uma hora. O Santo Padre é um homem culto, muito atento e humilde. Ele nos dizia: ‘sou um bispo como um outro’. Vi ali um homem simples, mas de decisão forte e muito concreto,” afirmou.
O bispo ainda lembrou que o Santo Padre abriu o Ano da Fé e chamou a atenção da Igreja para a nova evangelização, a urgência de falar de Deus no mundo atual.
“A Igreja segue este caminho, segue nesta direção. Será o sucessor de Bento XVI quem continuará colocando em prática estas duas propostas da Igreja,” salientou Dom Rey.
Professor Felipe Aquino, apresentador do programa ‘Trocando Ideias’, na TVCN, diz que considera a decisão do Papa como um ato de coragem e humildade.
“Um ditado diz que ‘ninguém quer largar o osso’, pois as pessoas não gostam de deixar o poder. Então, o fato de ele renunciar em plena saúde mental mostra que ele mesmo chegou à conclusão de que a Igreja precisa de um homem com mais energia, por isso renunciou. É um ato de coerência, porque Bento XVI, em uma de suas entrevistas, disse a um jornalista italiano, ao ser perguntado se ele renunciaria: ‘se um dia eu chegar à conclusão de que eu não tenho condições de continuar a governar a Igreja, eu renuncio’”, comentou o professor.
Aquino ainda conclui: “Ele é um homem que se abriu ao diálogo com os intelectuais, disputava em debates com filósofos ateus abertamente, porque tem uma capacidade teológica e filosófica impressionante”.
Laurent Landette, Moderador Internacional da Comunidade Emanuel, fala-nos do testemunho do Papa, luz para a vida consagrada nos tempos atuais: “Este pronunciamento revela para nós a pessoa do Santo Padre. A sua humildade nos ensina que é preciso haver em nós o desejo de servir a Igreja, mas sem nos apropriar da nossa missão, do nosso cargo. Bento XVI com sua conduta nos ajuda a ver melhor que é preciso servir com simplicidade, pobreza e desapego; de fato, é edificante o testemunho do Santo Padre”.
Professor Felipe esclarece que o Código de Direito Canônico prevê a possibilidade jurídica de renúncia por parte do Papa e esta não precisa ser aceita por ninguém para ter validade, como indica o cânon 332.
“Venha quem vier, pois sabemos que este nome está escrito no coração de Jesus e o Espírito Santo já sabe quem será o novo Papa. Cabe a nós rezarmos pelos cardeais e oferecer por eles o nosso jejum e esmola, pois a Quaresma está começando. Tenho certeza que o Papa colocou isso no coração de Nossa Senhora e ela, como Mãe de toda a Igreja, vai cuidar de tudo isso”, concluiu o professor.
Bento XVI iniciou o seu pontificado com a encíclica “Deus Caritas Est” e falou aos jovens da necessidade de amor e do testemunho autêntico da fé. Grande ensinamento ele nos deixa, pois sabemos que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”.
(Fonte: Canção Nova)

Bento XVI anuncia sua renúncia como Papa

"Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus".

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

Bento XVI

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Tome posse da bênção que Deus lhe dá

Deus é maravilhoso, mas você precisa aprender a percebê-lO na sua vida, pois Ele age diretamente nela, para dar-lhe bênçãos abundantes, que você nem imagina estar recebendo! A cada segundo que você respira, é o milagre da vida que Deus está-lhe concedendo viver! Você não vê a Deus com seus olhos, mas O vê pela FÉ!

Deus é Pai, mas não é paternalista – não faz aquilo que podemos fazer por nós mesmos. A bênção que o Senhor nos dá é aquilo que não podemos fazer por nós mesmos, está acima da nossa natureza.

Se o Senhor lhe dá uma bênção para cada dia, assim como dava o maná para o povo de Israel, você precisa pegar esta bênção.

A graça de Deus nunca é demais. Você pode e precisa pedi-la a cada dia: "Abençoa-me e abençoa-me muito". Isso não é egoísmo, mas necessidade.

É Deus quem sabe como e quando a bênção vai atingir a nossa vida. Você não precisa se preocupar quando Deus vai agir, mas apenas tomar posse da bênção que Ele lhe dá.

Ele quer que você aprenda a pedir, porque pode ser que a bênção daquele dia reflita na sua vida inteira.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Seja Feliz!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Deus não grita nem empurra

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Deus é amor e só deseja nos guiar
Enquanto revejo minha vida, em dias de descanso, percebo que há dez anos eu não fazia a mínima ideia de como as coisas iriam acontecer para eu estar onde estou nem como estou hoje. No entanto, percebo também que, infelizmente, continuo iludida de que tenho o controle de minha própria vida.

Gosto de tomar as decisões segundo meus objetivos e busco sempre a vitória em tudo que faço. Mas, enquanto estou ocupada com meus interesses, torno-me insensível à ação do Espírito de Deus em mim, o qual me mostra direções quase sempre bem diferentes das minhas.

Como faz bem parar um pouco e dar espaço ao silêncio e à solidão em nossos dias!

Quando nos permitimos ouvir a voz de Deus, Ele nos faz conscientes de Suas inspirações divinas. Seu Espírito é calmo e sereno como uma voz suave ou uma ligeira brisa. O Senhor não grita nem empurra, mas respeita nosso processo e anseia pelo momento certo de falar ao nosso coração. Mas por que temos tanta dificuldade em ouvi-Lo? Existem algumas razões, destaco duas: medo de sermos conduzidos para situações e lugares diante dos quais julgamos que vamos perder nossa liberdade ou, talvez, porque pensamos em Deus como um inimigo que exige de nós algo que julgamos não ser o melhor para nós, ou seja, ainda não confiamos plenamente no Seu amor de Pai.
 
Deus é amor e só deseja nos guiar para lugares onde os anseios mais profundos do nosso coração possam ser satisfeitos.

Recordo-me de uma época em que eu estava bastante sofrida com o fim de um relacionamento, mas hoje percebo que não havia nada para dar certo. Lembro-me que, numa manhã, entrei na capela para fazer adoração ao Santíssimo Sacramento, como faz parte da nossa espiritualidade na Canção Nova - comunidade católica à qual pertenço -, e lá encontrei uma amiga. Conhecendo minha dor, ela dispôs-se a rezar por mim.

Durante a oração, Deus deu a ela uma palavra, a qual foi proclamada com autoridade sobre a minha vida. A palavra é essa: "O Senhor tem para ti desígnios de felicidade". A Palavra parecia contraditória para o momento, mas eu a acolhi e passei a rezar com ela. Durante muitos dias, em meio às lágrimas, eu dizia diante do Santíssimo: "O Senhor tem para mim desígnios de felicidade. Meu Deus, eu não vejo nada, mas eu creio!" Hoje compreendo, ao menos em parte, o que Deus estava me dizendo com aquela passagem da Sagrada Escritura e só posso testemunhar que Seus desígnios são realmente plenos de felicidade para a vida de cada um de nós. Ele não exclui, já neste mundo, as lágrimas e as dores próprias do crescimento, mas tem o melhor para nossa vida e quer nos conduzir até lá, porque o Senhor é amor e o amor só deseja o bem.

Muitas vezes, nem nós mesmos sabemos o que realmente queremos; somos, na verdade, levados por nossos sentimentos feridos, nossa cobiça ou impulsos humanos, e partimos do ponto de vista errado de que esses sentimentos nos dizem o que realmente queremos. Mas Deus vai além dos sentimentos, Ele nos conhece por inteiro, sonda-nos por completo como diz o Salmo 138 e quer nos conduzir sempre pelos caminhos eternos.

Hoje, tenhamos a coragem de ouvir a suave e calma voz de Deus que nos diz: "Não tenha medo de deixar de lado a necessidade que você sente de controlar a sua própria vida. Deixe que eu preencha os vazios mais profundos do seu coração. Eu tenho também para você desígnios de felicidade".

Confiemos, portanto, no amor misericordioso de Deus que é Pai e não nos abandona jamais. Ele é fiel cumpridor das Suas promessas.

Estamos juntos! Rezo por você.

Dijanira Silva 
 
Foto Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com
Dijanira Silva, Dijanira Silva, missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside a missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América SP.




Seja Feliz!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O que é a Oração

Deus deu ao homem a capacidade de orar. o homem é o único ser vivo que, além de pensar, usar a razão, o raciocínio, ter consciência de si mesmo, reconhece, a partir do conhecimento de si próprio, a existência de Deus.

Deus se dá a conhecer ao homem de muitas formas. E o homem tem o desejo inato de Deus. A não satisfação desse desejo leva o homem às inconstâncias e desvituamentos, tanto legais como morais.

Mas quando o homem se rende à sua vocação (a Eternidade), e reza, Deus se lhe revela.

Já falei disso há tempos. Orar é transcender.

Padre explica o que é a oração e por que Deus sempre a atende

por André Alves

Padre Alírio Pedrini
Para os cristãos e de acordo os escritos bíblicos do Novo Testamento, a oração é a força para a perseverança nos caminhos da fé (cf. At 1,14); ela abre as portas do céu para as graças de Deus (cf. Mc 11,24); liberta o homem do poder do mal (cf. Mc 9,29) e para quem crê na Bíblia, a oração pode fazer o impossível acontecer (cf. Mt 17,20).
Muitos santos da Igreja Católica definiram, a partir da sua experiência pessoal, o que vem a ser a oração. Segundo os escritos de Santa Teresinha do Menino Jesus, "a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria."

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Alinhado aos ensinamentos da Igreja, padre Alírio José Pedrini, Dehoniano, autor de vários livros relacionados à oração, explica que a oração é o relacionamento de uma pessoa humana com o seu Deus. "Um relacionamento que vem do falar com Deus, adorar, louvar, glorificar, bendizer e exaltar a Deus. Ao mesmo tempo, consiste em ouvir a Deus, com o silêncio do coração, através da leitura da Sagrada Escritura. Toda essa comunicação é a oração", diz o padre.

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC), existem seis formas de oração baseadas nas Sagradas Escrituras: benção, adoração, súplica, intercessão, ação de graças e louvor. (cf. CIC 2626)

Segundo padre Alírio, cada formato de oração tem o seu valor porque brota do coração humano que vai conversar com o coração de Deus. Todavia, o sacerdote ressalta que a oração que primeiro deve sair dos lábios do homem é a oração de adoração a Deus.

"A adoração é sempre o primeiro impulso diante de Deus, de reconhecê-lo como Deus, proclamá-lo como Deus, de querê-lo como Deus verdadeiro. Crer que Ele é Uno, é Trino, é Pai, Filho e Espírito Santo e que Ele tem todas as qualidades e atributos divinos. Portanto, a oração que mais se adéqua diante de Deus é exatamente reconhecê-lo como Deus, e isto se chama adoração", reforçou.

Deus sempre ouve as nossas orações?

Jesus disse no Evangelho de São Mateus: "Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis" (Mt 21,22). No entanto, aos olhos humanos, essa passagem bíblica poderia ser tachada de inadequada, visto que nem tudo aquilo que se pede a Deus Ele concede. Verdade? Padre Alírio afirma que não. Segundo ele, Deus sempre diz Sim à oração do homem.

“Eu poderia dizer que, diante da oração, Deus sempre diz sim. Algumas vezes ele diz: sim, já! E a graça acontece logo. Outras vezes, Deus diz: sim, mas não agora! Eu vou lhe dar no tempo certo. Em outra oportunidade, Deus diz: Sim, mas não o que você pede! Vou lhe dar outra coisa melhor para você", explicou.  

O sacerdote esclarece que a oração é sempre ouvida e atendida por Deus, mas é preciso ficar atento à sua eficácia. Padre Alírio afirma que não existe oração "fraca", a oração é "sempre poderosa porque ela significa relacionamento com Deus que é todo poderoso.”

No entanto, explica padre Alírio, a eficácia na oração depende do estado de espírito da pessoa que reza, da fé que ela tem no Deus verdadeiro e ao mesmo tempo a confiança na providência divina. "Às vezes, alguém pode colocar na oração determinados pedidos que não seria para o seu próprio bem, então, Deus atende aquilo que seja necessário para a pessoa."

As expressões de oração

O Catecismo Católico explica que a tradição cristã conservou três expressões principais da vida de oração: oração vocal, a meditação e a oração mental (cf. CIC 2699).

A oração que comumente se vê é a vocal. "É por palavras que a nossa oração cresce", diz o Catecismo. A meditação é, na explicação da doutrina católica, uma procura para compreender o porquê e o como da vida cristã. Já a oração mental, trata-se de uma relação de intimidade da pessoa com Deus. "Um comércio íntimo de amizade em que conversamos muitas vezes a sós com esse Deus por quem nos sabemos amados", traduziu Santa Teresa.

Padre Alírio reflete que com a agitação dos dias atuais, o tempo de recolhimento para estar com Deus corre o risco de ficar reduzido ou até mesmo esquecido. Para ele, separar um tempo para a oração  não é questão de preferência. O sacerdote acredita que se uma pessoa tem uma profunda amizade com Deus, se percebe que esse Deus a ama profundamente e procura amá-Lo da mesma forma, com certeza irá encontrar um tempo para se comunicar com Ele, para ouvi-Lo e contemplá-Lo.

"É verdade que há muita agitação no mundo de hoje, a vida é muito corrida, mas sempre as pessoas encontram um tempo para aquilo pelo qual se interessam, sempre encontram um espaço de tempo para aquilo que buscam. Portanto, se a pessoa tem uma fé viva no Deus Verdadeiro, se tem um relacionamento bonito com Ele, se sente dependência de Deus em todas as coisas, ela vai encontrar, se não um longo tempo, mas algum tempo para então se comunicar com Deus", afirmou. 

fonte: canção nova.

Seja Feliz!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Precisamos atrair a Misericórdia Divina!

Ontem, numa situação difícil em família, roguei a Deus por uma orientação. A resposta veio hoje, através das palavras de Monsenhor Jonas Abib. Deus NUNCA nos abandona!

Precisamos atrair a Misericórdia Divina 

Nós, quando partilhamos nossa vida com os demais, percebemos a tristeza que é a vida de muitos membros de nossa família ou amigos devido à falta da Palavra do Senhor em suas vidas. Precisamos atrair a Misericórdia Divina, para que as pessoas tenham cada vez mais a vivência da Palavra, mas é preciso começar em você. Se o livro de Deus estava esquecido na sua vida, é preciso que você seja o primeiro a acolhê-lo.

Diga ao Senhor: “Meu Deus, eu quero ser como o rei Josias, quero ser fiel e descobrir a Sua Palavra. Quero ser instrumento para que outros possam descobri-la também. Porque assim, meu Deus, a minha vida será transformada, a minha família será totalmente diferente, as minhas ideias, a minha mentalidade, as minhas ações, o meu modo de agir e o meu comportamento serão diferentes por causa de Sua Palavra. Dê-me a graça e ensine-me a viver Seus preceitos, Senhor”.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Leia hoje: Hebreus 10,32-39

E seja Feliz!