sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Namoro às escondidas

Deixo esta reflexão para muitas pessoas - algumas até conheço - que vivem este tipo de relação.

Imagem de DestaqueNamoro às escondidas

Muitas pessoas vivem como amantes do próprio namorado
Quando estamos apaixonados, queremos que todos conheçam os motivos da nossa felicidade. Apesar disso, há quem esteja namorando há um tempo, mas prefere manter em segredo a nova experiência.
 
Poderiam ser muitas as justificativas para este tipo de relacionamento, desde a dificuldade de aceitação dos pais, as diferenças de idade e, até mesmo, o fato de um dos dois já viver uma relação com outra pessoa.
 
Mas que motivos alguém teria para manter o namoro em segredo se a pessoa com quem se relaciona o(a) faz feliz? Um namoro secreto, apesar de todas as manobras que o casal precisará fazer para viver seus encontros, tem início, muitas vezes, na maneira avançada como aconteceu a primeira aproximação. Talvez a liberdade que já existia na amizade ou nas conversas permitiram que os casais fossem além daquilo que estabelecia as fronteiras da amizade.
 
Intimidade semelhante também pode acontecer entre chefes e secretárias, professores e alunos, entre outros. A convivência diária poderá facilitar tais laços se entre eles não for estabelecido limites, especialmente se há algum tipo de impedimento por parte de um deles. Muitas pessoas, embora sejam completamente livres para assumir seus relacionamentos, vivem como amantes do próprio namorado. Outras, por estarem namorando alguém já compromissado, sujeitam-se às oportunidades oferecidas pelo vácuo dos encontros.
 
Ainda que o casal decida por viver o namoro, em hipótese alguma o acordo entre eles permite revelar a verdade sobre a atual situação; mesmo que o tempo de convivência tenha demonstrado que o relacionamento está ficando cada vez mais intenso.
 
Um namoro iniciado nessas condições elimina todas aquelas gostosas atividades que comumente vivem os apaixonados, tais como passear juntos, ser apresentado aos amigos e contar para o mundo, nas redes sociais, que está num relacionamento sério com fulano (a).
 
O doloroso pacto de silêncio entre os namorados os forçam a viver como bons amigos. Diante dos conhecidos, a pessoa precisará simular o comportamento de quem traz apenas um grande afeto por aquele que, na verdade, está apaixonado.
 
O peso de um namoro às escondidas faz com que os casais não possam atender ao telefone quando a chamada for do namorado, não permite que eles se falem quando a saudade bater à porta ou viver outras coisas comuns para a maioria dos apaixonados.
 
Assim, essa experiência, que deveria ser um motivo de felicidade, acaba se reduzindo em breves e limitados encontros.
 
É verdade que o casal até poderia se encontrar em lugares públicos, mas desde que o comportamento fosse apenas de pessoas “conhecidas”, ou seja, sem beijos, toques, afagos e outros carinhos pertinentes ao namoro.
 
Há também aqueles que tratam a pessoa como namorada apenas quando lhe é conveniente. Na expectativa de oficializar o relacionamento, a pessoa mais apaixonada deixa passar os dias, meses ou anos, vivendo o “caso secreto” segundo a vontade da outra pessoa.
 
O relacionamento sem vínculos para com o outro parece não ter futuro, pois, além de comprometer a autoestima da(o) namorada(o), há também a possibilidade de a pessoa se fechar para um verdadeiro e compromissado namoro.
 
E o grande risco para quem se vê envolvida neste tipo de união será de perceber que está investido a sua vida num relacionamento instável, no qual ela mal consegue definir o verdadeiro estado de vida dentro desse tipo de relação.
 
Um verdadeiro relacionamento robustece a nossa autoestima e nos traz ânimo. Do contrário, qualquer outro tipo de namoro descompromissado traz somente preocupação e insegurança.
 
Um abraço.
 
Foto Dado Moura
contato@dadomoura.com
Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista. Autor do livro Relações sadias, laços duradouros e Lidando com as crises
Outros temas do autor: www.dadomoura.com
twitter: @dadomoura
facebook: www.facebook.com/reflexoes

Seja Feliz!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Até quando, Senhor?

Algumas reflexões sobre o conflito: Gaza e Israel

22 novembro,2012  |  autor: Luana Oliveira  |
De muitas partes, solicitam-nos que expressemos nossa opinião sobre o que está acontecendo em Gaza. Nada dissemos até agora, pois, honestamente, não sabemos o que dizer. As instituições eclesiais são informadas e se expressam a respeito, por isso não nos parece necessário repetir o que outros publicam no rito já costumeiro de declarações equilibradas e corretas. Em certas ocasiões, as costumeiras exortações de cessar as hostilidades, que convidam ao diálogo, mesmo sendo verdadeiras e necessárias, parecem longe da realidade, a ponto de parecer mensagens hipócritas. Sobre esse enésimo e inútil banho de sangue, porém, devemos fazer algumas considerações.
1. Mais uma vez, violência, morte e destruição são a linguagem comum em que nos encontramos. E não tem sentido começar a discutir sobre quem iniciou, fazer a conta dos mortos e atribuir a responsabilidade. Sabemos apenas que não se chegou à solução alguma e será somente questão de tempo, antes que tudo isso recomece numa espécie de círculo vicioso. Infelizmente, uma solução global nos parece muito longínqua.
2. Fazemos votos de que essa violência não degenere em novos atentados e outras formas de vingança que nos levem a tempos passados. É preciso que todos os responsáveis voltem à moderação e impeçam toda forma de perigosa escalada de violência.
3. Diante de tanta violência e impotência de todos, para nós que cremos, resta-nos o único recurso: a oração. Ela nos é necessária como o ar que respiramos, para que nos consinta de ver o que acontece com um olhar de fé. Quem crê deveria olhar o mundo com os olhos de Deus, que é Pai, justo e misericordioso. É o único modo para não cair na lógica da violência e da rejeição do outro, testemunha desse enésimo conflito. Apesar de tudo o que está acontecendo, ainda devemos crer no outro. Sem Deus é impossível.
4. Nossas comunidades religiosas devem empenhar-se, mais do que nunca, nas muitas pequenas iniciativas de diálogo e paz. Não mudaremos o mundo na Terra Santa, mas seremos aquela pequena quantidade de oxigênio, a qual nos fará constatar que, apesar de tudo, há ainda muitas pessoas rejeitando essa lógica e dispostos a se empenhar pela paz com seriedade e concretamente. Depende, sobretudo, das instituições que trabalham com jovens, a quem está confiado nosso futuro, tomar as iniciativas de diálogo.
5. Enquanto no Oriente Médio acontecem transformações, parece que na Terra Santa tudo permanece imutável. Tanto na Terra Santa como no resto do Oriente Médio, contudo, as comunidades cristãs são chamadas a dar testemunho, a transmitir confiança e não deixar espaço ao fanatismo. Hebreus, muçulmanos e cristãos são chamados aqui, nesta Terra, pela  providência, a viver juntos. Queremos demonstrar com a vida que essa vocação é possível e realizável. E com essa certeza recomeçaremos.
Pbp
Com a sigla “pbp”, o texto é atribuído ao Custódio da Terra Santa, padre Pierbattista Pizzaballa
 
 Leia hoje: São Lucas 18, 7-8

E seja Feliz!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O artista, imagem de Deus Criador

Bela mensagem !

A todos os músicos, Paz e Bem!

O artista, imagem de Deus Criador

Padre Adriano Zandoná
Foto: Wesley Almeida/Cancaonova.com
Hoje, comemoramos o dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos; por isso queremos refletir sobre a beleza da arte no crescimento espiritual e humano das pessoas. A arte possui características terapêuticas e, de uma certa forma, confere identidade às pessoas, portanto, sobre a proteção de Santa Cecília quero refletir uma palavra a todos aqueles que participam do mundo da arte.

A arte é uma forma de linguagem, ela comunica um valor, um sentimento, algo a cada um de nós. Muitas vezes, quando contemplamos, por exemplo, um quadro, aprendemos muito mais do que quando ouvimos falar sobre algo. Por isso a Igreja sempre se utilizou desses meios para a comunicação do Evangelho.

Ela se utiliza de uma linguagem de sensibilidade. Quando ouvimos uma canção, inúmeras vezes nos deparamos com as palavras que gostaríamos de dizer; assim, a canção é um instrumento para expressar um sentimento, muito mais, elas podem nos conduzir a uma experiência com Deus. Ora, quanto mais o artista estiver unido ao Senhor, mais possui uma experiência com Ele, mais levará as pessoas à mesma experiência por meio de sua arte.

O beato João Paulo II exortou os artistas, incentivou-os a utilizar de seus dons para o crescimento das pessoas, do bem comum. Portanto, a função da arte é tornar a vida mais leve pela força da beleza. Algo só pode ser chamado de arte quando comunica princípios que valorizam o homem e sua dignidade.

Nesta carta aos artistas, do ano de 1999, o beato João Paulo II afirmou que: “Deus chamou o homem à existência, dando-lhe a tarefa de ser artífice. Na « criação artística », mais do que em qualquer outra atividade, o homem revela-se como « imagem de Deus » e realiza aquela tarefa; em primeiro lugar, plasmando a « matéria » estupenda da sua humanidade e, depois, exercendo um domínio criativo sobre o universo que o circunda. Com amorosa condescendência, o Artista Divino transmite uma centelha da Sua sabedoria transcendente ao artista humano, chamando-o a partilhar do Seu poder criador.”
"A função da arte é tornar a vida mais leve", afirma padre Adriano Zandoná.
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Os artistas contemplam sua obra criada de uma forma semelhante a que Deus nos olha. Por isso eles precisam usar seu talento para comunicar o belo, pois, pela arte, o Senhor quis, de uma certa forma, comunicar uma centelha de Sua sabedoria. O talento é um dom de Deus, por isso precisa produzir frutos.

A centralidade da nossa vida, sobretudo do artista, é a experiência com o Pai. Não basta apenas a técnica apurada, muito mais é necessário, pois os talentos que o Senhor deu a cada um de nós precisam ser colocados à disposição d'Ele para que se multipliquem, pois a arte, o talento possibilitam uma vida melhor às pessoas.

Fiódor Dostoiévski, um escritor russo, afirmava que o homem precisa da arte para não cair no desespero. Meus irmãos, o mundo tem necessidade da beleza, pois todas as vezes que as pessoas - e nós mesmos - temos acesso a uma boa arte, desperta em nós uma centelha do belo que, por excelência, é o Senhor. Portanto, a arte harmoniza as coisas dentro de nós.

Algo semelhante acontece também na liturgia por meio dos sinais. Ela, por si só, revela o mistério presente nos sinais, nos símbolos etc.

A maior forma de arte é a fé, pois ela toca no invisível. Como apresentado na Palavra de Deus: “Farei passar diante de ti toda a minha beleza (Ex 33,18)”. Deus quer nos revelar Sua beleza, pois é ela quem nos retira de todo o desespero.

Precisamos ter uma experiência com o belo de Deus, como um professor de música que, antes de ensinar os acordes aos alunos, levam cada um a ouvir os melhores acordes, induzindo-os a uma experiência com a arte.

Meus irmãos, tenham a coragem de fazer um experiência com o Senhor. Antes mesmo de entender a beleza de Deus precisamos abrir todo o nosso ser para identificarmos onde Ele se manifesta. Assim, certamente, por meio da arte, daquilo que é belo, faremos uma experiência com Aquele que é o Senhor da beleza, o Criador.

Deus nos abençoe.

Transcrição e adaptação: Ricardo Gaiotti
--------------------------------------------------------------
Padre Adriano Zandoná
Missionário da Comunidade Canção Nova

Leia hoje: São Lucas, 19-41-44

E seja Feliz!

Estamos à Venda? Uma Reflexão

Cardeal de SP comenta leilão da virgindade de jovem brasileira

Artigo de Dom Odilo Pedro Scherer
Arquidiocese de São Paulo

Cardeal de SP comenta leilão da virgindade de jovem brasileira
Eu teria preferido escrever sobre outro assunto nesta semana, mas o leilão da virgindade de uma jovem brasileira, amplamente divulgado pela imprensa, requer uma reflexão. É um fato chocante e, ao mesmo tempo, parece tão banal que, talvez, só chamou a atenção porque o leilão aconteceu de maneira aberta, pela internet, e porque o valor do arremate foi alto. Um jovem russo tentou a mesma façanha; chamou a atenção pelo seu insucesso, pois a oferta foi muito baixa; ele desistiu do leilão e ficou deprimido.

Afinal, o que está acontecendo? Pessoas colocam livremente a própria dignidade em leilão em troca de dinheiro? O fato foi acompanhado com curiosidade morbosa e até com torcida, para ver até aonde a oferta chegaria. Chocar, por quê? Nas calçadas de certas ruas da cidade e em tantas “casas do amor” não acontece o mesmo todos os dias, sem que isso chame a atenção, ou cause consternação em ninguém? Há mesmo quem queira legalizar a prostituição, como se fosse uma profissão qualquer. Tudo se resolve no nível econômico, também para traficar pessoas, reduzi-las a escravas, vender bebês, comerciar órgãos humanos...

E há quem compre ou venda votos nas eleições, comprando ou vendendo a própria dignidade; e também quem suborne a Justiça, pondo em liquidação a própria consciência; há quem compre armas, use-as contra os outros, faça violência, mate, tudo pela vantagem econômica. E há quem trafique drogas, lucrando com o comércio da morte; e quem, simplesmente, vai roubando o que é dos outros ou de todos: tudo pela vantagem econômica que está em jogo...

Grande novidade nisso tudo não há; coisas que sempre aconteceram. O novo é que, sem nos darmos conta, estamos assimilando uma cultura do mercado, na qual o fator econômico passou a ser o referencial maior: de uma cultura de valores éticos e morais, para uma cultura do valor econômico; o bem maior parece ser a vantagem econômica, que tudo permite e legitima, amolecendo qualquer resistência do senso moral. Tudo fica justificado, se há vantagem econômica. Aonde vamos parar?

Está mais do que na hora de colocar tudo isso em discussão novamente; será que essa tendência cultural vai levar a um aprimoramento das relações humanas? A uma dignidade maior no convívio social? A uma valorização real das pessoas, ao respeito pela justiça e a paz? Provavelmente não. Certamente não. O ser humano, avaliado, sobretudo, na ótica da razão econômica, deixa de ser pessoa e vira objeto quantificável.

Nisso também não há grande novidade; no passado, houve a exploração dos escravos, dos operários, das mulheres. Mas, sob protesto. O preocupante, agora, é que essa maneira de ver e fazer passe por aceitável e normal e a própria pessoa “objetizada”, outrora considerada vítima, agora seja vista como um sujeito autônomo e livre, que faz o que quer, também com sua própria dignidade; e tudo vai bem assim...

Voltaremos às feiras em que se vendem escravos? Livremente expostos à venda, aliás, ao leilão? O leilão da virgindade, por internet, é um fato que deve preocupar educadores, juristas, filósofos... Da curiosidade morbosa, é preciso passar à reflexão, talvez com um pouco mais de vergonha diante do que está acontecendo. Nossa dignidade comum está sendo leiloada! É deprimente!

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 21.11.2012

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

 (FONTE: CANÇÃO NOVA)






segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A Fé: Uma Alegria Renovada

Beleza tão antiga e tão nova
Imagem de DestaqueUma das páginas mais comoventes do livro das Confissões de Santo Agostinho é a oração que dirige a Deus, com um misto de alegria e de dor, ao lembrar-se das hesitações e as demoras que atrasaram a sua conversão:

«Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Tu estavas dentro de mim e eu te procurava fora: lançava-me transtornado sobre as belezas que tu criaste.  Tu estavas comigo, e eu não estava contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas criadas que, se não fossem sustentadas por ti, nem mesmo existiriam. Chamaste, clamaste e rompeste a minha surdez; brilhaste, resplandeceste, e a tua luz afugentou a minha cegueira; exalaste o teu perfume e respirei, suspirei por ti; saboreei-te, e agora tenho fome e sede de ti; Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo da tua paz» (liv. 10, 27).

Santo Agostinho sentiu, desde muito jovem, uma sede ardente de felicidade, de amor, de verdade. Percorreu aos trambolhões um longo caminho de procura. Foi sincero. Por isso Deus ouviu as suas súplicas e lhe deu a resposta, acendendo-lhe na alma a luz da fé em Cristo. A partir desse instante, foi invadido por uma alegria que nunca mais iria abandoná-lo.

«Senhor…, fizeste-nos para ti e o nosso coração estará inquieto enquanto não descansar em ti», escrevia no começo das suas Confissões. Descansou na fé e no amor. Essa foi a sua experiência.

Alegria! Paz! Todos nós as desejamos… e como nos custa encontrá-las. Continuam a ser para nós um tesouro escondido (cf. Mt 13, 44). E, no entanto, poderíamos achá-las se nos puséssemos em condições de alcançar a graça da fé. Não o incentiva pensar que a Bíblia, o Novo Testamento, nos mostra que a alegria autêntica é inseparável da fé?

Lembre. Jesus acabava de nascer e já houve uns homens, os Magos, que, acolhendo com fé o sinal profético de uma estrela, empreenderam um  duro caminho. São Mateus conta assim o final dessa aventura: E eis que a estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. Ao verem a estrela – ao acharem Jesus –, sentiram uma imensa alegria (Mt 2,9-10). O tamanho dessa alegria deduz-se do texto original do Evangelho, que é difícil reproduzir com exatidão: Alegraram-se com uma alegria muito grande, e muito! Uma explosão de alegria no coração.

Assista também: "A fé da Igreja: Jesus Cristo vive!", com padre Paulo Ricardo

Lembremos também outro relato do Novo Testamento. A comunidade cristã acabava de nascer e já sofria perseguição. Como é que viviam a fé? São Pedro o conta: Este Jesus vós o amais sem o terdes visto; credes nele sem o verdes ainda, e isto é para vós a fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque estais certos de obter, como preço da vossa fé, a salvação de vossas almas  (1 Ped 1,8-9).

Os testemunhos sobre a alegria da fé são inúmeros
. Quero trazer agora apenas um de tempo relativamente recente, o do jornalista André Frossard. Era filho do primeiro Secretário geral do Partido Comunista francês, e foi criado totalmente à margem da religião. Entrou um dia por acaso numa igreja, ponto de espera marcado por um amigo. De repente, instantaneamente, Deus o atingiu com a sua graça, e passou a crer sem nenhuma dúvida, a crer em “todas” as verdades da fé católica. Foi um milagre do amor de Deus, que jamais esqueceria. Assim o comentava posteriormente:

«Como esquecer o dia em que, numa capela subitamente rasgada de luz, se descobre o amor ignorado pelo qual se ama e  se respira, em que se aprende que o homem não está só, que uma presença invisível o penetra, o rodeia e o espera, que para lá dos sentidos e da imaginação existe um outro mundo, em comparação com o qual este universo material, por mais belo que seja e por mais atrativo que se apresente, não passa de vaga neblina e reflexo distante da beleza que o criou» (Há um outro mundo, Quadrante 2003).

Como já sabe, estamos no Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI em 11 de outubro de 2011, com a Carta Apostólica Porta fidei (“A porta da pé”), comemorando os 50 anos do início do Concílio Vaticano II e 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica. Vai terminar na Solenidade de Cristo Rei, 24 de novembro de 2013. A carta Porta fidei incentiva-nos a desejar ter ou aumentar a nossa fé. Fala da «necessidade de redescobrir o caminho da fé, para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo» (n. 2).

Na audiência da quarta-feira 10 de outubro de 2012
, véspera do início deste Ano da Fé, o Papa voltou a exortar-nos a «redescobrir cada dia a beleza da nossa fé». No dia seguinte, inaugurando o Ano da Fé, voltava a referir-se em uma homilia à «alegria de crer e à sua importância vital para nós, homens e mulheres». E, poucos dias depois, na audiência da quarta-feira 17 de outubro, anunciou o seu propósito de dedicar, neste Ano da Fé, as alocuções das quartas-feiras à catequese sobre o tema da fé: «Quereria – dizia –que fizéssemos um caminho para reforçar ou reencontrar a alegria da fé, compreendendo que a fé não é algo alheio, separado da vida concreta, mas é a sua alma». Não deixe de ler, se puder, essas catequeses de Bento XVI, que pode encontrar no site www.vatican.va [em “Ano da fé” ou “Audiências”], e no site noticias.cancaonova.com, entre outros.

Na Carta Porta fidei o Papa faz um resumo sintético das finalidades dste ano: «Descobrir novamente os conteúdos da fé professada (as verdades da fé), da fé celebrada (nos Sacramentos), da fé vivida (na conduta, na vida real, na vida moral), e da fé rezada (da oração e da vida de oração)» (Porta fidei, n. 9).

Se você conhece o Catecismo da Igreja Católica, deve ter observado que, em poucas palavras, o Papa menciona as quatro partes em que o Catecismo se divide: I. A profissão da fé; II. A celebração do mistério cristão; III. A vida em Cristo; IV. A oração cristã.

É natural, pois, que a Carta Porta fidei insista em que «o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica [...]. Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária» (n. 11).

Todos somos conclamados, portanto, a estudar e a difundir o conteúdo – assimilado, esmiuçado, traduzido em linguagem acessível – do Catecismo da Igreja e do seu Compêndio, bem como a redescobrir os documentos do Concílio Vaticano II.

Deixe-me acabar esse trecho com uma pergunta: Você vai fazer alguma coisa? O que poderia fazer para aprofundar e dar a conhecer a “doutrina” católica, os “conteúdos” da fé?
Padre Francisco Faus
http://www.padrefaus.org/

(fonte Canção Nova)

Leia hoje:  São Lucas 18,35-43

E seja Feliz!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sou Católico Apostólico Romano!

 E sou feliz!

Imagem de DestaqueProgresso e atraso

A Igreja está afinada com o Evangelho
O ser humano se distingue do animal por sentir inquietação permanente em melhorar sua cultura, suas técnicas, sua filosofia, sua arquitetura... ”Dai-me sabedoria para governar o mundo com justiça” (Sab 9,3-4). O animal só progride se o homem intervir. Caso contrário, o joão-de-barro continuará construindo a sua casa do mesmo jeito como há dez mil anos. E repetirá sua arte pelos próximos milênios. O homem aproveita o que já sabe, procura melhorar tudo sem jamais ficar satisfeito.
Temos a tendência infeliz, próxima a um determinismo, de nos consideramos sempre os certos, os que estão entre os mais inteligentes da nossa raça, enfim os progressistas. É claro que os nossos adversários, os quais tem outras ideias, são os retrógrados, os fautores do atraso. Olhemos as bicicletas “modernas” que rodam sem ter para-lamas. Por facilitar exibições se usa esse expediente, que em situação de pista molhada, junta a sujeira e a entrega à roupa do ciclista. Qual é a bicicleta moderna?...    
Assista também: "A fé da Igreja: Jesus Cristo vive!", com padre Paulo Ricardo

No decorrer dos séculos, a Igreja, não poucas vezes, recebeu o epíteto de atrasada, inimiga do progresso e outros mimos. Vieram, sobretudo, dos iluministas do século dezoito e dos socialistas do século dezenove. Esse desprezo é para envergonhar e calar os adversários. Esses grupos hostis elaboraram outras listas de prioridades. Consideraram-se os representantes do mundo moderno e os autênticos detentores do progresso da humanidade. Relativizaram a família; fizeram pouco de certos princípios da sacralidade da vida; a vida sexual humana perdeu os objetivos desejados pelo Criador; não há vida após a morte.
É evidente que a Igreja precisa ouvir as razões dos líderes que, supostamente, estão à frente. Mas Habermas, de tendências agnósticas, já recomendava que se deveria ouvir muito mais as razões da Igreja, que tem muito a dizer sobre toda a realidade humana. Saibam todos que a Igreja Católica pouco se tem preocupado em ser “moderna”, e receber palmas da opinião pública. Sua preocupação precípua sempre foi a de ser autenticamente afinada com os ensinamentos de Cristo, que tem força de perenidade.
 
Dom Aloísio Roque Oppermann scj

fonte: Canção Nova

Leia hoje: Epístola a Tito 3,1-7 

E seja Feliz!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Seja Honesto!

Esta meditação hoje, veio de encontro com minhas inquietações de Cristão: tenho sido justo com meus irmãos? Com minha Igreja? Com minha fé? Comigo mesmo? Sou verdadeiramente honesto naquilo que faço e digo?

Seja melhor para os outros
 
"Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer" (Lucas 17,10)

Hoje, Deus me diz que eu não fiz mais do que a minha obrigação. Alguns me chamam de “Jonas da Bíblia” e esse contato com a Palavra me faz entender que nenhum servo é insubstituível; é uma tendência nossa achar que somos insubstituíveis. Porque nós somos substituíveis, temos de fazer bem o que o Senhor quer. Se eu não realizo com perfeição aquilo que nos é pedido o Senhor vai me substituir. E isso Deus diz também a você. Seja em que área for você é mais do que um profissional, você é um servo. Você não precisa ser melhor que os outros, mas melhor para os outros.

"Você precisa ser o melhor para Deus e para a sociedade", ensina monsenhor Jonas


As famílias precisam de esposos que sejam fiéis. Nas nossas televisões as novelas somente mostram infidelidade e os casais se sentam diante delas para aprender essas lições que nunca são vontade de Deus. O povo começa a torcer pelas tramas da novela sem se preocupar com a família. E hoje é preciso reverter isso. Eu sei que as palavras ajudam, mas o exemplo é que arrasta.

Pelo sacerdócio que me foi confiado por Deus, eu peço ao Senhor que os esposos sejam fiéis. Especialmente, peço a graça e a coragem da fidelidade.

Peço também pelas mulheres o dom, a graça e a coragem da fidelidade. Porque, muitas vezes, hoje, elas é quem têm sido infiéis.

O Senhor quer pessoas fiéis, a nossa sociedade está precisando de esposas e de mães fiéis. Que você queira e não tenha medo de ser melhor para os outros.

Também os políticos, médicos, juízes, advogados, em todas as áreas, no campo da educação, você precisa ser o melhor para Deus e para a sociedade.

Meu avô Pacheco tinha uma oficina de ferreiro e ele não era só bom, mas ótimo. Também minha avó Benedita Fogaça era uma excelente dona-de-casa. Todas as profissões são necessárias para a sociedade e que você seja o melhor. Não é com palavras e com discursos que o Brasil vai se transformar. É com pessoas. Com homens e mulheres fiéis.

Repita comigo: "Eu me comprometo diante de Deus a ser uma pessoa honesta. Muito honesta".

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Ano da Fé

O texto abaixo é transcrição de uma palestra do Padre Reginaldo Manzotti, em 11/11/2012, na Canção Nova, no Congresso Nacional da Fraternidade, sobre o Ano da Fé:

O Ano da Fé

Padre Reginaldo Manzotti
Foto: Natalino Ueda/Cancaonova.com
”Portanto, não temais as suas ameaças e não vos turbeis. Antes santificai em vossos corações Cristo, o Senhor. Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito.” (I Pedro 3,15)

Temos de estar atentos ao censo da nossa Igreja. Há uma grande evasão de fiéis, porque estamos acomodados como Igreja e também como padre. Nossos bispos estão clamando que os cristãos voltem para a Igreja, e nós precisamos responder 'sim' ao Senhor.

Nesse ano da fé, somos chamados a nos debruçarmos sobre o Creio. Reze, medite e viva essa oração. Do ponto de vista teórico e dogmático, nossa fé está expressa nele; no entanto, esse não é nosso problema. O problema é nossa incoerência daquilo que acreditamos com o que demonstramos na prática.

Nós católicos temos de amar a nossa Igreja e nosso Papa. Precisamos manifestar publicamente a fé que abraçamos, precisamos ser apaixonados pela nossa Igreja, depositária da nossa fé.

Em meu computador, tenho uma foto do nosso amado Papa Bento XVI utilizando um tablet como uma forte motivação para vivermos a nossa fé. A mensagem do Evangelho é a mesma e temos de aproveitar todas as oportunidades.

A superficialidade da nossa fé é tremenda. Às vezes, somos um empecilho para o Espírito Santo e para a Igreja. Não O deixamos trabalhar em nós, e, assim, impedimos a ação de Deus em nossas paróquias e nossas comunidades.

Resolva a sua vida e não estrague a comunidade.

Todos devemos olhar para os simples. Em meus 17 anos de padre, já vi muitas pessoas passarem por mim. E aqueles que são os mais simples, não complicam a caminhada com Deus. Eles se entregam incondicionalmente. A maior dificuldade para ser santo não é para os pecadores, mas para os meio convertidos.

"Resolva a sua vida e não estrague a comunidade", pede o pregador."
Foto: Natalino Ueda/Cancaonova.com


Precisamos ter a coragem de Paulo e exortar nossos irmãos. O Ano da Fé vem tocar muitos eixos de nossa vida, vem purificar nossa alma de cristãos pela metade. Não podemos ser sal insosso, mas cristãos para valer. Não seja morno. Seja quente!

Jesus o convida a uma vida de santidade, mas é preciso dizer 'sim' para Deus. Eu tive de renunciar a minha vida política para seguir a Cristo.

Se eu tenho a luz de Cristo em mim, preciso colocá-la à vista.

Onde estão seus netos ? Onde estão seu filhos? Nós colhemos o que plantamos. A primeira evangelização é dentro de casa.


"Se eu tenho a luz de Cristo em mim, preciso colocá-la à vista."
Foto: Natalino Ueda/Cancaonova.com
Nesse ano da fé, queria que você pensasse: "Será que não está na hora de voltar ao poço de Jacó e pedir água para Jesus novamente? A samaritana tinha uma vida mal resolvida. Assim como ela, a qual tinha 5 maridos, pergunte-se agora: "Quais são as cinco pendências que você precisa resolver hoje?

São Tomas de Aquino nos dá a receita contra a depressão:
1- Tenha bons amigos
2 – Tome banho
3 – Durma bem
4 – Não esconda de você mesmo quem você é.
“O povo está sedento de ir ao poço de Jacó. E nós temos a obrigação de dar essa água para eles. ”O meu maior desejo é ouvir de um jovem: Eu olhei para o seu sacerdote e desejei ser padre.”
A fé não é emoção. Quantos deixam de ir à missa, porque não estão “sentindo” vontade de ir? Se você quer viver sua fé na base da emoção, você está redondamente errado. Você vai viver muito mais momentos de aridez do que de consolação. Fé é encontro com o Senhor, é adesão. "Eu quero servir! Independente do que aconteça, não arrede o pé, porque você é fiel a Jesus Cristo, à comunidade e ao carisma.
Transcrição e Adaptação: Cristiane Viana
:: Confira também a 2ª pregação dessa manhã de domingo: "A graça do carisma"

--------------------------------------------------------------

Padre Reginaldo Manzotti 

Seja Feliz!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Um Ano de Coração e Fé!

Há uma ano escrevi, na Solenidade de Todos os Santos:

"No coração da Igreja, serei o amor", diz Santa Teresinha do Menino Jesus.

No coração da Igreja reside a Fé que professo e que não pode se apagar de mim, pois é indelével.

O Coração é a grande arca onde a Fé é transportada, e que me leva rumo à santidade, rumo à eternidade.

Quero partilhar com você, Irmão de caminhada, a minha Fé. Venha!

Juntos, queremos ser como o Senhor, que nos instrui: "sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo" (Lv 19,2)!

O Coração e a Fé.

 Há um ano, inaugurei este Blog, na busca de minha própria ascese, e sinto-me feliz porque o Santo Padre o Papa Bento XVI, em 11 de outubro passado, promulgou um "Ano da Fé".

Isto sinalizou para mim que escolhi um caminho correto para aprimorar a minha Fé.


A todos vocês que me acompanham - sem que eu mereça isso - agradeço de coração. Oro por cada um de vocês, mesmo sem conhecê-los todos.


Continuarei buscando os meus caminhos para Deus, e se puder ajudar alguém, Deus seja louvado!


Continuem bem vindos, e sejam bem aventurados!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Ode a Meu Pai

Ainda preciso de você, pai...

Ainda penso em te ligar, em ir a tua casa...

E não penso em desistir de te encontrar...

Por isso o nosso local de encontro agora é na Santa Missa...
Onde o mistério da Eucaristia, onde o próprio Cristo que se faz presente a partir do pão e do vinho, reunindo as Igrejas Caminhante (na Terra), Padecente (do Purgatório) e Triunfante (do Céu), faz-se a 'porta' onde podemos atravessar misticamente, e nos abraçarmos mais uma vez, pai querido.

Neste dia de finados, rezo pela tua vida eterna, junto de Deus!

A bênção, pai querido, e até a Eternidade!


O Novo Bispo de Petrópolis

No próximo dia 16 de dezembro, a nossa Diocese de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, estará recebendo seu novo Bispo Diocesano, Dom Gregório Paixão.

Dom Gregório PaixãoOSB (Leozírio Paixão Neto) (Aracaju3 de Novembro de 1964), é um monge beneditino.


Dom Gregório realizou seus estudos fundamental e médio no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Aracaju. Estudou filosofia e teologia no Instituto de Teologia dos Beneditinos no Rio de Janeiro (afiliado ao Pontifício Ateneu Santo Anselmo, Roma). Realizou estudos complementares em Antropologia na Universidade Livre de Amsterdam, Países Baixos. Estudou piano e órgão no Instituto de Música da Universidade Católica de São Salvador.
Dom Gregório ingressou no noviciado da Ordem de São Bento em 1984, no Mosteiro de São Bento da Bahia. Fez sua profissão simples em 7 de dezembro de 1986 e emitiu seus votos solenes no dia 8 de dezembro de 1989.
Recebeu a ordenação diaconal no dia 18 de junho de 1992, das mãos de Dom Ricardo Josef Weberberger, OSB. No dia 21 de março de 1993, o Cardeal Moreira Neves conferiu-lhe a ordenação presbiteral.
No dia 7 de julho de 2006 o Papa Bento XVI nomeou Dom Gregório Paixão para a função de bispo auxiliar de Salvador, com a sede titular de Ficus.
No dia 29 de julho de 2006, Dom Gregório recebeu a ordenação episcopal pelas mãos do Arcebispo de Salvador, Dom Geraldo Majella e de Dom João Carlos Petrini e Dom Josafá Menezes da Silva.
Dentre os bispos auxiliares, Dom Gregório é um dos mais populares, tendo grande aceitação entre os fiéis católicos de Salvador. É um homem de cultura considerável e de semblante sempre sorridente e receptivo a todos. De caráter conciliador e espontâneo, possui grande penetração em todos os movimentos da Igreja na Arquidiocese de Salvador.
Não apoiava abertamente a implantação da Missa Tridentina e os movimentos mais tradicionais apenas por respeito a seu superior, Dom Geraldo Majella Agnelo, embora os compreenda e, em determinados momentos, até os defenda. Em síntese, é um bispo respeitável, sensato e dotado de grande cultura.
Aos 25 de junho de 2011 teve seu nome divulgado como membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura, Educação, Ensino Religioso e Universidades da CNBB.
No dia 10 de outubro de 2012 o Papa Bento XVI o nomeou bispo da Diocese de Petrópolis.
(Fonte: Wikipédia)

A mensagem do novo Pastor aos fiéis da Diocese de Petrópolis


“Tão logo o Sr. Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d`Aniello, comunicou-me que Sua Santidade, o Papa Bento XVI, chamou-me para o ministério de pastorear a Igreja de Jesus Cristo que está em Petrópolis, meu coração se encheu de alegria, por entender que a obra à qual estou sendo chamado é para o Senhor, como nos ensina o Salmista: “Não a nós, ó Senhor, não a nós… ao vosso Nome, porém, seja a glória” (Sl 113,9). Concretiza-se, então, o lema que escolhi para o meu episcopado: “Preparar os caminhos do Senhor” (Jo 1,23). Desse modo, confiando unicamente na misericórdia de Deus e reconhecendo-me pecador e limitado, aceitei o que me fora pedido pelo Santo Padre.

Na espera da publicação oficial, permaneci em oração, rezando por mim e por vocês, colocando-me sob a proteção de Nossa Senhora do Amor Divino e de São Pedro de Alcântara, padroeiro desta Diocese. Peço, assim, a oração de cada irmão e irmã, pois estou convicto de que serei, desde agora, acompanhado pelo coração orante de todos.

Saúdo, em primeiro lugar, o meu antecessor e que foi meu professor na Teologia, Dom Filippo Santoro, hoje Arcebispo de Taranto, na Itália. Irei substituí-lo com a humildade de um ex-aluno que bebeu na fonte de sua sabedoria e do seu testemunho.


Saúdo, ainda, o Mons. Paulo Elias Daher Chedier, Administrador Diocesano, que conduziu a Diocese de Petrópolis com prudência e solicitude, durante o período de vacância.

Reverencio os Srs. Bispos do Regional Leste I da CNBB, com os quais trabalharei em plena comunhão, em especial a Dom José Francisco Rezende Dias, Arcebispo de Niterói.


Com paternal afeto abraço os Sacerdotes, Diáconos Permanentes e Seminaristas; os Religiosos e Religiosas; os Consagrados e Consagradas; os Cristãos Leigos e as Cristãs Leigas. Com todos desejo trabalhar na evangelização, atento ao que o Espírito diz hoje à Igreja, buscando servir a todos e não medindo esforços para o crescimento do povo de Deus.
Saúdo a todas as excelentíssimas Autoridades Civis e Militares e aos Habitantes dos municípios que compõem nossa Diocese: Areal, Guapimirim, Magé, Paraíba do Sul, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Teresópolis e Três Rios, com todas as suas paróquias, bairros e comunidades.
Aos irmãos cristãos de outras igrejas e denominações saúdo com o afeto e a oração de Jesus: “A fim de que todos sejam um… para que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21). Cumprimento, ainda, todas as pessoas que professam a existência de Deus e a todos os homens e mulheres de boa vontade que desejam construir, conosco, um mundo de justiça e de paz.
Cumprimento, também, àqueles que se empenham na política, na educação e na cultura, com destaque para os que pertencem à Universidade Católica de Petrópolis, assim como a todos os trabalhadores e trabalhadoras em todas as profissões, ofícios e serviços.
Minha palavra especial se dirige aos mais empobrecidos, doentes, desempregados, sofredores, sem teto e marginalizados. Para eles recordo a palavra de Jesus, mostrando-nos os sinais da alegria do novo Reino implantado: “… os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem… e o Evangelho é anunciado aos pobres” (Mt 11,5). Não medirei esforços para trabalhar, junto com os que sonham com um mundo fraterno e solidário, para que nenhum homem e mulher de nossa Diocese se sinta rejeitado, esquecido ou durma com fome. Saúdo, com especial carinho, as crianças, os adolescentes e os jovens, que são a alegria e a esperança de nossa Igreja.
Essa minha saudação apresenta o coração de um irmão que deseja conhecê-los, ouvi-los e caminhar junto com todos. Não tenho fórmulas prontas e estou convicto que sozinho nada posso. Entretanto, sinto-me encorajado e profundamente feliz por saber que contarei com as orações e o apoio de todos vocês.
Finalmente, assumindo as palavras do Apóstolo Paulo, envio-lhes o meu fraterno abraço e a minha saudação: “A graça do Senhor Jesus Cristo esteja convosco. Eu vos amo a todos vós em Cristo Jesus” (2Cor 16,24s). Deus os abençoe!
Salvador, 10 de outubro de 2012
Dom Gregório Paixão, OSB

Bispo eleito de Petrópolis”
(fonte: Blog Amigos de Correas)

Em nossas orações, lembremo-nos de nosso novo Pastor, para que seu ministério junto a nós seja fecundo, segundo o Coração de Cristo, e que Maria Santíssima, Mãe do Redentor, cubra de bênçãos a este Seu filho tão querido!
Seja Feliz!


Dia de Finados


Sexta-feira, 02 de novembro de 2012, 10h01

Padre explica o que acontece à pessoa após a morte

André Luiz
Da Redação


Arquivo Canção Nova
Padre Wagner Ferreira, Doutor em Teologia Moral e Formador Geral da Comunidade Canção Nova
Nesta sexta-feira, 2, a Igreja celebra um dia especial de orações pelos fiéis defuntos, o dia de Finados. Desde os primeiros séculos, os cristãos já visitavam os túmulos dos mártires para rezar por eles e por todos aqueles que um dia fizeram parte da comunidade primitiva. No século XIII, o dia dos fiéis defuntos passou a ser celebrado oficialmente em 2 de novembro, já que no dia 1º de novembro era comemorada a solenidade de todos os santos.
Ao celebrar esta data, é comum pensarmos sobre o fim da vida neste mundo. Logo, é possível se perguntar: o que acontece após a morte? Para onde foram os que morreram? Céu e inferno são realmente lugares ou apenas estados de espírito? 
Padre Wagner Ferreira, Doutor em Teologia Moral e Formador Geral da Comunidade Canção Nova,  explica, segundo a doutrina da Igreja Católica, o que acontece à pessoa após a morte. O padre fala ainda sobre céu, inferno e purgatório e,  esclarece a diferença entre o juízo final e o fim do mundo.
noticias.cancaonova.com – Em primeiro lugar, como devemos olhar a realidade da morte?

Padre Wagner Ferreira – Quando a Igreja lida com a morte, Ela sempre tem o seu olhar voltado para o Mistério de Cristo Vivo e Ressuscitado. Como diz o livro do Apocalipse, Ele é o vivente. Ele é fonte de vida e ressurreição para aqueles que nele crêem. A Igreja vê a realidade da morte como uma realidade dramática, que toca toda e qualquer pessoa humana, mas ao mesmo tempo, tendo o seu olhar fixo em Jesus Ressuscitado, a Igreja crê na morte humana como uma passagem, um momento em que vamos definitivamente ao encontro de Deus, com muita esperança. 
noticias.cancaonova.com – O que a Igreja ensina sobre o céu e o inferno?

Padre Wagner Ferreira – O céu é a própria vida de Deus, da Santíssima Trindade. Fomos salvos por Jesus para viver eternamente na vida de Deus. No céu, nós experimentaremos plenamente o amor do Senhor. É a nossa alegria eterna, a felicidade eterna. O inferno é aquele estado da alma em que, a pessoa, com clareza, com consciência muito clara, rejeitou a vida de Deus. É uma realidade dramática até pensar nisso. Deus tem um amor profundo e imenso pela pessoa humana. Criou cada pessoa livre e Ele não quer que ninguém O ame de forma obrigada. Deus não nos criou para sermos robôs. Mas, no respeito da nossa liberdade, ele respeita também aquele filho que quis dizer não a Ele. Portanto, o inferno seria esse momento definitivo em que a pessoa escolhe de forma muito clara, uma existência eterna, porém, sem Deus. 
noticias.cancaonova.com – Segundo a Bíblia e a doutrina Católica, o que acontece após a morte?

Padre Wagner Ferreira - A partir da revelação bíblica, dos textos das Sagradas Escrituras, principalmente os textos do Novo Testamento, a Igreja crê que as pessoas, depois de sua morte, fazem a experiência do chamado juízo particular. Se elas estiveram, em sua vida terrena, comprometidas com Deus, com os valores do Reino de Deus, da justiça, do amor, da solidariedade para com o próximo e tudo mais, é claro que estas pessoas viveram uma vida de seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo e vão seguir o Senhor também em sua vitória na Ressurreição. Essas pessoas em seu juízo particular, vão para a glória de Deus, para o Céu, para a Vida Eterna. 
Agora, quem, infelizmente, viveu sua vida terrena sem compromisso com Deus, com a fé, com o amor ao próximo, a justiça, a solidariedade, depois de sua morte a pessoa segue para um juízo particular de condenação. É Claro que Deus não condena ninguém, mas a pessoa que, durante sua vida, escolheu uma vida sem Deus, descomprometida, desvinculada do amor ao próximo, da solidariedade e assim por diante, ela mesmo se condena. Mas, a Igreja nunca se pronuncia dizendo: tal pessoa foi para o inferno! Por mais terrível que tenha sido aquela pessoa, jamais a Igreja se pronuncia desta forma. 
noticias.cancaonova.com – E o purgatório, como compreendê-lo?

Padre Wagner Ferreira - Se a pessoa procurou seguir a Cristo, mas em alguns momentos de sua vida, essa opção pelo Senhor e pela vivência dos valores do Reino de Deus não foi vivida com tanta coerência, a Igreja acredita que a pessoa passa, depois de sua morte, por uma experiência de purificação final, antes de participar eternamente da glória de Deus. É o que a Igreja chama de purgatório, ou seja, uma purificação final para que a pessoa possa participar eternamente da glória de Deus.
noticias.cancaonova.com – Quanto à salvação: é dom de Deus ou fruto do esforço humano?

Padre Wagner Ferreira - A Igreja professa essa verdade, juntamente com o Apóstolo São Paulo: as pessoas são salvas pela graça de Deus, pela fé em Jesus Cristo. Mas, o Apóstolo São Tiago também diz que se a fé não for acompanhada pelas obras ela é morta. Portanto, se eu creio em Jesus Cristo, e entro numa dinâmica de Salvação, esta fé me leva ao seguimento de Jesus, a um testemunho que se verifica em obras de amor, de justiça, de solidariedade, e etc. Mas, aquele que diz: creio em Jesus Cristo, mas no dia-a-dia não vive conforme esta fé na realidade, está enganado. Uma autêntica fé em Cristo me leva a um compromisso com a verdade. São obras de fé que testemunham a graça redentora de Cristo. 
noticias.cancaonova.com – O que dizem as Escrituras e a doutrina católica sobre o juízo final? Ele corresponde também ao fim do mundo?

Padre Wagner Ferreira - O juízo final é uma verdade de fé, presente nas Sagradas Escrituras, em diversos textos bíblicos. A revelação bíblica e a tradição da Igreja nos ensinam que Nosso Senhor Jesus Cristo, um dia, virá para manifestar plenamente a glória de Deus na existência e na história humana. Jesus veio uma primeira vez, estabeleceu definitivamente o Reino de Deus e, depois, Ele ascendeu à glória de Deus. Mas, nós cremos que um dia Ele virá em sua glória para julgar os vivos e os mortos. De modo a estabelecer definitivamente o seu Reino. A vinda gloriosa de Jesus não significa fim do mundo ou destruição do mundo. Mas, será um momento, segundo a Igreja, de renovação de todas as coisas, de um estabelecimento definitivo do Reino de Deus, onde Deus será tudo em todos. 
noticias.cancaonova.com – E, por que é preciso rezar pelos mortos?

Padre Wagner Ferreira - Esta prática de oração pelos defuntos tem o seu embasamento nas Sagradas Escrituras. Particularmente, existe uma passagem do segundo livro dos Macabeus capítulo 12, versículo 46, que diz assim: “Eis por que ele, Judas Macabeu, mandou oferecer este sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos de seu pecado”. Então, essa prática de rezar pelos defuntos é muito antiga, vem desde o povo de Israel. Por isso a Igreja entendeu, desde a sua origem, como uma prática importante. Nós somos chamados a rezar pelos fiéis defuntos para que possam ser agraciados com a Misericórdia, com o perdão, com o Amor de Deus. É uma prática piedosa e que a Igreja quis estabelecer um dia para que todos nós, Igreja Peregrina, rezemos pela Igreja Padecente. 
noticias.cancaonova.com – Além de rezar pelos que já morreram, existem outras formas de se viver bem este dia de Finados?

Padre Wagner Ferreira – Além desta atenção especial para com os fiéis defuntos, Finados também é uma oportunidade para que nós como Igreja Peregrina neste mundo possamos rever as nossas opções. Uma vez que a morte pode bater a nossa porta a qualquer momento, nós precisamos ter essa atenção também, não por medo da morte ou de ir para o inferno, mas, pelo contrário, mas por uma adesão mais bonita pelas coisas de Deus e o ao amor ao próximo. É também uma oportunidade para que nós possamos rever as nossas escolhas, tendo em vista também nós comungarmos eternamente da glória de Deus.

fonte: Canção Nova

Seja Feliz!