quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Mais de 60 milhões de crianças são vítimas de violência sexual

Da Redação, com ACNUR
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) denuncia que a violência contra as mulheres cresce no mundo. O Alto Comissário da Agência, António Guterres, afirmou, nesta segunda-feira, 25, que a escala de violência sexual é uma grande preocupação, principalmente, nos países em conflito ou em crises humanitárias. 
Segundo o comissário, a situação da Síria e das Filipinas são exemplos atuais, pois afetam, desproporcionalmente, crianças e adolescentes.

"A perda de membros da família, da casa e, finalmente, do futuro, mas também as desigualdades de gênero pré-existentes e a interrupção dos sistemas de proteção, tornam as crianças e os jovens extremamente vulneráveis ​​à violência sexual", frisou Guterres.

A agência informou que, somente no ano passado, recebeu 12 mil denúncias de violência, porém, a realidade deve ser muito maior, pois a maioria das vítimas não registra qualquer tipo de queixa. O órgão da ONU estima que cerca de 60 milhões de meninas em todo o mundo são vítimas de violência sexual na escola, em casa e em locais públicos.

Guterres destacou que os 148 escritórios do ACNUR, espalhados pelo mundo, implementaram programas de prevenção à violência sexual. Em colaboração com parceiros locais e autoridades nacionais, ampliará os esforços para assegurar ambientes de aprendizagem seguros, inclusive por meio de associações de pais e mestres, clubes de jovens, atividades extracurriculares, aplicação de códigos de conduta e mecanismos de confidencialidade para que os alunos possam ter acesso a serviços de saúde e psicossociais. 

fonte: Canção Nova

Patriarcado segue sem informações sobre monjas sequestradas

Da Redação, com AsiaNews

Site abouna.org
Mosteiro de Santa Tecla, em Maaloula, Síria
O Patriarcado grego-ortodoxo de Antioquia, em comunicado divulgado, nesta quarta-feira, 4, afirmou que as cinco monjas sequestradas foram levadas para Yabrud, norte de Damasco, Síria. O patriarcado informou que,  até o momento, não há informações sobre o motivo do sequestro ou negociações para a libertação das religiosas.

No Mosteiro ortodoxo de Santa Tecla, em Maaloula, permanecem à espera de notícias as 35 monjas que presenciaram a ação dos extremistas islâmicos na última segunda-feira, 2. Segundo informações de autoridades locais, o ato foi cometido pelo grupo islâmico Jabat al-Nusra, que também causou diversos ataques ao vilarejo de Maaloula.

"Em Maaloula não permaneceu ninguém. Quem fugiu está vivendo com dor estes dias de ataques. A população ouve impotente as notícias que relatam a destruição de suas casas”, relataram à Agência Asia News fontes civis.

Os moradores  apontam que essas ações são o resultado do ódio de extremistas muçulmanos contra os cristãos e não têm qualquer ligação com os conflitos vividos pela Síria. Maaloula está a 40 km ao norte de Damasco e é conhecida como um dos símbolos do Cristianismo no Oriente Médio. É o único lugar no mundo onde ainda se fala aramaico, a língua de Jesus Cristo.

Durante a audiência geral de hoje, na Praça São Pedro, o Papa Francisco fez um apelo pela libertação das monjas. O Santo Padre pediu oração de todos os fiéis pelas religiosas e por todas as vítimas de sequestro do conflito sírio.

Leia mais:
.: Permaneceremos mesmo sob risco de martírio, diz patriarca 
.: Cristãos são expulsos de Vila onde ainda se fala a língua de Jesus


fonte: Canção Nova

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Por que você não se perdoa? - Mons. Jonas Abib

Há muitas pessoas que fizeram barbaridades no passado, e daí o demônio coloca os sentimentos de culpa no coração delas. 

Estes sentimentos são como escudos na nossa frente para que não nos deixemos atingir pelo amor de Jesus. 

Na hora de pecar, o demônio o manda fazer tudo depressa, mas na hora de aceitar o amor de Deus, ele fica querendo que você deixe para depois.

Deus não quer você numa vida estragada e estragando a vida do outros. 

O Senhor o ama como você está e como você é. 

Se o Senhor quer perdoá-lo, então por que você não se perdoa a si mesmo? 

Deixe cair essa armadura. Acabe com essa tolice e deixe Jesus fixar os olhos em você e o amar. Deixe Jesus o amar. 

Você não precisa sentir nada. É uma questão de vontade e não de sentimentos.

Ouça o Espírito Santo que fala no seu coração. 

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Igreja se mostra preocupada com o tráfico de pessoas

CNBB lançará, para o próximo ano, Campanha da Fraternidade sobre esse assunto

Por Alessandra Borges
Da redação

O tráfico de pessoas tornou-se um problema que vem se agravando devido ao número de vítimas. Este tipo de tráfico viola os direitos humanos e ameaça a vida e a dignidade das pessoas.

tráfico de pessoas 565x350Não há dados concretos sobre o tráfico humano no território brasileiro, mas estima-se que nos países da América Latina cerca de 250 mil pessoas são vitimadas pelo tráfico todos os anos segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2008. Conforme dados, na América Latina e no Caribe há pelo menos 1,3 milhões de pessoas em situação de trabalho forçado.Dados fornecidos pelas Nações Unidas apontam que cerca de 700 mil mulheres e um milhão de crianças são traficadas todos os anos no mundo (ONU, 2008).

No Brasil, os Estados mais atingidos são Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, além dos estados brasileiros que fazem fronteira com outros países.

O resultado do ‘Relatório nacional sobre tráfico de pessoas: consolidação dos dados de 2005 a 2011′, elaborado pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça (SNJ/MJ) em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNDOC), aponta que, dos 514 inquéritos instaurados pela Polícia Federal, durante esse período, 344 são referentes ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas, 157 são internacionais e os outros 13 são internos. Os dados ainda demonstram que a maioria das pessoas traficadas são mulheres entre 18 a 29 anos e adolescentes.

Frente a essa situação alarmante, a Igreja realizou, no início deste mês de novembro, no Vaticano, um encontro internacional sobre esse tema, fortificando o apoio da Igreja na luta contra esse crime e levando aos cristãos uma maior conscientização sobre esse problema que atinge todo o mundo.


A Igreja no Brasil abordará essa questão, junto a todas as arquidioceses e dioceses, no próximo ano, durante a Campanha da Fraternidade, cujo tema será ‘Fraternidade e Tráfico Humano’; e o lema: “É para liberdade que Cristo nos libertou (GI 5,1)”.

De acordo com a religiosa, Irmã Eurídes Alves de Oliveira (Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, mestra em Ciências da religião, pela Universidade Metodista de São Paulo – Umesp –, coordenadora da rede ‘Um Grito Pela Vida’ e integrante da coordenação do GT de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB), a temática da Campanha da Fraternidade 2014 vem para intensificar, ainda mais, as ações pastorais desenvolvidas com a sociedade para diminuir o número de vítimas do tráfico.

“A multiplicação do tema torna, de fato, o assunto e a problemática visíveis para, de certa forma, sensibilizar e envolver a sociedade, o Estado e a Igreja nessa luta. Nós temos informações de que o tráfico de pessoas está entre as três vendas ilícitas mundiais, sendo, hoje, o crime que mais ceifa vidas inocentes”, destacou Irmã Eurídes.

Hoje, as duas formas mais visíveis de tráfico estão ligadas ao trabalho escravo urbano e rural. Além destes, a exploração sexual faz parte das estatísticas, pois o volume de pessoas induzidas à prática de prostituição é grande. De acordo com a religiosa, pode-se dizer que 15% das mulheres que vivem em situação de escravidão sexual na Europa foram levadas do Brasil.

“O Brasil é um país que, pela sua extensão, pela sua cultura, por seu turismo e por toda herança escravocrata e origem colonizadora, carrega em si a marca da escravidão, é uma grande expressão no tráfico de pessoas. No Brasil, são poucas as pesquisas e os dados são muito embrionários, às vezes, defasados, mas podem comprovar e constatar um elevado índice de tráfico para o trabalho escravo e também para a exploração sexual”, ressaltou a religiosa.

O grupo de pessoas mais atingidas por esta prática ilegal são as mulheres e adolescentes, pois os criminosos induzem as vítimas com falsas promessas de um futuro melhor. Um fator agravante são as inúmeras desigualdades sociais que encontramos em muitos países.

“A exploração sexual é 70% de mulheres e adolescentes, sobretudo meninas. Os dados que possuímos e os fatos comprovam que o fato acontece por meio de aliciamento com falsas promessas e enganos. São as pessoas das regiões mais vulneráveis e empobrecidas que, seduzidas por promessas de melhoria de vida, de realização de um sonho para elas e para a família, acabam se deixando levar e caem nas malhas dos traficantes”, explicou a Irmã Eurides.

Diante desta realidade, é grande a preocupação da Igreja. Os trabalhos nas comunidades e na sociedade se intensificaram nos movimentos pastorais e também nas ações do grupo ‘Um grito pela vida’; além da realização de seminários e simpósios sobre o assunto, contando sempre com o apoio da CNBB.

“Tem crescido uma grande rede de articulação com outros organismos da sociedade civil. Inclusive, a CNBB realizou dois seminários sobre o tráfico de pessoas fazendo uma parceria também com o Ministério da Justiça. É uma ação pastoral, mas também política. A vida humana é sagrada e a violação do direito precisa ser pensada, porque ela fere a dignidade do próprio ser”, disse a religiosa.

A rede ‘Um Grito pela Vida’ pretende lançar uma campanha intitulada ‘Jogue a favor da vida’, antes e durante a copa de 2014, com o propósito de conscientizar e também realizar uma prevenção ao tráfico de pessoas em tempo de Copa do Mundo, quando o fluxo de pessoas circulando pelo país será grande.

Com informações do site Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) e do blog da rede ‘Um Grito Pela Vida’.

Créditos fotografia: Wesley Almeida

Saiba mais sobre o assunto:

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Evangelii Gaudium - Primeira Exortação Apostólica de Papa Francisco

 O Papa Francisco escreve a sua primeira exortação apostólica Evangelii Gaudium

Vaticano, 18 Nov. 13  (ACI/EWTN Noticias)

O diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, anunciou nesta manhã que no próximo dia 24 de novembro, dia de encerramento do Ano da Fé, o Papa Francisco entregará ao povo de Deus a sua primeira Exortação Apostólica intitulada: Evangelii Gaudium (O Gozo do Evangelho, tradução livre).

O documento será apresentado à imprensa, no dia 26 na Sala João Paulo II do Vaticano, em uma conferência na qual participarão o Presidente do Conselho Pontifício para a promoção da Nova Evangelização, o Arcebispo Rino Fisichella; o Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, Dom Lorenzo Baldisseri; e o Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli.

Em declarações ao grupo ACI nesta segunda-feira, Dom Fisichella explicou que o Papa Francisco fará a entrega do documento durante a Missa de clausura do Ano da Fé ao povo de Deus representado por "um Bispo, um sacerdote, um diácono, religiosos e religiosas, noviças, uma família, catequistas, artistas, jornalistas, jovens, idosos, doentes… quer dizer, de alguma maneira a entregará a todos aqueles que nos diversos momentos da vida, sendo cristãos, estão chamados a ser evangelizadores".

O Ano da Fé, explicou o Arcebispo Fisichella, converte-se assim "em um compromisso que a Igreja assume mais uma vez como um dever de levar o Evangelho a toda criatura".

Serão, no total, 36 pessoas de 18 países dos cinco continentes os que receberão a primeira exortação apostólica escrita pelo Papa Francisco.

O Vaticano anunciou que o Bispo, o sacerdote e o diácono aos que o Papa entregará a Exortação são oriundos da Letônia, Tanzânia e Austrália respectivamente.

Por outro lado, os artistas que representarão a arte católica e receberão a Exortação serão o arquiteto japonês Etsuro Sotoo, que se converteu enquanto trabalhava na Basílica da Sagrada Família de Barcelona, e a pintora polonesa Anna Gulak.

Neste grupo também haverá dois jornalistas, um é Joan Lewis, norte-americano do maior canal católico do mundo, EWTN.

fonte: ACI

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Mendigos Espirituais

Hoje, tive a coragem e a humildade de perguntar a um amigo, a partir dos tantos anos de convivência comigo, quais as minhas falhas de caráter que mais lhe saltavam aos olhos e atrapalhavam a nossa convivência. 

Ele falou dois defeitos marcantes de minha personalidade, e acertou em cheio! São dois que há muito tempo venho tentando corrigir.

Isso significa que ainda tenho muito caminho a percorrer na estrada da perfeição...

Ter coragem para perguntar a alguém sobre si mesmo é algo fácil, desde que não sejam seus próprios defeitos. Isso é algo que todos querem evitar.

Entretanto, nossos defeitos são totalmente aparentes aos outros, e às vezes só nós não os vemos, ou fingimos que não os queremos ver.

Essa nossa teimosia acaba gerando muitos conflitos em nossa vida pessoal, afetiva, espiritual, profissional, etc.

Muitas pessoas não conseguem conviver com os pais. Outros, com o/a esposo/a. Outros com os filhos. E com os patrões.

Mas, no final das contas, essas pessoas não conseguem é conviver consigo mesmas.

São "mendigos espirituais", eu diria. Sempre pedindo atenção, sempre mendigando olhares e afetos. Não suportando os defeitos dos outros, por não suportarem os próprios defeitos. Nunca admitindo estarem erradas; terem sempre a 'melhor solução' para tudo, menos para 'sair da casca do ovo' em que se deixam ficar.

Isso arruína qualquer relacionamento, a médio e longo prazo.

Como advogado, atendi ao longo de minha carreira, homens e mulheres frustrados em seus relacionamentos conjugais. E nunca me adaptei com aqueles olhares vazios que via entre os ex-esposos, quando se encaravam nos tribunais. Conseguia, às vezes, perceber que uma chama ainda fumegava, mas a mágoa a encobria completamente com uma grossa camada de orgulho ferido, intransponível. Mais um casamento desfeito. Mais um lar arrasado. Mais filhos jogados para lá e para cá, em visitas coordenadas pela Justiça...Isso me fez parar de advogar no Direito de Família. Não me formara para separar pessoas que ainda se amavam, mas que não conseguiam conviver por causa dos defeitos de um, ou de outro, que o egoísmo não deixou superar, para a abertura ao outro, e aos filhos.

Eu tenho consciência de meus defeitos. Sei que também me encaixo muito bem na definição de "mendigo espiritual", de alma carente, sempre necessitada de amor e carinho, mas que muitas vezes não sabe pedir e agride o outro, ao invés de buscar ou até mesmo, dar apoio. Falta-me, muitas vezes, a humildade.

Então, como disse no início, é necessário ter a CORAGEM e a HUMILDADE, para poder superar esse estado de 'mendicância'.

Deus não nos criou para sermos pequenos. Temos a alma grande! Fomos feitos para voar! Pássaro que não sai do chão não chega ao céu, e o gato come!

Para 'sairmos do chão', alçarmos vôo, precisamos descobrir, primeiro, onde estão as nossas asas. Depois, precisamos aprender a usá-las. Os filhotes de pássaros têm seus pais, que lhes ensinam. Nós temos nossa família.

Às vezes é difícil conviver com um pai 'turrão', ou uma mãe 'indiferente', ou até negligente! Ou então são os irmãos que tanto implicam conosco! Mas saibam que, encarando essas dificuldades, você está criando as suas asas! A cada desafio familiar superado por você; a cada dificuldade de relacionamento vencido por você, suas asas estarão se abrindo, se fortalecendo, dando-lhe as condições necessárias para voar!

Mas não pense que os outros lhe dão asas, somente. Você, sendo 'turrão', 'indiferente' e negligente com os outros, também cria oportunidades para eles. Mas isso fere, não é mesmo?

Quantas vezes sofremos por guardar sentimentos ruins em nosso peito...e guardar ressentimento leva a nos tornarmos amargos, verdadeiros "mendigos espirituais", sempre carentes de amor. E não aprenderemos a amar. E quando o amor aparecer para nós, nossos ressentimentos acabarão por devorar esse amor, de tanta fome de 'esmola' que temos...e perderemos a chance de voar...

Por isso é preciso ter CORAGEM para admitir que "sim, tenho defeitos: esse, esse e esse", e para o grande desafio: "sim, quero mudar!", e transformar os medos, os ressentimentos e as mágoas, em bênçãos!

E é preciso a HUMILDADE para deixar-se moldar pela vontade dos outros também: seus pais, seus irmãos, seus amigos, pois por "pior" que eles lhes pareçam, lembre-se logo: isso é a sua opinião a respeito deles, ou você pode provar a todos que eles realmente querem lhe prejudicar?

Tendemos a nos proteger, e esse instinto de auto-preservação é bom, mas precisamos impor limites a nossos medos, ou eles nos dominam. Já temos muito com o que lidar no mundo de hoje, tão conturbado, para ainda termos que ser um problema para nós mesmos carregarmos. Liberte-se de si mesmo! 

Mas como?

Volte ao topo. Ter a coragem de saber que não sou a melhor pessoa do mundo, e a humildade para começar a trilhar o caminho da perfeição, pela obediência às regras de boa convivência e socialidade com todos. Ninguém é obrigado a conviver com meus defeitos. E quando eles se tornarem latentes, e isso gerar conflito, lembre-se que a culpa foi sua. Humildade, cara! Coragem! Vá em frente, peça desculpas com a sinceridade de não repetir a "cena", e veja suas asas crescendo...em breve, muito breve, você estará ao lado das águias!

Tenha Fé!

E seja Feliz!

Orar sempre, sem desanimar

O texto abaixo é uma transcrição de uma das palestras no acampamento de Cura e Libertação deste fim-de-semana, na Canção Nova, em Cachoeira Paulista - SP.


Padre Duarte Lara
Foto: Natalino Ueda/cancaonova.com
Jesus, no Evangelho de hoje, disse uma palavra sobre a necessidade de orarmos sempre sem desanimar. Este é o segredo: rezar sempre sem desanimar. A oração é a "gasolina" da sua vida espiritual. Imagine um homem que tem seu carro e sai sem ver o combustível; uma hora o carro vai parar.

Uma frase de Santo Afonso Maria de Ligório diz que: "Quem reza se salva e quem não reza se condena". É importante a oração na nossa vida, da mesma forma que a água o é para o corpo. Um corpo não pode viver sem água, e uma alma não pode viver sem oração.

Lá na Europa existe um tipo de loteria que sorteia milhões de euros. Na minha paróquia, eu já perguntei a alguns fiéis: "Se você tivesse que escolher entre receber Jesus na Eucaristia ou receber o prêmio da loteria, qual escolheria?" Algumas pessoas dizem: "É, padre, eu gostaria de receber as duas coisas" (risos).

Existem coisas para as quais nós não damos o devido valor. Se você precisasse fazer todo o sacrifício para receber Jesus na comunhão uma única vez, já valeria a pena. 

Eu vi uma frase do monsenhor Jonas Abib da qual gostei muito: "Quem não adorar não vai aguentar". Isso é muito certo, porque o mundo está cada vez mais violento contra os filhos de Deus, e os cristãos já são o grupo religioso mais perseguido do mundo. Em muitos países ainda existe certa liberdade religiosa, mas a cultura já está começando a se tornar hostil à religião. Um padre amigo meu, dos Estados Unidos da América, relatou que há alguns anos as pessoas pediam a bênção a ele quando o encontravam, mas, hoje, ele me disse, com tristeza, que muitas delas cospem nele quando o veem.

Sabe quais são os remédios mais vendidos em Portugal? Três tipos de antidepressivos, porque vivemos numa cultura que está banindo Deus de seu meio. A humanidade está virando as costas para Deus e agora sofre as consequências disso. Em Fátima, numa época em que não havia TV, não tinha cinema, não tinha internet, Nossa Senhora disse: "Muitas almas vão para o inferno". Imagine nos tempos de hoje.

Dizer que se iria faltar à Santa Missa do domingo era um absurdo naquela época, e hoje muitas pessoas vão à Missa na terça-feira para não irem aos domingos.

"A cultura está se tornando hostil ao Cristianismo", afirma padre Duarte Lara
Foto: Natalino Ueda/cancaonova.com

O tempo em que vivemos é de grande mentira, no qual se prega que o mal é um bem. "Tudo é bom", dizem, o homossexualismo, todas as religiões, o aborto, a eutanásia, etc., etc. Tudo isso faz parte de uma "catequese" do mundo. 

São Paulo, na segunda Carta a Timóteo, fala dos tempos dolorosos:

"Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados,desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!" (II Tim 3, 1-5)
São Paulo nos dá uma fotografia dos tempos de hoje e ainda alerta: "Pois todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição" (II Tim 3, 12). Por isso se você não colocar a oração, como centro de sua vida, não vai aguentar esta perseguição do mundo.

Esta força para suportar as tribulações vem da constância na oração. Por essa razão me incomoda muito a vida dos primeiros cristãos, quando professar a fé em Jesus era algo ilegal, sem dizer a quantidade de ídolos dos quais estavam rodeados e, mesmo assim, não os adoravam. Quantos mártires foram produzidos nesse cenário! Diante disso perguntamos: temos coragem de dar a vida por Jesus como fizeram os primeiros cristãos?

No Império Romano eles obrigavam os cristãos a sacrificarem animais em nome do "deus imperador"; e os cristãos diziam: "Obedecemos você como autoridade civil, mas jamais como Deus. Se quiser me matar pode matar". Olhe que fé!

Nós vivemos num mundo "fácil", onde até a religião é aquela que você mais gosta; é só ver a Nova Era, com a doutrina da reencarnação, as energias e tudo o mais... Estes venenos têm se espalhado pelo mundo rapidamente. Então recordamos que, neste mundo, diante deste contexto, quem não rezar não vai aguentar. 

"É preciso colocar a oração no centro da vida!", exorta o sacerdote português
Foto: Natalino Ueda/cancaonova.com


Jesus nos pede hoje que tomemos uma decisão: rezar todos os dias. Quem puder, procure ir à Missa todos os dias, reze o terço diariamente, procure um sacerdote e faça a confissão, estes são e sempre foram o segredo dos santos. Deus não vai permitir que se percam tantas almas, Ele vai dar uma "sacudida" no mundo, mas você não precisa esperar por isso, abra os olhos agora!

A confusão vai aumentar ainda mais no mundo. Agora, na Inglaterra, estão colocando em prática uma lei que obriga todas as agências de adoção a entregarem crianças para casais homossexuais. O problema é que, na Inglaterra, a maioria das agências são católicas, e se elas não as entregarem para adoção desses casais estarão cometendo um crime. No Canadá um padre foi preso por pregar Romanos 2 na Santa Missa.

Onde estão os soldados de Cristo? Nós temos dois bilhões de cristãos que estão calados! Quem vai lutar pela Palavra do Senhor? Deus chama você! E se um dia você levar um tiro por defender a Palavra de Deus, glória a Deus! Você vai para o céu direto.

O inimigo de Deus está pegando muitas almas pelos pecados da carne. Jacinta [Três Pastorinhos] já dizia, há quase cem anos, antes de morrer, que os pecados mais graves são os da luxúria, os pecados de ordem sexual. O mundo hoje trata a sexualidade como um esporte. Os cristãos devem se levantar para uma "cruzada" a favor da pureza.

Transcrição e adaptação: Daniel Machado
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Padre Duarte Lara 
Sacerdote português ministeriado em cura e libertação

Seja Feliz!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Óculos para ver o diabo

Havia um homem que não acreditava que o diabo existia. E por mais que fizessem, ele não acreditava. Então ele disse: "Só vendo o diabo, eu acredito!"

Um dia, andando por um bazar, deparou-se com um velhinho, que lhe ofereceu uma novidade, única no mundo: uns óculos para ver o diabo!

É claro que o homem riu-se do velhinho, mas curioso, acabou comprando os óculos.

Colocou-o no rosto e começou a procurar, ali mesmo, pelo bazar, o diabo, mas não o viu.

Continuou procurando pelos arredores, mas, nada.

Daí pensou: "estou procurando nos lugares errados!" E foi direto para um prostíbulo, certo de que iria deparar-se com o encardido. Chegou ao local, e nada! Procurou, procurou, procurou, e nada!

Saiu dali já achando que tinha sido logrado pelo velhinho, mas como os óculos haviam custado tão pouco e sua curiosidade era maior, insistiu na busca.

Daí ele foi à uma encruzilhada, onde haviam uns despachos macabros, mas também nada encontrou. E foi a uma boca-de-fumo, e também não o viu. Andou por todos os cantos do submundo, e ficou frustrado.

"Acho que fui enganado. Esses óculos são comuns e não têm nada de especial. Ver o diabo...só eu mesmo..."

Assim pensando, passou à frente de uma  igreja, e sobre o arco do portão principal daquele singelo templo, esparrachado, deparou-se com o diabo!

Surpreso, ele parou e tirou os óculos, e não o viu mais. Colocou novamente os óculos, e lá estava ele! "É verdade! Os óculos funcionam!"

Então ele perguntou ao diabo porque ele não o encontrou em todos os lugares sombrios do mundo, e foi encontrá-lo justamente no último lugar em que julgaria encontrá-lo: numa igreja!

O diabo, solícito, prontamente o respondeu, com um grunhido que parecia sair das profundezas da terra: "Ora, meu caro, todos aqueles lá são meus há muito tempo, e não preciso me preocupar mais com eles! Eles já aprenderam o caminho do inferno! Agora eu quero esses aqui!" E apontou para os fiéis na igreja, reunidos em oração e adorando ao Senhor.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Oração de perdão a si mesmo e aos outros

por Marcio Mendes

Meu Senhor e meu Deus, cheio de amor e bondade, eu aceito perdoar todas as pessoas em minha vida, a começar por mim mesmo, porque sei que o Senhor me perdoou primeiro. E se o Senhor já me perdoou, também eu me perdôo por todos os meus pecados, faltas e falhas, especialmente por esta situação (apresente a Deus o que o incomoda).

Eu me perdôo por não ser perfeito, por não acertar sempre, eu me aceito como sou e decido deixar de me criticar e ser eu mesmo o meu pior inimigo. Porque o Senhor está em mim, sei que posso viver reconciliado comigo mesmo. Liberto-me de tudo o que guardei contra mim mesmo. Liberto-me dessa prisão para ficar em paz comigo mesmo. Hoje, pelo poder do Espírito Santo, eu me perdôo e me reconcilio comigo mesmo.

Senhor, não quero desperdiçar a minha vida amarrado pela falta de perdão. Mas, às vezes, sinto-me fraco para perdoar. Não consigo perdoar com minhas próprias capacidades. Socorre-me com a tua força!

Sei que o Senhor não permitirá que os relacionamentos difíceis da minha vida se tornem ainda piores. Peço Senhor, que cure as minhas raivas reprimidas, minhas amarguras e ressentimentos.

Eu tomo a firme decisão de viver reconciliado com as pessoas em minha vida.

Eu perdôo todas as pessoas ligadas a mim. Perdôo-as por todo negativismo e desamor que, querendo ou mesmo sem querer, passaram para mim no decorrer de minha vida. Perdôo especialmente esta pessoa (diga a Deus o nome dela) por esta situação (apresente ao Senhor o motivo). Eu a perdôo de todo o meu coração por qualquer tipo de abuso e decepção. Eu a perdôo, agora, por não ter me dado o amor e o respeito profundos, inteiros e suficientes de que eu tanto precisava. Eu a liberto e me reconcilio hoje com ela.

Sobretudo, meu Deus, peço agora a graça de perdoar a pessoa que mais me feriu na vida. Aquela que é mais difícil de perdoar. Quero perdoá-la agora, mesmo que ainda me sinta ferido e com raiva.

Mostra-me, Senhor, entre os meus amigos, na minha família, e naqueles que já exerceram alguma autoridade sobre mim, a quem em meu coração eu ainda preciso dar o meu perdão. Dá-me essa graça!


Abençoa cada uma dessas pessoas neste dia de hoje, Senhor! Que elas possam sentir-se especialmente livres e amadas por ti, neste momento. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Amém!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A vida deve prevalecer. Sempre. E você se surpreenderá!

Mãe de futuro bispo ouviu de médico durante a gravidez: Seu filho vai ser um monstro

Ele sugeriu o aborto. Ela respondeu: É meu filho e nós vamos aceitar o que Deus nos enviar

Roma,  (Zenit.org) Redação

The Rev. Andrew CozzensNeste último dia 11 de outubro, o papa Francisco nomeou dom Andrew Cozzens como o novo bispo auxiliar de St. Paul,Minneapolis, nos Estados Unidos. É uma das tantas nomeações que o santo padre faz e que poderia ter passado despercebida se não fosse pelo fato de que a mãe do novo bispo, dona Judy, narrou a história da sua gravidez para o jornal The Catholic Spirit, revelando que Andrew teria sido abortado se ela tivesse ouvido os conselhos do próprio médico. 

Ela não ouviu. E a história de Andrew não passou despercebida. Ele foi ordenado sacerdote em 1997, aos 28 anos, e agora é professor de Teologia Sacramental e responsável pela liturgia no seminário diocesano.

Quando estava grávida de cinco meses de Andrew, seu segundo filho, Judy começou a sentir dores que atribuiu inicialmente a um vírus pego no colégio onde dava aulas. Como as dores continuaram, ela pensou que podia ser um parto prematuro e correu para o hospital, acompanhada do marido, Jack. Conseguiram controlar a situação, mas, no dia seguinte, ao visitá-la, o médico afirmou: "O seu feto é deformado. Você não pode continuar esta gestação". Judy respondeu na hora: "O que você quer dizer? Ele é meu filho!".

"Não, eu acho que você não está me entendendo", insistiu o doutor. "O que você está carregando no útero é um monstro e você não pode continuar esta gravidez". A mãe replicou: "Ele é meu filho e nós vamos aceitar o que Deus nos enviar". O médico se recusou a continuar a atendê-la. A família teve que encontrar outro médico para acompanhar a gestação.

Andrew nasceu perfeitamente normal, a não ser por um eczema que afetava todo o seu corpo. Ele teve alergias que o incomodaram durante dois anos e provocaram uma asma crônica, que o acompanha até hoje.
Foi essa asma, em parte, que o levou a descobrir a vocação de entrega a Deus, quando tinha apenas 4 anos de idade.

Durante uma internação hospitalar em que precisou de respiração artificial, o pequeno Andrew olhou para o médico que tomava conta dele e disse:  "Pode ir dormir na sua cama. Vai ficar tudo bem comigo. Eu vou crescer e vou me dedicar às coisas de Deus".

O médico ficou perplexo e, conversando depois com Jack e Judy, contou-lhes que estava perdendo a fé em Deus por causa de um processo de divórcio muito doloroso, mas que as palavras do pequeno Andrew o tinham ajudado.

A vocação do menino foi se assentando graças também à amizade da família com um sacerdote de Denver, cidade onde viveram durante uma temporada para tratar do filho num centro especializado em asma.

Andrew leva hoje uma vida perfeitamente normal como adulto e como sacerdote. Com algumas peculiaridades, é claro: a exemplo do pai, ele também se tornou montanhista.


(06 de Novembro de 2013) © Innovative Media Inc

Eutanásia: uma definição em três pontos

Glossário de Bioética: a "doce morte" acabou significando também "dar morte a uma pessoa com prognóstico negativo"; uma "morte rápida", porém, não é sinônimo de "morte digna".

(Zenit.org) Carlo Bellieni

A “morte doce” acabou significando "dar morte a uma pessoa com prognóstico negativo", embora a "morte rápida" não seja sinônimo de "morte com dignidade": pode ser entendida como "morte doce”, afinal, aquela que é vivida com coragem e na companhia dos entes queridos; facilitar a morte de alguém é um ato prejudicial ao corpo social, diferentemente da suspensão de cuidados desnecessários, dos quais ela deve ser bem diferenciada.

Realismo
Literalmente, eutanásia significa "morte doce"; na linguagem comum, ela significa "morte provocada (a fim de evitar o sofrimento grave)", que mal se distingue do suicídio assistido de uma pessoa que consente nessa prática. Dentro do contexto da eutanásia, inclui-se a suspensão da assistência médica voltada a salvar a vida, ou seja, a determinação de não reanimar o paciente caso haja risco urgente para a vida, ou de suprimir os medicamentos e até mesmo a hidratação e a alimentação. Fala-se, assim, de eutanásia ativa e passiva (ou omissiva).
A razão
A eutanásia realmente preserva a dignidade da pessoa? Seu objetivo declarado é duplo: evitar o sofrimento e a possível diminuição da dignidade da pessoa. Entretanto, para combater o sofrimento existem excelentes medicamentos; já a questão da dignidade da pessoa é mais complexa: haverá mesmo algo que diminua a dignidade de uma pessoa? Morrer de velhice é mais digno que morrer de câncer?
A dignidade humana é inerente à pessoa, em qualquer situação, em qualquer idade, em qualquer estado de saúde ou de desenvolvimento sócio-econômico. É um mito a ideia de que seja preciso criar situações para preservá-la, já que nada a elimina, nem mesmo o pior dos algozes. Ao contrário: é obrigação moral de todos respeitá-la. Esse mito vem da ideia de que ser dependente dos outros, principalmente em casos extremos de dependência, não seria "digno do ser humano", que, na sociedade pós-moderna, é visto como aquele que tem uma característica fundamental e suprema: a autonomia, a independência. Qualquer coisa que diminua ou elimine a autonomia é hoje considerado como um ataque contra o status do ser humano, levando-o inclusive a perder o título de "pessoa": seria o caso da criança, do embrião, do ancião ou do doente mental que depende dos outros.
O que deve ser assegurado de todas as maneiras é que a pessoa receba todos os cuidados a que tem direito, incluindo os paliativos, e que transcorra a etapa final da vida nas condições mais serenas possíveis. A questão, assim, é “ajudar a morrer bem”, o que não significa "decidir quando", mas "como": isto é, no melhor ambiente e com o melhor atendimento e companhia. A eutanásia é apenas um atalho para não se abordar o problema dos direitos reais do moribundo.
De que tipo de cultura nasce a ideia de escolher quando morrer? O slogan "Eu decido quando e onde morrer" é um exagero com propósitos polêmicos. Pouquíssima gente ficará paralisada sem poder expressar a própria opinião e precisando de alguém que lhe escolha o tratamento médico adequado. Esse slogan nasce também de uma cultura de autonomia extrema, na qual o meu valor reside na minha capacidade de me autogerir: é claro que isto é bom, mas não diminui o valor da pessoa que precisa ser cuidada até nas necessidades mais simples. Suspender o tratamento é válido apenas se o tratamento é insuportável ​​ou não é eficaz.
O sentimento
Não se pode supor que qualquer um vá decidir antecipadamente o que escolher quando estiver doente. Mas há um aspecto social que precisa ser levado em conta: o cuidado das pessoas gravemente doentes deve ser uma exigência legal das autoridades locais e do Estado, que devem facilitar a situação das famílias e dos indivíduos. Hipocrisia é falar contra a eutanásia fingindo-se que a pessoa deprimida ou idosa não é abandonada pela sociedade. Ao mesmo tempo, é muito fácil para o Estado simplesmente permitir a eutanásia em vez de dar o melhor das suas possibilidades para ajudar os doentes.

(06 de Novembro de 2013) © Innovative Media Inc.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A santidade é para todos

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo


Quase no fim do Ano da Fé, a celebração da solenidade litúrgica de Todos os Santos nos deu a ocasião para recordar um dos artigos finais da Profissão de Fé da Igreja: “Creio na comunhão dos santos”. O Catecismo da Igreja Católica explica bem essa afirmação de nossa fé nos parágrafos 946 a 987.


A Igreja possui um “patrimônio comum”, do qual todos participamos: a santidade, dom do Espírito Santo dado aos discípulos de Cristo. Todos contribuímos para esse patrimônio com nossa vida santa e todos somos por ele também beneficiados. Na Igreja, ninguém é herói solitário: estamos em boa companhia!

Isso nos leva a ter uma atenção especial aos santos e santas, que são as testemunhas excelsas de Cristo; a Igreja, ao proclamar um santo, confirma que sua vida foi uma interpretação exemplar da vida cristã e um testemunho luminoso do Evangelho do Reino de Deus no mundo. E como os dons de Deus são inumeráveis, há também numerosas formas de santidade e de vidas santas. Cada santo, a seu modo, é um exemplo de vida segundo o Evangelho e pode ser imitado pelos outros, sem medo de errar.

Nossos santos católicos não são mitos criados pela fantasia humana. São pessoas que viveram num tempo e num espaço, tiveram uma história pessoal, que pode ser conhecida e verificada; eles são os membros da Igreja, que já chegaram lá, onde todos nós queremos chegar um dia. Mas pela “comunhão dos santos”, eles continuam ligados a nós e nós, a eles. Eles são mestres de vida cristã, testemunhas e exemplos de perseverança na fé, muitas vezes vivida em meio a inumeráveis dificuldades. Muitos deles morreram martirizados, proclamando essa fé, que também nós professamos.

Penso, por isso, que a vida dos santos seja parte importante da Catequese e da iniciação à vida cristã. Eles já percorreram a estrada que nós somos chamados a percorrer; eles foram discípulos exemplares de Cristo, foram bons cristãos e viveram de modo exemplar as virtudes, que também nós somos chamados a viver.

Gosto de retomar a Carta Apostólica Novo millennio ineunte (No início do novo milênio, 2001), do Papa João Paulo 2º. É breve, iluminada, programática. Ali se diz que a santidade é a prioridade das prioridades pastorais: “Não hesito em dizer que o horizonte para o qual deve tender todo o caminho pastoral é a santidade” (cf. n. 30).

A santidade é a vocação universal dos batizados, conforme nos ensina o Concílio, ao falar da Igreja (cf. Lumen Gentium, cap. V). A santidade não é uma ilustração opcional à vida cristã, mas a sua própria meta; pela fé e pelo Batismo, estamos em comunhão com aquele que é o santo e a fonte de toda santidade. A santidade é uma das qualidades da Igreja e deve também ser a marca de todos os seus membros: “Esta é a vontade de Deus a vosso respeito: a vossa santificação” (1Ts 4,3). É a vocação de todos os batizados.

A programação pastoral deve ser marcada pela busca da santidade. Por isso, diz ainda João Paulo 2º na mesma Carta Apostólica: “Perguntar a um catecúmeno – queres o Batismo? – significa ao mesmo tempo perguntar-lhe – queres ser santo?” (n. 32). A santidade, portanto, não é apenas para alguns poucos, mas para todos os discípulos de Cristo.

E o Papa Francisco, na homilia da solenidade de Todos os Santos, voltou a lembrar que a santidade tem um caminho, um rosto e um nome: Jesus Cristo. Estar em comunhão com Ele, seguir seus passos, imitar seu exemplo – eis o jeito da santidade.


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Santidade e Serviço vêm da escuta da Palavra

Neste final de semana, servindo na Pastoral da Música, na Missa da noite, tive a oportunidade de executar uma canção muito bonita em sua melodia e muito profética em sua letra, uma belíssima oração.

O nome da música é "Sei que terei mais". 




Sei que terei mais

Suely Façanha
Sei que és caminho, sei que és verdade e vida
Sei que és amor, sei que és Senhor e Deus, Jesus

Tua palavra eu quero viver mesmo que tudo eu venha a perder
Tua palavra eu quero viver mesmo que a vida eu venha a perder

Sei que terei mais lá no céu, terei muito mais lá no céu
E uma verdadeira vida aqui, perto de ti, felicidade sem fim

Faz de mim o sal da terra, faz de mim a luz do mundo
Sejas tu o meu sabor, minha luz e meu Senhor e Deus, Jesus


Sei que terei mais lá no céu
Terei muito mais lá no céu


Chamei-a de canção profética, porque ela nos dá a oportunidade de assumirmos o (tão e sempre adiado) compromisso com o Senhor, que nos chama à santidade pelo serviço da caridade ao próximo.

Deus nos chama a ser santos. Ser santo não é uma obrigação que se impõe ao Cristão, visto que é a própria essência do 'ser cristão'. Não se pode compreender o 'ser cristão' sem a vivência da santidade, que é galgada dia-a-dia, passo-a-passo, no trabalho de cada dia. O fato de estar vivo e vivendo o agora, com tudo o que ele nos traz é o desafio a ser enfrentado na fé, na graça de Deus, para chegarmos ao próximo passo a ser dado rumo à meta: tornarmo-nos iguais a Cristo, sermos outros Cristos.

Também não se compreende um cristão que não vive a radicalidade da fé, isto é, que conhece a Palavra de Deus, Seu chamado fecundo, e não faz germinar a Palavra em seu espírito, e não a coloca em prática, no serviço aos irmãos.

Muitos talvez não o fazem por não compreenderem o que seja servir aos irmãos. Ora, é simples: Com os seus dons, com a sua individualidade, que é única, você tem toda a capacidade dada por Deus para ser feliz, fazendo o que você já faz. Basta mudar o foco: visar o bem comum em todas as coisas que fizer e disser. Até num sorriso! Se for por amor a Deus, é serviço de caridade! 

Ouça a música e ore com ela, e espero que você possa escutar a voz do Senhor na mesma ou até em maior intensidade que eu, ao tocá-la.

E seja Feliz!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Um exemplo de santidade moderna

Mãe que para salvar sua filha rejeitou aborto "terapêutico"

Uma jovem mãe de família argentina, María Cecilia Perrín de Buide, que rejeitou um aborto erroneamente chamado «terapêutico» e morreu aos 28 anos para salvar a vida de sua filha, poderá chegar à honra dos altares. 

O arcebispo de Bahia Blanca, Dom Guillermo José Garlatti, abriu o processo de beatificação da Serva de Deus Cecilia Perrín de Buide e designou o tribunal que deverá estudar o heroísmo de suas virtudes.

O tribunal estará integrado pelo presbítero Marino Giampetruzzi, como juiz delegado; o presbítero Elio Ricca, como promotor de justiça; e a Sra. Alejandra Belfiore como Notária.
María Cecília Perrín nasceu em Punta Alta, Buenos Aires, Argentina, em 22 de fevereiro de 1957. Foi a terceira de cinco irmãs.

O ambiente familiar no qual se desenvolveu a vida da jovem Cecília era de profundas raízes cristãs. De uma família aberta ao Espírito Santo, Cecília foi tocada profundamente pela espiritualidade de Chiara Lubich e o movimento fundado por ela: os Focolares (Obra de Maria).

Foi uma das primeiras famílias que aderiram a esse movimento em Punta Alta.
Em 20 de maio de 1983, após dois anos de noivado, Cecília contraiu matrimônio com Luis Buide.

Em fevereiro de 1984, estando grávida, foi-lhe diagnosticado um câncer. Tomou a firme decisão de aceitar a vontade de Deus e se apoiou em quatro pilares: sua profunda fé, seu amor a «Jesus Abandonado», o afeto de seu esposo, familiares e amigos e a força da unidade com quem compartilhava seu ideal de vida.

O diagnóstico era irreversível. Não obstante, havia uma grande alegria pela nova vida que chegaria. Os médicos consideraram a possibilidade de realizar um «aborto terapêutico» para poder salvar a vida de Cecilia. Ela se negou rotundamente a isso por sua férrea convicção cristã, e sabendo que isso tornaria impossível sua sobrevivência, pronunciou seu «fiat» ao Senhor com serenidade e clareza.

Cecilia escreveu: «Hoje pude dizer a Jesus que sim. Que creio em seu amor muito além de tudo, e que tudo é Amor d’Ele. Que me entrego a Ele».
Com grande alegria, em 17 de julho nasceu sua filha María Agustina, à qual deu todo seu afeto maternal até que, em 1º e março de 1985, María Cecilia Perrín de Buide faleceu, aos 28 anos.

Seus restos mortais descansam na Mariápolis Lia, em O’Higgins, Buenos Aires, por pedido expresso dela, para que aqueles que a fossem ver encontrassem um lugar de alegria e esperança, e não de morte e desolação.

Sua fama de santidade, seu heroísmo na entrega, seu exemplo de vida cristã e muitas graças que foram escutadas e concedidas, fizeram que se inicie sua causa de canonização.
Em 10 de novembro de 2005, a Santa Sé deu o consentimento para que se iniciasse a causa de beatificação e canonização de Cecilia Perrín e a declarou Serva de Deus.