Apesar do apoio do Papa Francisco, a situação dos cristãos no Paquistão "é de perseguição

"O Papa é o líder de todos os cristãos, por isso estamos aqui para pedir a sua intervenção e, em particular, a sua oração, pelos cristãos do Paquistão e a nossa família". Em uma entrevista concedida a Zenit, depois de uma conferência de imprensa realizada terça-feira (14), no Parlamento italiano, em Roma, o marido de Asia Bibi, Ashiq Masih, fez esta declaração.
O encontro aconteceu na sala de imprensa do Palazzo Montecitorio, e foi apresentado pelo senador italiano Mario Mauro e o Secretário de Estado, Domenico Rossi, juntamente com a Associação dos Paquistaneses Cristãos e a Associação CitizenGO.A filha de Asia Bibi, Eisham Ashiq, e o advogado Joseph Nadeem, que estão na Itália para solicitar a intervenção da comunidade internacional em prol da libertação da cristã, também participaram da conferência.
Asia Bibi Noreen, cristã paquistanesa, é mãe de cinco filhos. Em 2009, ela foi presa sob a acusação de insultar o profeta Maomé. Em 2010, foi condenada à morte. Ela acredita que sobreviveu ao longo de quatro anos de prisão por causa de suas orações e da oração de todos os membros da Igreja.
Ao encontrar o Santo Padre na Audiência Geral, Bibi pediu ao marido e a filha que beijassem a sua mão e pedissem uma bênção. Sobre a importância deste encontro com o Papa para a família, o marido de Asia Bibi destacou: "O Papa é o líder de todos os cristãos, por isso estamos aqui para pedir a sua intervenção e, em particular, a sua oração para os cristãos do Paquistão e a nossa família".
Respondendo se a voz do Papa é ouvida pelo povo do Paquistão, Ashiq disse aos jornalistas: "Com certeza, a voz do Papa é ouvida no Paquistão e é altamente respeitada".
Questionado sobre as condições físicas e psicológicas de sua esposa, ele disse: "Ela tem uma fé muito forte. Ela está bem, em termos de saúde psicológica e mental”.
Quando um repórter lhe perguntou: "Qual é a sua esperança agora?". Ele respondeu: "Nossa esperança é Deus e a nossa fé."
Sobre a longa e cansativa jornada para a Europa e se valeu a pena a visita, o marido disse que "a Europa pode fazer muito, está comprometida e dando maior visibilidade a Asia Bibi”.
Mais do que apenas refletir sobre a provação de sua família, ele falou sobre a situação dos cristãos no Paquistão. "A situação dos cristãos no Paquistão é de perseguição", afirmou. "Na última sexta-feira, um jovem cristão foi queimado vivo”.
"O nosso apelo é pela liberdade de Asia Bibi”, disse Ashiq Masih a ZENIT.
Ele também reiterou que só veio a Roma com uma filha, deixando os outros no Paquistão, porque eles querem fazer um apelo à comunidade internacional pela liberdade de Asia Bibi.
"Esperamos que a Europa pressione o governo paquistanês", disse Ashiq. "É uma oportunidade para conseguir a liberdade de Asia Bibi".
O caso está no Supremo Tribunal Federal, perto da última chance, que seria o perdão presidencial. No entanto, um perdão presidencial só poderá acontecer se houver pressão por parte do governo italiano e do resto da comunidade internacional.
Quando perguntado se ele continuava otimista dada a realidade, ele disse: "Nós estamos otimistas. Estamos lutando muito junto com a comunidade internacional para obter a liberdade Asia Bibi”.
Em declaração à ZENIT sobre o envolvimento da Igreja, o advogado, Joseph Nadeem, ressaltou que quanto mais a Igreja estiver envolvida, mais provável é a liberdade de Asia Bibi.