Lamento por um Amigo

Recebi um telefonema, nesta manhã, informando o falecimento de um grande amigo. Mais ainda, um Irmão de minha antiga Paróquia, como eu, Congregado Mariano de valor! José Monteiro. Deixo seu nome gravado aqui, numa singela homenagem àquele que foi homem de virtudes, de força, de sorriso, de amizade, de entrega, de doação, de trabalho.

Grande amigo de meu pai, homem correto e simples. Cheio de fé e de caridade. Nunca me disse um não a cada solicitação que lhe fazia. E sempre disposto.

Não pude deixar de lamentar, apesar de estar cheio da confiança de que Deus, sendo fiel às Suas promessas, o recompensa agora com a Felicidade Eterna, ao lado de Sua Santa Mãe, a quem José Monteiro sempre amou e ensinou a amar.

Lamento o mesmo lamento que hoje lemos na liturgia do dia, em que o Rei Davi lamenta a morte de seu filho Absalão (II Samuel 18,9-10.14.b24-25a.30 - 19,3), que se revoltara contra ele. Mesmo longe, mesmo inimigo seu, Davi o amava, pois era seu filho. Quanto também reservo um pranto por você, velho amigo Monteiro!

E neste dia, na festa litúrgica de São João Bosco, em que seu corpo desce à terra, possa o grande fundador dos Salesianos e educador dos jovens encaminhá-lo à presença do Pai, José Monteiro. E de lá, interceda por nós, grande amigo e mentor!

Salve Maria!

Leia hoje: São Marcos 5,21-43

E Seja Feliz!

Deus é Brasileiro!

O Brasil é um imenso País. É uma grande Nação.

Pero Vaz de Caminha informou a El Rey que aqui 'em tudo se plantando, tudo dá'.

É verdade. Tanto de bom quanto de ruim. Em se plantando, por aqui, qualquer coisa, tudo frutifica. Nós somos um povo que não vem de uma raça 'pura', nem 'puritana'. E daí vem nossa força. Força dos braços. Força da alma. Força do coração. Disso também Evaristo da Veiga já declarava: "Brava Gente Brasileira", que é um dos versos do refrão do Hino da Independência, que ganhou música do imperador Dom Pedro I e que foi, até 1890, o hino nacional brasileiro.

Dizia eu, de bom e de ruim. Em se plantando, nestas terras e nestes corações, tudo dá.

Por isso o Brasil nos orgulha, ou melhor, por isso nos orgulhamos de ser Brasileiros. Com 'B" maiúsculo. Podem plantar as maiores desgraças, as piores corrupções, podem elevar ao poder os mais crassos políticos, e enxovalhar nossas famílias com as mais nefandas leis. Podem desmoralizar a dignidade do Brasileiro com os mais levianos programas de reality shows como esse Big Brother Brasil que está no ar agora, e podem nos assaltar nas ruas, e nos extorquir nos juros, nos lesar nos salários e nos espoliar nos supermercados e farmácias, sem contar com os assassínios promovidos pelos descasos nos hospitais, pela violência policial e pela marginalidade nas ruas.

Nosso orgulho não se abala. Saímos feridos e sangrando, mas sorrindo. Isso ninguém entende. Pelo menos, ninguém que não seja Brasileiro. Porque, para entender, tem que ter o sangue miscigenado pelos índios, portugueses, negros, espanhóis e holandeses, pelos italianos e alemães, durante quinhentos  anos. Tem que aprender a viver com um salário de pouco mais de R$ 600,00. Tem que comer em marmitas e chacoalhar em trens e ônibus durante hora, hora e meia para chegar ao trabalho. Tem que aprender a ver seus pais envelhecendo e perdendo a dignidade diante da sociedade hedonista que não lhes dá mais atenção ou cuidados pois estão "velhos" e "não prestam mais pra nada". Tem que sobreviver às desgraças naturais que arrasam cidades - como o foi em 2011 em Friburgo e Teresópolis, em que milhares de pessoas morreram e estão desaparecidas até hoje, enquanto as verbas destinadas ao resgate e recuperação das cidades e pessoas "desapareceram". Tem que aprender, por falta de outros recursos, a viver como der, pelo "jeitinho brasileiro".

Todos os países por aí afora têm o seu orgulho também. E tem que ser assim. Mas são gerações e gerações se casando entre si, entre os seus, de mesma linhagem, de mesmo sangue. Sabemos que isso enfraquece os genes. Não é demérito, mas enfraquece.

Então nós somos um Povo que, por sermos diferentes, somos taxados. De pretos. De pobres. De índios. Vemos sites e sites propagando um famigerado 'turismo sexual", como se o Brasil fosse um puteiro continental. Alto Lá! 

Dizem que quando Frank Sinatra estava para vir ao Brasil pela primeira vez - nos anos '80 -, disseram a ele que aqui só tinham índios, e "The Voice" cantou no estádio do Maracanã apavorado (risos).

Somos índios. Somos pretos. Mas não somos pobres. Nossa cultura é uma das mais diversas do mundo. Na literatura, nas artes, na música, na culinária, na arquitetura, no esporte. E a beleza está na diversidade.

Não somos pobres também nos recursos naturais que tantos países cobiçam (e até usurpam, desde o Descobrimento). É o caso das reservas florestais, reservas hídricas e reservas petrolíferas, só para falar pouco.

Mas nossa maior riqueza não está nos valores da terra. Estão em nosso sorriso, em nossa expansividade contagiante, em nossa alegria, em nosso coração. Nada nos abala. É como diz o samba: "levanta / sacode a poeira / e dá a volta por cima." ('Volta Por Cima', de Paulo Emílio Vanzolini, 1962).

Das novas sete maravilhas do mundo moderno, temos o Cristo Redentor, que apesar de não ser escultura nossa, tornou-se o Símbolo Maior da Nação Brasileira.

Estamos guardados e guiados pelo Santíssimo Filho de Deus feito homem, Jesus Cristo, cuja vontade de 'estar' nesta terra tupiniquim já era vislumbrada nos tempos do Descobrimento: "Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar." (A Carta de Pero Vaz de Caminha, 1º de maio de 1500).

Sim. Este nosso Brasil é de Deus. Desde o início. Porque desde sempre. E cumpre a nós, Brasileiros, cuidar para que continue assim. Tanto é assim que Vindo o Filho, trouxe-nos, também Sua Mãe, que desde Aparecida nos guarda e nos protege. A todos. Crentes e não crentes. "Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca." (Is, 49,15). Essa é a Verdade de Deus. E essa é a vontade de Deus para impedirmos que o aborto seja legalizado no país, para que a família seja respeitada e preservada em sua dignidade e liberdade, para que nossos filhos sejam educados como Filhos de Deus e não como filhos da televisão, e para que todos nós tomemos consciência de que somos irmãos. Brasileiros, com 'B' Maiúsculo, porque filhos de uma Gigantesca Nação!

Retorno a Pero Vaz de Caminha: "Porém o melhor fruto, que nela [Brasil] se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar."

A principal semente.

Essa semente  de Cristandade foi lançada. E a semeadura foi e tem sido fecunda. O Brasil é hoje um dos maiores celeiros de Cristãos, que devem ter a coragem de anunciar este Cristo Senhor, e denunciar as imundícies que denigrem nossa terra, nossa Pátria, nossa casa, nossa Nação.

Viva o Brasil, por que Deus é Brasileiro!

Leia hoje: Isaías 49 (todo o Capítulo)

E seja Feliz!