Não
é muito fácil compreender o que está acontecendo no Oriente, sobretudo
nos países onde o islamismo é acentuado. Acontece o que a mídia tem
chamado de “Primavera árabe”, ou seja, o povo nas ruas pedindo
liberdade, democracia, direitos etc. O mundo árabe acordou!
Certamente, a globalização, que hoje
acontece no mundo, especialmente pela ação da internet, é uma das causas
desse fenômeno, do qual é difícil de prever os desdobramentos. Em
alguns países, os ditadores foram depostos, como no Egito e na Síria,
onde os oposicionistas do Governo pressionam a sua queda. A Síria
experimenta quase uma guerra civil.
Um dos países, no qual aconteceu essa
“Primavera árabe” com grande violência, foi no Egito, o maior e mais
importante país árabe, com 85 milhões de habitantes. O fato ocorreu com a
queda de Osni Mubarak (11/2/2011), hoje preso. Mubarak era apoiado
pelos generais fardados, mas o povo árabe tomou as ruas, depôs o ditador
e exigiu eleições. Foi, então, eleito um representante do movimento
radical islâmico da “Irmandade Muçulmana”, Mohamed Mursi (18/6/2012),
engenheiro que implantou, no Egito, um governo islâmico conduzido por
leis do Corão ou Alcorão. Em 26/12/2012, Mursi aprovou uma nova
Constituição redigida apenas por muçulmanos mais radicais e aprovada em
um referendo.
Acontece que há um outro lado: os
militares de linha dura que não aceitam isso, pois veem no islamismo um
fator de atraso e querem uma sociedade mais moderna, como na Turquia,
por exemplo. Então, há um terrível embate entre as duas forças, que pode
se transformar numa guerra civil e se espalhar por todo o Oriente
Médio. Já são centenas de mortos (mais de 600) pelos protestos na rua,
por causa da deposição do Presidente eleito Mursi, da Irmandade
Muçulmana. Na verdade, o confronto dos militares e a facção muçulmana
vêm desde a década de 50.
Está cada vez mais difícil os dois lados
sentarem-se a uma mesa de negociação, porque cada uma das duas forças
políticas não reconhece a legitimidade da outra. A Irmandade Muçulmana é
forte, tem o apoio de, pelo menos, 20% do povo e 5 milhões de
militantes radicais. Acreditam seus adeptos que morrer nesta luta é ser
mártir. Como não gostam do Cristianismo, esses radicais estão também
perseguindo e matando cristãos, incendiando as igrejas cristãs coptas*
[igreja cristã nacional do Egito], a qual conta com 10% de adeptos na
população.
Em todos os países de governo muçulmano
radical, os cristãos sofrem terríveis perseguições. As igrejas são
destruídas, queimadas e muitos são mortos. Precisamos rezar por esses
irmãos em Cristo que sofrem os piores martírios dos nossos tempos. É
hora de unirmos as orações e ações para que se respeite, nos países de
governo islâmico, a liberdade religiosa que tanto os Papas têm pedido.
Nunca a Igreja de Cristo deixou de ser perseguida; hoje, continua sendo.
São cerca de 200 milhões de perseguidos nesses países não cristãos.
Rezemos por esses irmãos que padecem por Cristo, e por Cristo que padece
nesses irmãos.
* Copta significa cristão egípcio
Créditos da fotografia: Reprodução TV Folha
Veja também: Cristãos perseguidos
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