quarta-feira, 10 de abril de 2013

Você é livre!

Um dos componentes mais constantes que encontro nas pessoas é a vaidade e o amor-próprio.

Mas não quero falar desses vícios com leviandade. Tenho descoberto que atitudes assim são máscaras. Frutos de traumas bem antigos e muito bem enraizados na alma.

E ninguém deve viver se escondendo de si mesmo.

Muito glamour, muita 'apoteose', muita festa, festa, festa...isso é sempre sinal de muita dor, dor, dor...É algo assim: "se eu parar e silenciar, vou ouvir os meus fantasmas berrando dentro de mim, me apavorando...não!" - e tornam-se pessoas alegres demais, barulhentas demais, e entretanto, frágeis demais. É nesse ponto que eu quero me concentrar.

Saber lidar com isso não é tão simples como parece. Mas é preciso aprendermos a lidar com isso.

A maioria das pessoas se esconde atrás de si mesmas, por medo de serem quem são, em consequência de traumas e decepções. Vivem em fuga.

E criam para si "perfis", "adornos" para si mesmas, para mostrarem aos outros. E se sentem confortáveis (seguras?) por trás de suas máscaras.

Uma das maneiras mais eficazes de você conhecer a verdadeira personalidade de alguém é nos transtornos, às vezes corriqueiros do dia-a-dia, às vezes não.

Escondemo-nos muito bem atrás de nossas "máscaras", de nossos "perfis".

Hoje, com a ajuda das redes sociais, isso ficou ainda mais fácil. As pessoas "criam um perfil" e vão vivendo as fantasias virtuais. Lá, são quem não conseguem ser na vida real.

Eu dizia que uma das maneiras de se conhecer alguém, verdadeiramente, é naqueles momentos de contrariedade. Mas, absolutamente, não é a melhor.

As pessoas, pressionadas por uma determinada situação, acabam sempre traídas por si mesmas, e se revelam - ainda que por alguns instantes.

Para um olhar treinado, é fácil detectar aquele lampejo de fúria que aparece no olhar, ou aquele trisnado súbito na voz, ou aquela mão que encrespa, ou a sombrancelha que se contrai, ou o sorriso desdenhoso...

Outra prova disso vem da forma como a pessoa passa a tratar você, depois de uma situação em que você a colocou em 'saias justas'. Sempre com ironias, irritadiça, e até evitando um contato direto - olho-no-olho. Provas de que você a colocou diante de si mesma, de que você a revelou, e a fez lembrar-se de alguém que ela realmente é, mas não aceita, e quer manter oculta, morta e enterrada dentro de si mesma.

Na opinião dessas pessoas, máscaras não devem ser tiradas. E num confronto, ainda que acidental, ao atinjirmos esse 'nervo', corremos o risco de nos tornar desafetos dessas pessoas!

Isso faz muita gente sofrer, pois em geral é muito comum nos confrontarmos assim com nossos familiares, de quem somos mais próximos, mas também pode acontecer em nosso ambiente de trabalho, ou numa condução, ou na rua.

Mas a caridade fraterna nos ensina que devemos ajudar nossos irmãos a se libertarem de si mesmos. Ninguém deve viver 'espremido' por seu passado, por suas dívidas, por sua sexualidade ferida ou agredida ou enrustida, por sua afetividade reprimida pela incompreensão dos pais, ou do marido, ou da esposa, por se achar feio/a, ou não tão inteligente...

Isso tudo leva à morte da alma, e nos faz sofrer terrivelmente, e toda dor é vazia, até encontrar seu significado na Cruz de Cristo. Não o Cristo morto, mas o Cristo que passou pela Cruz, passou pela dor humana, carregou-a em seus ombros, dando-lhe um significado transcendente, e verdadeiramente libertando-nos de toda essa opressão. 

Jesus na cruz nos fez livres de nossos egos feridos. Jesus na cruz deu-nos o passaporte para a felicidade. Jesus na cruz nos mostrou o caminho para a luz.

Se continuamos dentro de nossos casulos, é porque ainda não entendemos o significado de Jesus na cruz. Ainda não fizemos a 'passagem", a Páscoa.

Se continuamos sofrendo ocultamente, é porque ainda estamos com medo de que, ao aceitar Jesus na cruz, aceitaremos também as suas dores.

Errado.

Na cruz de Jesus, somente Ele sofreu. Sozinho. Esse foi o sentido do sentir-se abandonado pelo Pai. 

Jesus não podia compartilhar essa dor conosco, pois ele a estava sofrendo por nós. Em nosso lugar. Como diz o profeta, "Ele tomou sobre si as nossas dores" (Is 53,4). As nossas dores. Nossas. Não dEle.

Então não há nada a temer. Você pode deixar a sua máscara. Você pode deixar ir embora a sua dor. Você pode mudar o seu "perfil". Sair do casulo que lhe sufoca (há quantos anos?). Voe. Você é livre. Diga, bem forte: "Senhor, que eu veja a Luz!"

Jesus na cruz o libertou. Que Graça Maravilhosa!

Quando você conseguir compreender isso, você sentirá as amarras caindo.


E seja Feliz!

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