Havia um homem que não acreditava que o diabo existia. E por mais que fizessem, ele não acreditava. Então ele disse: "Só vendo o diabo, eu acredito!"
Um dia, andando por um bazar, deparou-se com um velhinho, que lhe ofereceu uma novidade, única no mundo: uns óculos para ver o diabo!
É claro que o homem riu-se do velhinho, mas curioso, acabou comprando os óculos.
Colocou-o no rosto e começou a procurar, ali mesmo, pelo bazar, o diabo, mas não o viu.
Continuou procurando pelos arredores, mas, nada.
Daí pensou: "estou procurando nos lugares errados!" E foi direto para um prostíbulo, certo de que iria deparar-se com o encardido. Chegou ao local, e nada! Procurou, procurou, procurou, e nada!
Saiu dali já achando que tinha sido logrado pelo velhinho, mas como os óculos haviam custado tão pouco e sua curiosidade era maior, insistiu na busca.
Daí ele foi à uma encruzilhada, onde haviam uns despachos macabros, mas também nada encontrou. E foi a uma boca-de-fumo, e também não o viu. Andou por todos os cantos do submundo, e ficou frustrado.
"Acho que fui enganado. Esses óculos são comuns e não têm nada de especial. Ver o diabo...só eu mesmo..."
Assim pensando, passou à frente de uma igreja, e sobre o arco do portão principal daquele singelo templo, esparrachado, deparou-se com o diabo!
Surpreso, ele parou e tirou os óculos, e não o viu mais. Colocou novamente os óculos, e lá estava ele! "É verdade! Os óculos funcionam!"
Então ele perguntou ao diabo porque ele não o encontrou em todos os lugares sombrios do mundo, e foi encontrá-lo justamente no último lugar em que julgaria encontrá-lo: numa igreja!
O diabo, solícito, prontamente o respondeu, com um grunhido que parecia sair das profundezas da terra: "Ora, meu caro, todos aqueles lá são meus há muito tempo, e não preciso me preocupar mais com eles! Eles já aprenderam o caminho do inferno! Agora eu quero esses aqui!" E apontou para os fiéis na igreja, reunidos em oração e adorando ao Senhor.
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