terça-feira, 17 de abril de 2012

A Ressurreição é Vida Nova em Deus

Vamos falar de ressurreição?

A vitória de Cristo sobre a Morte é fato ÚNICO na História. 

Um fato histórico. Cristo realmente ressuscitou dos mortos, e muitos foram testemunhas disso.

Não acreditar nisso, ou mesmo na Pessoa de Jesus, é outra questão. Porquê? Porque é uma questão de fé. E como sabemos, fé é um ato pessoal de adesão. Nós cremos na fé cristã e católica, outros professam a fé cristã protestante, outros professam a fé maometana, outros a fé panteísta, outros ainda a fé esotérica, e outros preferem não ter fé em nada nem ninguém; isso é uma questão até bastante interessante, mas não sou filósofo. Caso alguém, lendo este artigo queira fazer alguma consideração à respeito, vou agradecer. O espaço está aberto para discussões. Sempre. Blogs são para isso, também.

O fato é que tendo Jesus vindo ao mundo, ele mudou a História. O Eterno entrou no Tempo, então o Tempo não é mais o mesmo. Isso não pode ser mudado. Porque é fato. É histórico. Existiu no Tempo um Deus que se fez homem, e que, ao deixar-Se morrer numa cruz, mudou a História do homem. E ao ressuscitar da morte, deu-nos nova vida (Jo 3,1-8).

E  Jesus poderia nos dar essa vida nova de outra maneira? Sim, poderia. Mas escolheu ser direto. Escolheu falar 'cara-a-cara' com o homem, Sua criatura, mas mais do que isso: imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26-27). 

Mas, sendo o homem imagem e semelhança de Deus, que é Eterno e não pode morrer, como poderíamos morrer?

Pois é...não fomos criados para morrer. No início, não era para ter sido assim. A narrativa do Genesis nos mostra que o homem teria um começo, mas não um fim, nesta existência. Esse fim - a morte - entrou no mundo por culpa de uma desobediência de nossos primeiros pais. Deus não é o autor da morte.

Criou o homem uma desarmonia, uma desordem na Criação. É como um motor. Todas as peças têm de estar firmes e nos seus lugares, ou a engrenagem falha. Foi o que o homem fez. Tirou uma 'peça' do lugar, e o mundo está desarmônico com os Planos de Deus. Está desordenado, falho. E a obra que é perfeita, está com imperfeições.

Como Deus poderia ter resolvido isso? De infinitas maneiras. Mas, como disse acima, Ele quis vir e resolver pessoalmente com o homem, como fez no Paraíso, outrora (Gn 3,9-13).

O problema é que o homem, intumescido pelo pecado, fechou-se à Graça, pois o mal nos afasta do Bem, que é Deus. E aqui está uma verdade maravilhosa. Deus respeita a nossa liberdade. Ele não fica nos 'amolando' e pedindo para voltarmos para ele. Mas também não fica longe. Sempre que quisermos encontrá-Lo, O acharemos (Mt 7,7-8).

E nessa atitude de sempre estar por perto, Deus preparou para Si um povo, a partir de Abraão (Gn 13,16), e Seus profetas prepararam este povo para a chegada de Deus.

Mas Deus sabia que se viesse como Deus, a humanidade não poderia subsistir, pois onde habita o Eterno, não pode habitar o finito, e a Terra não poderia conter Seu poder e Sua glória, e seria destruída.

Então Deus, que fez o homem à Sua imagem e semelhança, faz-Se imagem e semelhança do homem.

E nasce criatura, o Criador. E iguala-Se a nós, fazendo-se um igual a nós, menos no pecado, pois isso foi o 'defeito' introduzido pelo homem na Criação, e Deus não participou disso. É como o motor que eu falei há pouco. Você leva até o mecânico, que poderá consertá-lo. Mas o mecânico não provocou o defeito. Foi você. Ele vai consertá-lo. Deus fez a mesma coisa. Assumiu a nossa natureza decaída pelo pecado, mas não pecou, pois o pecado não faz parte da Natureza Divina, só da naturea humana. Por isso a Igreja ensina que a Encarnação do Filho de Deus é um Mistério, pois está além de nossa capacidade intelectiva compreender como humano e divino se unem, sem que o humano de Deus assumisse o pecado da natureza humana.

Mas foi justamente assim que Deus, em Jesus Cristo, venceu a Morte, consequência do pecado. Assumindo, em Sua natureza humana, os pecados de toda humanidade (passada, presente e futura, até o fim dos tempos) (Is 53,5 e IPd 2,24). Fazendo-se pecado por nós. 

Se Santo, se Perfeito, se Deus, não poderia morrer. Outro Mistério. Mas o fato é que morreu. Como se diz na roça: 'morreu de morte matada'. Morte ignominiosa. Morte de cruz. Foi um fato.

Mas se Santo, se Perfeito, se Deus, não poderia sofrer a corrupção da morte, pois fazer-se pecado por nós não é pecar. É assumir a culpa. Ora, então era, também, Inocente. Eis onde o mal foi vencido: com as próprias armas que usou para condenar o homem. “Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente.” (Gn 2,16b-17). A este mandamento, insurge-se satanás, e engana o homem, que come do fruto e morre. 

Morre porque é culpado. Mas Jesus não era culpado. O fato de assumir a natureza humana não o culpabilizou. Inocente, assumindo nossas culpas, tornando-Se réu em nosso lugar, injustiçado, ferido, traído e abandonado à própria sorte, destronou o mal, que achava Nele culpa que não havia. 

Assim debelou, de uma só vez e por todas, a sentença que pairava sobre nossas cabeças desde o início, abrindo as portas do Paraíso a nós, desde Adão, para todos os justos de Deus.

Então se era Inocente, não poderia permanecer no coração da terra. E, ao terceiro dia, levantou-se. Ressuscitou. "Como primícias dos que morreram", diz São Paulo.

A ressurreição de Jesus é a nova vida. É a nova luz. "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12)

Eu creio na Ressurreição de Jesus, como creio que não morrerei eternamente!

Leia hoje: São João 3,1-15

E seja Feliz!

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