Através da leitura do livro "Confissões", de Santo Agostinho, posso dizer que comecei o longo processo de minha conversão, que prossegue até hoje, há mais de trinta anos.
Então, re-lendo esta passagem, a mais famosa - senão - profunda de todo o livro, não posso deixar de compartilhar com todos, que como eu, estão caminhando, trilhando a estrada para a santidade e perfeição a que Deus nos chama, continuamente.
Em nosso peito, sempre a lembrança: "tarde te amei..."
"Onde te encontrei, Senhor, para te
conhecer? Não estavas certamente em minha memória antes que eu te
conhecesse. Onde então te encontrei para te conhecer, a não ser em ti,
acima de mim? Não é propriamente um lugar. Afastamo-nos, aproximamo-nos e
não é um lugar. Em toda parte, ó Verdade, presides a todos que vêm com
diferentes consultas. Com clareza respondes, porém, nem todos ouvem com
clareza. Todos perguntam o que querem e nem sempre ouvem o que querem.
Ótimo servo teu é quem não espera ouvir de ti o que desejaria, mas antes
quer aquilo que de ti ouve.
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão
nova, tarde te amei! Estavas dentro e eu fora te procurava.
Precipitava-me eu disforme, sobre as coisas formosas que fizeste.
Estavas comigo, contigo eu não estava. As criaturas retinham-me longe de
ti, aquelas que não existiriam se não estivessem em ti. Chamaste e
gritaste e rompeste a minha surdez. Cintilaste, resplandeceste e
afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume, aspirei-o e anseio por ti.
Provei, tenho fome e tenho sede. Tocaste-me e abrasei-me no desejo de
tua paz.
Quando me uno a ti com todo o meu ser,
não há em mim dor nem fadiga. Viva será minha vida, toda repleta de ti.
Agora ergues o que de ti está repleto. Como ainda não estou pleno de ti,
sou um peso para mim. Lutam minhas lamentáveis alegrias com as
tristezas deleitáveis. De que lado estará a vitória, não sei.
Ai de mim, Senhor! tem piedade de mim.
Lutam minhas más tristezas com as boas alegrias e não sei quem vencerá.
Ai de mim, Senhor! Tem piedade de mim! Ai de mim! Bem vês que não
escondo minhas chagas. És o médico; eu, o doente. És misericordioso; eu,
o miserável.
Não é verdade que a vida humana na terra é
uma tentação? Quem deseja pesares e dificuldades? Ordenas tolerá-los,
não amá-los. Ninguém ama aquilo que tolera, mesmo se gosta de tolerar.
Embora alegre-se por tolerar, prefere não ter que tolerá-lo. Na
adversidade desejo a felicidade; na felicidade temo a adversidade. Que
meio termo haverá onde a vida humana não seja uma tentação? Ai da
felicidade do mundo, uma e duas vezes, pelo temor da adversidade e pela
caducidade da alegria! Ai das adversidades do mundo, pelo desejo da
felicidade! A adversidade é dura e faz naufragar a tolerância. Não é
verdade que é uma tentação a vida humana sobre a terra? Em tua imensa
misericórdia ponho toda a minha esperança."
Dos Livros das Confissões, de Santo Agostinho, bispo
(Lib. 10,26.37–29,40; CCL 27,174-176)(Séc. V)
(Lib. 10,26.37–29,40; CCL 27,174-176)(Séc. V)
Muito tarde vos amei, ó Beleza sempre
antiga, ó Beleza sempre nova, muito tarde vos amei! Vós chamastes e
gritastes e rompestes-me a surdez. Veio o Filho do Homem buscar e salvar
o que estava perdido. Vós chamastes e gritastes e rompestes-me a
surdez. Veio o Filho do Homem buscar e salvar o que estava perdido. Cf.
Lc 19,10
Sagrado Coração de Jesus eu confio em vós!
Fonte: Blog Pe. Luizinho
Leia Hoje: Salmo 145
E seja Feliz!
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