Cresce a cada dia a preocupação com a
natureza e o meio ambiente, o que é bom e necessário; mas infelizmente o
mesmo não acontece com a dignidade humana. Assistimos hoje verdadeiros
atentados à vida humana. Como disse João Paulo II na sua famosa Carta às Famílias,
de 1994, a vida está jurada de morte, há uma conspiração contra ela.
Uma terrível e destruidora “cultura da morte”, tão denunciada pelos
últimos papas, tem mostrado o perigo do aborto, da eutanásia, da
contracepção, da micro-abortiva pílula do dia seguinte, da destruição de
embriões humanos, da falsificação da família, etc.
E essa cultura da morte tem sido
empregada insistentemente para se resolver os problemas da vida, como se
isso fosse lícito e possível. As “soluções fáceis para problemas
difíceis” aumentam a cada dia, aumentando esses problemas ao invés de
resolve-los.
Além disso, outros desrespeitos
inimagináveis acontecem ainda; veja-se o caso do comércio da
prostituição e o tráfico de mulheres com esta finalidade, as guerras
genocidas, o trabalho escravo, os sequestros, o estupros, etc.
Da China nos chega uma notícia que chocou
o mundo: um bebê recém-nascido foi resgatado em uma tubulação de esgoto
em um prédio em Jinhua, depois de cair ou ser jogado no vaso sanitário,
passou de duas a três horas preso no cano. A mãe da criança, de 22
anos, que não é casada, escondeu a gravidez dos vizinhos pelo medo de
ser vítima de preconceito. Ela deu à luz de maneira inesperada quando
foi ao banheiro no sábado e a criança caiu no vaso sanitário. Foi
resgatada e levada para um hospital. É um menino de 2,3 quilos, que
sofreu alguns cortes no corpo, e agora está bem.
É por isso, e por outras, que a Igreja
insiste que toda criança deve nascer em um lar, com um pai e uma mãe que
o acolha, com um berço que o acalente. Fora disso a criança pode se
tornar carente, abandonada, ameaçada e triste.
As fontes de notícia revelam que bebês
chineses nascidos fora do casamento muitas vezes são abandonados em
consequência das pressões sociais e financeiras. A política do filho
único do país representa multas pesadas para os casais que têm mais de
um bebê.
Não se sabe ainda ao certo se a mãe jogou
a criança no vaso sanitário ou não conseguiu impedir que ela ali
caísse. Qualquer que seja o caso é lamentável e deixa muito a pensar.
Certamente esta mãe estava aflita com sua gravidez o que acaba sendo a
causa primária do ocorrido. Como pode uma criança vir ao mundo desse
jeito, e ir parar no esgoto? Que berço é este? Não é isso um sinal de
como está a vida humana hoje sendo tratada em muitos lugares? Esta é a
dignidade de um filho de Deus?
Isto mostra o grave desrespeito que
existe hoje contra a vida humana, especialmente contra o feto, a criança
mais indefesa de todas. Como ela não reage, como ela ainda não grita,
como ela ainda não mostrou o seu rosto, então, para muitos fica fácil e
cômodo descarta-la como se fosse um copo de plástico usado e atirado no
lixo. Urge que se levantem vozes em defesa desses inocentes sem vozes.
Devemos chamar a isso de civilização ou
de barbárie? A civilização se caracteriza em primeiro lugar por
defender, acima de tudo, os não nascidos, os fracos, o doentes, os
excepcionais, os deficientes, os velhos… O sinal de sua fraqueza deve
ser motivo para aumentar ainda mais o cuidado e o amor a eles. No
entanto, em nossa atual civilização, passou a ser lícito e fácil
descarta-los quando já não são produtivos.
De todos os direitos humanos, o primeiro e
fundamental é o direito de nascer com dignidade; sem isso, não há
verdadeira civilização, pois não se respeito a pessoa humana. Disse o
Concilio Vaticano II que “o homem é o único ser que Deus quis por si
mesmo” (GS, 26).
:: Ouça, na íntegra, o podcast da redação
com a psicanalista Ana Carlota Pinto Teixeira que comenta a respeito
deste caso e sobre o que leva as pessoas a cometerem estes atos.
Seja Feliz!
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