terça-feira, 4 de junho de 2013

Um bebê no esgoto

Faço minhas as palavras do Professor Felipe Aquino.

Amor e zelo pelas crianças Por Professor Felipe Aquino

Cresce a cada dia a preocupação com a natureza e o meio ambiente, o que é bom e necessário; mas infelizmente o mesmo não acontece com a dignidade humana. Assistimos hoje verdadeiros atentados à vida humana. Como disse João Paulo II na sua famosa Carta às Famílias, de 1994, a vida está jurada de morte, há uma conspiração contra ela. Uma terrível e destruidora “cultura da morte”, tão denunciada pelos últimos papas, tem mostrado o perigo do aborto, da eutanásia, da contracepção, da micro-abortiva pílula do dia seguinte, da destruição de embriões humanos, da falsificação da família, etc.

E essa cultura da morte tem sido empregada insistentemente para se resolver os problemas da vida, como se isso fosse lícito e possível. As “soluções fáceis para problemas difíceis” aumentam a cada dia, aumentando esses problemas ao invés de resolve-los.

Além disso, outros desrespeitos inimagináveis acontecem ainda; veja-se o caso do comércio da prostituição e o tráfico de mulheres com esta finalidade, as guerras genocidas, o trabalho escravo, os sequestros, o estupros, etc.

Da China nos chega uma notícia que chocou o mundo: um bebê recém-nascido foi resgatado em uma tubulação de esgoto em um prédio em Jinhua, depois de cair ou ser jogado no vaso sanitário, passou de duas a três horas preso no cano. A mãe da criança, de 22 anos, que não é casada, escondeu a gravidez dos vizinhos pelo medo de ser vítima de preconceito. Ela deu à luz de maneira inesperada quando foi ao banheiro no sábado e a criança caiu no vaso sanitário. Foi resgatada e levada para um hospital. É um menino de 2,3 quilos, que sofreu alguns cortes no corpo, e agora está bem.

É por isso, e por outras, que a Igreja insiste que toda criança deve nascer em um lar, com um pai e uma mãe que o acolha, com um berço que o acalente. Fora disso a criança pode se tornar carente, abandonada, ameaçada e triste.

As fontes de notícia revelam que bebês chineses nascidos fora do casamento muitas vezes são abandonados em consequência das pressões sociais e financeiras. A política do filho único do país representa multas pesadas para os casais que têm mais de um bebê.

Não se sabe ainda ao certo se a mãe jogou a criança no vaso sanitário ou não conseguiu impedir que ela ali caísse. Qualquer que seja o caso é lamentável e deixa muito a pensar. Certamente esta mãe estava aflita com sua gravidez o que acaba sendo a causa primária do ocorrido. Como pode uma criança vir ao mundo desse jeito, e ir parar no esgoto? Que berço é este? Não é isso um sinal de como está a vida humana hoje sendo tratada em muitos lugares? Esta é a dignidade de um filho de Deus?


Isto mostra o grave desrespeito que existe hoje contra a vida humana, especialmente contra o feto, a criança mais indefesa de todas. Como ela não reage, como ela ainda não grita, como ela ainda não mostrou o seu rosto, então, para muitos fica fácil e cômodo descarta-la como se fosse um copo de plástico usado e atirado no lixo. Urge que se levantem vozes em defesa desses inocentes sem vozes.

Devemos chamar a isso de civilização ou de barbárie? A civilização se caracteriza em primeiro lugar por defender, acima de tudo, os não nascidos, os fracos, o doentes, os excepcionais, os deficientes, os velhos… O sinal de sua fraqueza deve ser motivo para aumentar ainda mais o cuidado e o amor a eles. No entanto, em nossa atual civilização, passou a ser lícito e fácil descarta-los quando já não são produtivos.

De todos os direitos humanos, o primeiro e fundamental é o direito de nascer com dignidade; sem isso, não há verdadeira civilização, pois não se respeito a pessoa humana. Disse o Concilio Vaticano II que “o homem é o único ser que Deus quis por si mesmo” (GS, 26).

:: Ouça, na íntegra, o podcast da redação com a psicanalista Ana Carlota Pinto Teixeira que comenta a respeito deste caso e sobre o que leva as pessoas a cometerem estes atos.

Seja Feliz!

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