segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

É Natal!

Estamos na Oitava do Natal. 

O nascimento de Jesus é o evento mais importante da humanidade, desde que a própria humanidade foi criada!

Pela causa da desobediência de Adão, da concupiscência de Eva, em recorrerem ao fruto da árvore da Ciência do bem e do mal, fecharam-se as portas do Paraíso à raça humana.

Daí ter ficado tão fácil aos homens acreditarem que Deus não existe. Passaram a dar ouvidos somente às suas verdades, e não à Verdade Suprema.

O homem deixou de compreender a si mesmo porque deixou de se perceber como imagem e semelhança do seu Criador.

A árvore, de cujo fruto a serpente tanto insistiu a Eva que provasse, não lhes deu conhecimento do bem ou do mal, apenas fê-los ver que o mal é a ausência do bem, e o Bem, que é Deus, ficou esquecido pelos homens.

Mas a humanidade não ficou esquecida por Deus. E na Sua Misericórdia, o Criador não abandonou a tão amada criatura, mas suportou-lhe todo desprezo, e, para nossa própria felicidade, destruiu as armadilhas que traçamos para nós mesmos, e tirou de nosso pescoço a corda que nos ia enforcar. Livrou-nos Deus de todo perigo, e por amor, enviou-nos o Filho amado, Deus como Deus, para assumir a nossa condição: "E o Verbo se fez carne" (Jo 1,14).

Carne que não significa apenas corpo humano, mas toda a realidade humana, física, espiritual, psicológica, fisiológica. Igual a nós em tudo, menos no pecado, pois o pecado é fruto da desobediência. Primeiro de Lúcifer, depois de Adão. O pecado não é obra de Deus. A morte, gerada pelo pecado, é filha do pecado. Deus então, também não é o autor da morte.

Aqui cabe um comentário: revoltamo-nos contra Deus pela morte de alguém, mas Deus não 'mata' ninguém. Nós geramos o pecado em nós pelo pecado que habita em nós, herança de Adão. Deus, Misericordioso, nos acolhe na morte, e nos leva para casa. Esse é Deus. Deus não abandona. Nunca! Ele é fiel às Suas promessas. E a promessa é essa: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado." (Is 9, 1.5) E esse menino é o Cristo!

Nasceu com o único propósito: fazer a vontade de Deus! Adão desobediente, gerou o pecado e a morte. Cristo obediente ("E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz" - Fl 2, 8), restituiu-nos a graça e a vida, pela Sua morte.

Eva desobediente, pela concupiscência (= Inclinação a gozar os bens terrestres) gerou o pecado e a morte.  Deus, então, suscitou nova mulher ("Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco" - Is 7, 14), para desfazer o que a primeira mulher havia feito. Deus convidou Maria pela castidade (= Que tem pureza de alma, de corpo). E Maria disse: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra." (Lc 1,38). "Et Verbum caro factum est et habitavit in nobis" (Jo 1,14). E o Verbo se fez carne e habitou entre nós.

E aquele primeiro lenho - a árvore da ciência do bem e do mal - através do qual a serpente persuadiu os nossos primeiros pais a se afastarem de Deus e a renunciarem à vida eterna, foi recordado (= Ter semelhança com, fazer lembrar) no lenho da cruz, no qual o Senhor Jesus entregou-se como dom ao Pai Eterno, em sacrifício expiatório à Justiça Divina. Só Deus poderia satisfazer a Ira de Deus! Assim canta a Liturgia: "Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo!”

"Embora sendo Filho de Deus, [Jesus] aprendeu a ser obediente através de seus sofrimentos. E tornou-se a fonte de salvação eterna para todos que lhe obedecem" (Heb.5, 8-9).

Assim, com as mesmas armas do antigo inimigo, Deus faz justiça a Si mesmo, e resgata Sua amada criatura, o homem, reabrindo-lhe as portas do Paraíso.

Natal é, portanto, a maior celebração da humanidade! Razão porque celebramos, durante oito dias, a Solenidade desta festa magnânima!
Celebre! A vitória nos foi dada por Cristo Jesus! Desamarraram-se-nos os grilhões que nos prendiam! Exultemos de alegria! “Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens por ele amados!” (Lc 2,14)

"O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz." (Is 9, 1.5)

Leia hoje: Lucas 2,1-14

E seja Feliz!

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