quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Santo Ambrósio e Meu Pai

À primeira vista, parece pretensão minha, querer falar de um dos maiores Santos da Igreja Católica (refiro-me ao Bispo de Milão e Doutor da Igreja, Santo Ambrósio), e de meu pai. Mas não. Vejamos:

Ambrósio nasceu em 340 em Tier, no sul de Gaul, hoje Alemanha. Era um nobre e irmão de Santa Marcellina. Era poeta e notável orador. Foi Governador de Milão. Converteu-se ao Cristianismo em 374. Ouvindo seus sermões, que elucidavam os textos sagrados de uma tal forma (daí seu apelido "Língua de Mel"), Santo Agostinho se converteu. Pela mesma via o Imperador Teodósio fez penitência pública de seus pecados. Falecido em 397, foi proclamado Doutor da Igreja em 1298, pelo Papa Bonifácio VIII. Sua festa é celebrada hoje, 07 de dezembro, data de sua conversão.

Já meu pai, Raphael Sampaio, não é Doutor da Igreja, nem doutor em cátedras humanas. Nasceu pobre, pobre morreu. Sua riqueza nunca esteve em bancos e investimentos patrimoniais, mas na família, esposa e filhos; no seu trabalho, de eletricista, que exerceu por longos trinta e cinco anos, e afinal ou acima de tudo, na Fé, que soube transmitir aos filhos com pureza de coração e reta disciplina, de tal maneira, e com tal Sabedoria, que em minha vida lembro-me ter passado por muitas crises de espiritualidade, mas JAMAIS, repito, JAMAIS duvidei que em Deus encontra-se a minha salvação e que é pela sã doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana que eu encontro o seguro 'fidei depositum' [depósito da fé]! Como Diácono Permanente, soube, durante 24 anos, igualmente, ensinar e amparar os fiéis nesta certeza. Disso muitos são testemunhas.

Então, hoje, quando celebramos a memória de Santo Ambrósio, quero lembrar-me também de meu valoroso pai, que foi para a Eternidade Feliz - como fala Santo Agostinho - há três meses.

Mais do que a dor, fica a saudade de seu olhar, de seu sorriso, de seu humor, de seu carinho, de seu aperto de mão forte, de suas palavras de orientação...e porque não dizer também daquelas tardes em que nos sentávamos para assistir aos filmes de John Wayne, com cerveja e salaminho!

Louvo-te, ó meu Deus, e meu Criador, por ter-me dado por pai o meu pai!, que nesta vida soube ser espelho de Tua Paternidade para mim, sem medo e sem vacilar, mesmo sabendo-se imperfeito e cheio de pecados, mas sempre confiante na Tua Infinita e sempre manifesta Misericórdia em sua vida.

Ah, meu Deus! Como fui feliz ao lado de meu pai!

Ah, meu Deus! Como fui feliz!

Conceda a Graça, se Te posso pedir isso, meu Senhor, com a mesma confiança com a qual Te pedia o meu pai, que ele se encontre contigo na Eternidade, que seja seguro intercessor junto de Ti, por mim, minha mãe e meus irmãos, e todos os netinhos que a ele eram tão queridos e por ele tão amados!

E que no meio das lágrimas com as quais agora escrevo, possa eu ter a confiança de que não me negarás nada doravante, por ter o meu pai ao lado de Ti, meu Pai Eterno! Amém!

E nas palavras de Santo Ambrósio mesmo vou lembrar-me de meu pai: "Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom".

Leia hoje:  Salmo 102, e bendiga o Senhor!

Seja Feliz!

2 comentários:

  1. Admiro a coragem de Ambrósio em defender sua fé e barrar a entrada do imperador Teodósio na igreja depois que este ordenou o massacre de Tessalônica.

    Admiro também sua disposição, Renato, de escrever de forma tão sincera sobre assuntos que são tão comuns a todas as pessoas (pelo menos aquelas que são dotadas de algum sentimento) e ao mesmo tempo tão peculiares de cada um.

    Abraço.

    "Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. "
    Salmo 126:5

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  2. Obrigado, Luciene!

    Acolho com muita alegria suas palavras sempre tão sensatas!

    Escrever sobre o que sentimos nos estimula à partilha de nós mesmos, e assim, nos aproximamos uns dos outros e nos tornamos mais fraternos, menos egoístas. Não quero ser uma "ilha"...

    Paz e Bem!

    Aguardo suas visitas e convide seus amigos ao blog!

    Renato

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